Empreendedora troca operação de shopping por franquia de rua e se diz realizada

Estar à frente de uma empresa não é tarefa fácil, e a jornada pode ficar ainda mais difícil quando o desejo é iniciar uma operação de shopping. Apesar de oferecer algumas vantagens aos lojistas, estar locado em um mall exige o cumprimento de uma série de normas que acabam tornando a atividade mais árdua. Foi o que afirmou Maria Angélica Soares, 48, que por três anos conduziu uma franquia de presentes em um shopping da Grande São Paulo. “Possuir uma loja em um centro comercial gera um desgaste muito maior do que uma unidade de rua. Esse impacto é superior devido a enorme lista de exigências que os lojistas são obrigados a seguir. Existem regras e horários para tudo. Isso dificulta o recebimento de mercadorias, as reformas do espaço, as divulgações e até a retirada do lixo. Quanto as reformas, por exemplo, implicam ainda em mais gastos, já que os profissionais cobram valores mais altos para trabalharem durante a madrugada – único período autorizado”, conta a empresária.  

A segurança e o fluxo de pessoas estão entre os benefícios mais destacados pelos centros de compras, porém esses quesitos não comoveram Soares no momento de optar por um novo negócio e ela decidiu investir em uma loja de rua. “Se você quer estar nos espaços mais agitados dos shoppings precisa desembolsar muito mais dinheiro. O valor da locação costuma ser muito superior nos corredores mais cheios e nem sempre é vantajoso. Circulação de pessoas não é garantia de compra”, e ainda completa: “Não achei que fosse me sentir tão bem com relação a segurança na rua, mas estou. A minha localização é privilegiada, há muitos comerciantes, e eles são parceiros. Um protege o outro. Funcionamos em horários similares e isso ajuda muito”, concretiza a empresária.

Maria Angélica comanda hoje uma escola da Evolute Profissionalizantes e Idiomas, rede de franquias especializada em educação com mais de 120 unidades pelo Brasil. Seu ponto, sediado no centro da cidade de Osasco, em São Paulo, está há 5 meses em funcionamento e conta com mais de 180 alunos matriculados. Apesar de pouco tempo de operação, a empreendedora já visa obter o retorno do investimento antes do planejado.

Conduzir uma loja de rua também tem suas adversidades como a dificuldade para estacionar e a falta de controle climático, mas nada é comparado a uma operação de shopping, comenta a antiga profissional de Recursos Humanos. Para ela, administrar os fatores que a incomodam em uma loja de rua é mais fácil e prático do que questionar as normas internas de um mall.

Outro fator relevante quando tratamos das diferenças nas operações é a carga horária. Os shoppings funcionam sete dias por semana das 10h às 22h e as lojas de ruas, normalmente, não possuem essa necessidade. Este fator também motivou o fechamento do negócio: “Não tinha mais almoços em família aos domingos, não podia viajar nos feriados, perdi muitas comemorações, quase não via os meus filhos. A loja exigia a minha presença. Foi um período desgastante resumido apenas em trabalho”, diz a empresária, casada e mãe de três adolescentes.

O atual negócio funciona de segunda-feira a sexta-feira das 8h às 22h, e aos sábados das 8h às 18h. A operação não requer a presença do gestor o tempo todo, mas a empresária insiste em comparecer pelo menos no horário comercial. Hoje ela consegue dar mais atenção à família, amigos, casa e aos projetos sociais que continua tocando. À frente da escola os dias são mais amenos e existe um descanso semanal. Maria Angélica e se diz muito mais realizada e feliz na área profissional e não tem dúvidas que tomou a decisão correta no momento de investir.