Em meio à pandemia, mercado imobiliário resiste e encerra primeiro trimestre com bons números

Notícias dão conta de que o mercado imobiliário foi atingido em cheio pela crise do coronavírus. As obras seguem, mas diversos lançamentos foram adiados. Segundo o sindicato da habitação de São Paulo, o Secovi-SP, graças às limitações de circulação de pessoas, as vendas de unidades novas sofreram queda, especialmente em abril.

Mas esse é só um lado da história. Como se sabe, os imóveis secundários (usados) representam boa parte do mercado e algumas imobiliárias apresentaram bons números no primeiro trimestre. É o caso da RE/MAX Brasil, que aumentou seu Valor Geral de Comissão (VGC) em 56% na comparação com os três primeiros meses do ano passado – com destaque para Rio Grande do Sul (220%), Distrito Federal (164%) e Minas Gerais (118%).

A RE/MAX é a empresa que mais vende imóveis no País. Ela se destaca pela capilaridade – suas 381 franquias estão distribuídas por todos os estados brasileiros – e pelo mix de vendas diversificado – comercializa imóveis novos e usados, residenciais e comerciais. Por isso, é um excelente termômetro de mercado.

“Mesmo quando consideramos o VGC de Same Store Sales, que desconsidera novas franquias abertas no período, nossos números são muito bons. Crescemos 28%”, comemora Peixoto Accyoli, presidente e CEO da RE/MAX no Brasil. “Só neste primeiro trimestre, vendemos mais imóveis que em todo o ano de 2016. E abril não tem sido ruim tampouco”.

Alguns pontos que têm favorecido a RE/MAX nesse período. Primeiro, os imóveis agenciados sempre estão em boas condições e, em razão dos muitos registros disponíveis online (fotos 360º e vídeos), os compradores já chegam à propriedade mais conscientes de sua escolha. Segundo, o uso de tecnologia avançada para prospectar e fechar negócios, como aplicativos de assinatura de documentos digitais e de videoconferência. Terceiro, a atuação dos agentes e colaboradores.

“A tecnologia é extremamente estratégica para nós e se confirma fundamental em momentos como esse. Mas a vemos como um meio, não como um fim”, diz o Accyoli. “O que nos leva à frente, no final, é atuação qualificada de nossos mais de 4 mil agentes imobiliários. Na compra do imóvel, a relação humanizada ainda é muito importante”.

Medidas anticrise

De toda forma, em razão das incertezas que a pandemia trouxe, algumas medidas preventivas foram tomadas. “O primeiro passo foi criar o comitê de crise para avaliar os cenários, tendo como premissa não demitir ninguém, por maior que fossem as dificuldades que tivéssemos que enfrentar”, afirma Accyoli.

O executivo, assim como os gerentes, reduziram sua remuneração. Ações de contenção de custos também foram implantadas, o que contempla, por exemplo a renegociação com parceiros e fornecedores. “Também negociamos com a RE/MAX internacional para não pagar algumas taxas de uso da marca e abrimos mão do fundo de marketing que as franquias teriam que pagar”, diz Accyoli.

A empresa ainda isentou as agências franqueadas de pagarem a mensalidade pelo uso de tecnologia e afiliação, caso aumentassem seus quadros de agentes/corretores, com vigência a partir de 30 de março. De acordo com Accyoli, o balanço está sendo bastante positivo, inclusive com o crescimento de unidades franqueadas, que aumentaram de 366 no final do mês de março para 381 até a primeira quinzena de abril.