Celso Silva pode passar horas falando da sua trajetória, que começou aos 10 anos, trabalhando como entregador de jornal e engraxate em São José do Rio Preto, interior de São Paulo, onde nasceu e vive até hoje.
Nascido em uma família humilde, Silva precisou abandonar os estudos assim que se formou no ensino fundamental, para ajudar na renda familiar, tendo começado a trabalhar ainda criança, e após alguns empregos informais conseguiu uma colocação numa confecção de roupas, e lá ficou dos 11 aos 17 anos.
Dedicação e garra eram qualidades que sobravam no jovem trabalhador. Até que surgiu a oportunidade para atuar na Metalúrgica Rossi, indústria de equipamentos para montagem de lentes e de óculos, onde trabalhou por cinco anos, de sol a sol como vendedor, o que lhe rendeu um grande conhecimento do mercado e um poderoso networking. Aos 18 anos ele já faturava R$ 8 mil por mês, conquista que fez com o que o desejo de se tornar o próprio chefe só crescesse.
Após cinco anos de experiência no segmento, Silva arriscou tudo que tinha para concretizar o sonho de ter o próprio negócio. “Não foi fácil, tive que vender meu carro, economizar todo dinheiro que podia para montar a empresa, foi um período difícil, mas faria tudo de novo para fundar a Formaq Indústria Ótica Ltda”, comenta o empreendedor.
A rede de relacionamentos que formou ao longo dos anos ajudou o negócio a prosperar e vender em qualquer região do país, chegando a produzir mais de cem mil peças por mês, e empregando mais de 100 funcionários em sua fábrica.
Até este período, o empreendedor passava horas viajando de carro para efetuar as vendas. No entanto, com o volume de negociações e as longas distâncias não fazia mais sentido passar horas nas estradas, foi quando passou a viajar de avião para efetuar as comercializações e despachar os pedidos via área, pelos correios, com empresas de entregas.
Visionário, criou equipes de vendas e começou a estudar mais sobre o mercado, além de viajar para o exterior para aprender sobre novas tecnologias e modelagem dos produtos. “Não sabia falar outro idioma além do português, mas sempre tive coragem e vontade. Hoje falo inglês, espanhol, francês e italiano, e aprendi por necessidade”, explica Silva.
Na década de 90, Silva estava bem nos negócios e vendia muitos produtos no atacado. Até que surgiu uma oportunidade dele abrir a primeira loja física em shopping, num antigo ponto de uma papelaria. O empreendedor conta que pagou muito barato pela unidade e foi uma das melhores decisões que tomou, já que neste novo cenário nasceu a Ocularium Ótica com a proposta de vender produtos de alto luxo para classes A e B.
Nasce uma nova marca
Com a consolidação da Ocularium e o sucesso das vendas, Silva resolveu diversificar o público e fundar uma marca voltada para o público C e D que foi nomeada de Mercadão dos Óculos. É possível encontrar armações para óculos de grau que custam a partir de R$ 19,90 e de sol de marcas próprias com preços competitivos
Em 2012 foi inaugurada a primeira unidade do Mercadão dos Óculos, como loja piloto, em São José do Rio Preto, onde atualmente fica sua sede e escritório. A principal característica da rede é a de praticar valores atrativos que chegam a ser 60% mais baixos que a média do mercado.
Enquanto 90% das unidades da Ocularium são em shopping, as do Mercadão são na mesma proporção em lojas de rua. Segundo Silva, ele conhecia tudo sobre o mercado ótico, mas nada sobre franchising. “Foi através da loja piloto que eu pude corrigir todos os defeitos”, comenta o empreendedor.
Mercadão dos Óculos
O projeto piloto deu tão certo que em 2013 a marca aderiu ao mercado de franquias e passou a contar com dois sócios: Marcos Caldeira e Gustavo Freitas Martino, que é também diretor de expansão da rede.
Atualmente a rede possui 40 unidades em funcionamento e planeja chegar ao final do ano com 70 unidades em operação. A meta é que o faturamento salte dos R$ 6 milhões em 2014 para R$ 20 milhões em 2015.
As mulheres são o maior público da rede. De acordo com levantamentos de mercado feitos pela rede, elas compram uns três óculos por ano, enquanto os homens chegam a ficar até uma década com os mesmos. A marca não trabalha com conversão de bandeira. Até o final de 2016 a meta é chegar a 150 lojas franqueadas por todo o território nacional.
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