Em maio, houve ligeira queda no número de empresários que afirmaram estar com excesso de mercadoria estocada, o que ajudou a elevar em 2,1% na comparação com abril o índice que mede a adequação dos estoques do comércio varejista da região metropolitana de São Paulo (RMSP). O indicador passou de 85,6 para 87,4 pontos. Apesar da leve melhora, 39,8% dos comerciantes alegaram estar com estocagem além do ideal, o segundo valor mais alto já registrado na série iniciada em junho de 2011. Na comparação com maio de 2015 – quando o índice de adequação dos estoques marcou 98,5 pontos -, o valor é 11,2% inferior.
Os dados são do Índice de Estoques (IE) da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP), que capta a percepção dos comerciantes em relação ao volume de mercadorias estocadas nas lojas, e varia de zero (inadequação total) a 200 pontos (adequação total). A marca dos cem pontos é o limite entre inadequação e adequação.
No mês, o aumento do IE se deve à queda da proporção de empresários que declararam estar com os estoques acima da média adequada, que caiu de 41,6% em abril para 39,8% em maio – diminuição de 1,8 ponto porcentual (p.p.). Em contrapartida, a parcela de comerciantes com volume aquém do desejado registrou elevação de 0,9 p.p., contabilizando 16,3% ante os 15,4% de abril.
No comparativo com maio do ano passado, a parcela de varejistas com estoques acima do índice ideal aumentou 3,3 p.p. Entre os que informaram estar com estoques abaixo do desejado, a alta foi de 2,6 p.p. Consequentemente, caiu 5,2 p.p. a proporção de empresários que disseram estar com o volume de estoque adequado.
Para a assessoria econômica da FecomercioSP, apesar da leve melhora em maio, ainda existem muitos comerciantes com excesso de mercadoria estocada. A despeito do conservadorismo do empresário do varejo, está muito difícil vender e, com isso, a tendência é que o resto da economia também continue em ritmo de espera, já que o quadro de estoques no setor aponta para queda da demanda no atacado e na indústria.
Segundo a Federação, a confiança de empresários e consumidores teve uma leve reação positiva entre abril e maio, reflexo da aparente definição do cenário político e da expectativa de que medidas sejam adotadas para enfrentar a crise econômica. Uma melhoria no ambiente econômico deve trazer mais confiança ao consumidor. Este, ao retomar gradativamente seu comportamento regular de compras, deve provocar um movimento favorável ao comércio, quebrando um círculo vicioso que vem se configurando desde 2014.
Os assessores econômicos da Entidade reforçam que parte da recuperação depende principalmente de confiança e pode ocorrer em curto prazo, mas uma retomada vigorosa dos investimentos está condicionada à implementação de reformas e políticas macro e microeconômicas que surtirão efeito somente em médio prazo.
Nota metodológica
O Índice de Estoques é apurado mensalmente pela FecomercioSP desde junho de 2011, com informações de cerca de 600 empresários do comércio nos municípios que compõem a região metropolitana de São Paulo. O indicador vai de zero a 200 pontos, representando, respectivamente, inadequação total e adequação total. Em análise interna dos números do índice, é possível identificar a percepção dos pesquisados relacionada à inadequação de estoques para “acima” – quando há a sensação de excesso de mercadorias – e para “abaixo”, em casos de os empresários avaliarem a falta de itens disponíveis para suprir a demanda a curto prazo.
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