O comércio varejista no Estado de São Paulo iniciou este ano com 20.076 postos de trabalhos a menos, resultado de 65.672 admissões e 85.748 desligamentos, em janeiro. O número de contratações é o menor desde dezembro de 2008, quando foram admitidas 64.472 pessoas. A baixa admissão do mês também ajudou a registrar o menor estoque de funcionários no segmento desde setembro de 2012, com o total de 2.109.953 empregados.
Como o desempenho do mercado de trabalho em janeiro de 2015 foi pior que o registrado em janeiro de 2016, a variação do estoque ativo de trabalhadores neste mês mostrou leve melhora em relação à comparação interanual de dezembro. Isto é, a taxa de retração do estoque passou de -2,8% para -2,5%. De qualquer forma, a quantidade de vagas fechadas nos primeiros 31 dias do ano foi a maior dos últimos 12 meses.
Os dados compõem a Pesquisa de Emprego no Comércio Varejista do Estado de São Paulo (PESP), realizada mensalmente pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) com base nos dados do Ministério do Trabalho e Emprego, por meio do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) e o impacto do seu resultado no estoque estabelecido de trabalhadores no Estado de São Paulo, calculado com base na Relação Anual de Informações Sociais (Rais).
Entre as nove atividades pesquisadas em janeiro, sete apresentaram diminuição no estoque de empregos na comparação com o mesmo mês de 2015. Os setores de concessionárias de veículos (-8,4%) e de lojas de eletrodomésticos e eletrônicos e lojas de departamento (-6,7%) foram os que apontaram quedas mais acentuadas. No sentido contrário, os únicos segmentos que registraram elevação nos estoques de funcionários foram os de farmácias e perfumarias (2,7%) e de supermercados (1,3%).
De acordo com a assessoria econômica da FecomercioSP, o resultado negativo do mercado de trabalho em janeiro demonstra que ainda há espaço para novas demissões, já que os desligamentos mensais se mantêm, porém, as admissões recuaram pelo segundo mês seguido. Isso indica que os empresários não vislumbram, a curto prazo, um melhor cenário de vendas e, por isso, não contratam e continuam demitindo.
Em relação aos dados por ocupações, as funções que mais perderam vagas foram de vendedores e demonstradores, com -9.271 postos de trabalho. Em seguida, estão os postos de caixas dos estabelecimentos, que viram seu mercado reduzir em 3.284 vagas. São 1.605 vagas a menos para escriturários contábeis e de finanças. Merece destaque também o fato que, em janeiro, 7,1% das mais de 20 mil vagas perdidas no varejo eram ocupadas por diretores, gerentes e supervisores nas empresas.
A Entidade reforça que o saldo negativo observado no mês não resulta apenas do desligamento dos temporários contratados para o fim do ano, pois o saldo positivo de novembro de 2015 (+13.682 vagas) foi praticamente dizimado em dezembro (-12.181 vagas) e, portanto, a extinção de mais de 20 mil empregos aponta uma continuidade do aprofundamento do processo recessivo no mercado de trabalho formal do comércio varejista paulista.
Varejo paulistano
Foram eliminadas 5.360 vagas no varejo da cidade de São Paulo em janeiro. A ocupação formal atingiu 656.757 empregados, queda de 0,8% na comparação com o mês anterior. O saldo dos últimos 12 meses foi negativo em 15.214 empregos – o que levou à diminuição de 2,3% do estoque total.
Das nove atividades pesquisadas, os destaques negativos de janeiro ficaram por conta dos setores de lojas de vestuário, tecidos e calçados (-3.009 vagas) e de supermercados (-1.528). Por outro lado, desempenhos positivos foram registrados nos segmentos de materiais de construção (237) e de autopeças e acessórios (5 vagas).
Nota metodológica
A Pesquisa de Emprego no Comércio Varejista do Estado de São Paulo (PESP) analisa o nível de emprego do comércio varejista. O campo de atuação está estratificado em 16 regiões do Estado de São Paulo e nove atividades do varejo: autopeças e acessórios; concessionárias de veículos; farmácias e perfumarias; lojas de eletrodomésticos e eletrônicos e lojas de departamento; matérias de construção; lojas de móveis e decoração; lojas de vestuário, tecido e calçados; supermercado e outras atividades. As informações são extraídas dos registros do Ministério do Trabalho e Emprego, por meio do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) e o impacto do seu resultado no estoque estabelecido de trabalhadores no Estado de São Paulo, com base na Relação Anual de Informações Sociais (Rais).
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