Gamificação utiliza elementos encontrados nos jogos em situações em que normalmente não há entretenimento. Na educação, o conceito tem sido utilizado para facilitar o processo de aprendizagem e engajar o aluno nessa jornada. Realizada no ano passado, a Pesquisa Game Brasil apontou que 73,4% dos brasileiros jogam algum tipo de game. O smartphone foi apontado por mais da metade desse contingente (53,9%) como o principal gadget para os jogos. Sinal de que há um poder nos jogos, sobretudo os virtuais, que já está sendo encarado pela educação como um método para estimular o aprendizado, com resultados cada vez mais positivos.
Criada em 2018 e atualmente com 27 escolas em 9 estados, a Beetools entendeu as infinitas possibilidades que o conceito oferece e, somando experiências bem sucedidas observadas em diversos lugares, criou seu próprio modelo de ensino baseado nas metodologias ativas de ensino, com o emprego da tecnologia e da gamificação o tempo todo. Com realidade virtual e games, dá ao aluno a possibilidade de planejar o curso segundo suas características e necessidades; todo o processo é individual e personalizado. Com a sala de aula invertida, uma das metodologias ativas, o estudante vira protagonista do processo ao buscar o conteúdo por conta própria e ir ao professor para esclarecer dúvidas e encontrar caminhos para melhor desenvolver seu aprendizado.
Assim, com a opção de 30 aulas mensais, por exemplo, em oito meses o aluno já é capaz de obter proficiência na língua inglesa e realizar exames reconhecidos internacionalmente, como o TOEFL e o TOEIC. “Daí, a ideia de soft skills, que são habilidades como capacidade de organização, flexibilidade, trabalho em equipe, proatividade e criatividade,estimuladas quando o aluno é colocado no centro do processo de aprendizagem”, explica Adriana Masson, head acadêmica da Beetools.
Conteúdo no celular
Todo o conteúdo dos cursos está disponível na íntegra no app da Beetools – não há material didático impresso, por isso não há também taxa de matrícula. O aluno pode acessar de onde e quando quiser. Ao se matricular, recebe um par de óculos led de realidade virtual. Ao baixar o app no celular, utiliza os óculos para mergulhar no conteúdo – vídeoaulas, games e realidade virtual. Toda a metodologia tem como objetivo a ideia de lifelong learning: o aprendizado é para sempre, não se encerra quando uma etapa acaba. O aluno precisa estar sempre aberto ao conhecimento, o tempo todo.
“Todos os nossos exercícios são gamificados”, informa Adriana. “Os alunos são recompensados a cada tarefa cumprida, ganham moedas virtuais que podem ser trocadas por prêmios. É o que se chama edutainement”, acrescenta. A palavra é a soma de outras duas, education e entertainment, e se refere à produção de conteúdo educacional, soluções tecnológicas e métodos de ensino que empregam valores do entretenimento, como a própria palavra entrega. Em uma aula, o aluno da Beetools pode escolher um jogo de RPG em inglês ou outros tipos de jogos online para aprender. Em Have Fun, dentro do aplicativo, o estudante encontra dicas de músicas, filmes e séries disponíveis nas plataformas de streaming, relacionados ao tema que está estudando. Também pelo app, ele acesa o blog Beetools, em que tem acesso a mais informações sobre o conteúdo das aulas.
“Nosso material é atualizado constantemente. Se lançam uma série que a gente percebe que os alunos estão acompanhando, então o conteúdo é atualizado com essa série”, acrescenta Adriana.
O curso é híbrido: o aluno pode escolher se quer fazer na escola ou em casa. Mas toda a metodologia foi pensada para que o curso seja desenvolvido remotamente. O que fez com que a Beetools e seus alunos não enfrentassem dificuldades na adaptação devido à pandemia da Covid-19. Hoje, 85% dos alunos da edtech dão preferência ao estudo remoto.