Apesar de obrigatório por lei a presença dos contatos da rede de franqueados de uma marca na Circular de Oferta de Franquias (COF), permitindo que o interessado em adquiri-la possa pesquisar mais sobre a operação, nem sempre é possível obter informações claras dos franqueados.
De acordo com o consultor da RZD consultoria, Rodrigo Ramiro Daniel, fatores como o receio de especuladores ou até mesmo a desatualização da COF em posse do franqueado pode gerar, às vezes, divergências entre as informações apresentadas pelo franqueador e as fornecidas pela rede de franqueados.
“A pessoa que está buscando uma franquia, quando vai conversar com um franqueado, tem que ter em mente o direcionamento dessa conversa, qual o ponto que a levou até esse franqueado e qual o ponto que ela está indecisa”, aconselha o especialista, que reconhece que “é difícil hoje ter acesso a franqueados de grandes marcas”.
Segundo ele, o ideal é associar as informações da COF com o plano de negócios oferecido pela rede. “Os dois documentos devem tratar da realidade um do outro. Se isso não acontecer, então há uma não concordância das informações”, explica.
“Se você analisar só um dos documentos corre o risco de não ter uma informação realmente precisa. Além disso, se for preciso um dia se queixar de algo na justiça, a COF é o documento que tem valor legal, não a declaração de um franqueado”, ressalta Rodrigo.
Entre os pontos relevantes a serem abordados com os franqueados, o consultor aconselha que seja focada a operação, como fornecimento de produtos, lucratividade, tempo para o retorno do investimento e outros aspectos já esclarecidos na COF, como suportes.
Ainda assim, é preciso ter cuidado na hora de considerar essas informações. De acordo com a diretora geral da consultoria NS&T, Léia Regina Nascimento, o ideal é realizar um levantamento por amostragem para poder diagnosticar o nível de satisfação dos franqueados com a rede e assim perceber se trata-se de um bom negócio ou não.
“Acho que [a diferença entre a COF e a palavra do franqueado] é um ponto a ser analisado, mas não é condição sine qua non se o negócio é bom ou ruim. Problema todas as redes possuem assim como todos os franqueados. Como ela administra esse problema é o que faz a diferença”, destaca a administradora.
Segundo ela, é fundamental observar se a rede e o franqueado estão “acobertando” problemas ou sendo pouco transparentes, situação que é sinal de problemas de acordo com a consultora. Nesses casos, Nascimento é categórica: “Entre uma rede que está totalmente transparente e que tem as coisas muito claras e acessível e uma que coloca problemas, o ideal é optar pela que está mais saudável”.
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