No dia 20 de março celebra-se o Dia Mundial da Saúde Bucal, data escolhida pela Federação Dentária Internacional (FDI) para conscientizar as pessoas sobre a relevância do tema. E para os pets o assunto é igualmente importante, motivo pelo qual o time de veterinárias da DrogaVET alerta os tutores sobre o que a falta de higiene bucal regular pode acarretar nos animais de estimação.
De acordo com a veterinária parceira da DrogaVET, Dejoara Zvoboda, a ausência de escovação e de cuidados bucais nos pets pode desencadear doenças perigosas. “De acordo com Marcello R. Da Roza, autor do livro Odontologia Veterinária: Princípios e Técnicas, publicado em 2018, pela editora Medvet, 85% dos cães e 60% dos gatos, com mais de cinco anos de idade, apresentam doenças periodontais. Elas começam pelo acúmulo de bactérias nos dentes e alcança até os tecidos que sustentam o periodonto (gengiva), cemento, osso alveolar e ligamento periodontal”, detalha a especialista.
Na mesma linha, a veterinária da DrogaVET, Farah de Andrade, explica que as primeiras evidências de que elas estão ocorrendo é halitose, salivação excessiva ou dificuldade na alimentação com a ração seca e suas consequências podem ser locais ou sistêmicas no organismo. “Além da perda de dentes, fraturas patológicas de mandíbula, comunicação com a cavidade nasal, olhos e ductos lacrimais, pode ocorrer a migração das bactérias orais para rins, fígado, articulações e coração”, alerta Farah.
Além disso, as profissionais alertam para o surgimento do cálculo dentário (acúmulo de resíduos alimentares com a saliva) que é bastante comum, porém alguns animais têm maior tendência para que isso ocorra, como os braquicefálicos, ou seja, aquelas raças que possuem “focinho achatado”, como é o caso do shitzu, pequinês, pug, buldogue francês, buldogue Inglês e persa; ou raças pequenas, como o spitz alemão, o yorkshire e o pinscher. “Os cães têm maior propensão à doença periodontal e o cálculo acaba por esconder um biofilme de bactérias que destrói o tecido de sustentação do dente trazendo graves consequências. Já os gatos podem desenvolver doenças inflamatórias crônicas, que causam muita dor e desconforto, e alterações da cavidade oral, como a lesão de reabsorção dentária e a gengivoestomatite crônica”, explica Dejoara.
Para evitar essas doenças bucais locais e sistêmicas as especialistas reforçam a importância da realização da escovação diária, assim como o checkup oral junto ao médico veterinário do pet. “A avaliação bucal deve ser realizada, pelo menos, uma vez ao ano, durante os reforços anuais das vacinas ou em consultas de rotina. Embora muitos tutores não tenham conhecimento disso, cuidar da higiene bucal do pet, desde o nascimento dele, é uma das principais medidas de prevenção, criando, adicionalmente, uma regularidade na escovação bucal do animal, pois é o processo de fricção das cerdas da escova que irá remover os resíduos de alimento e o biofilme bacteriano da superfície dentária”, pontua Farah, lembrando a placa bacteriana pode se formar no período de 24 a 36 horas, após a ingestão dos alimentos.
Facilidade para hora da escovação
Ao contrário dos humanos, é muito comum os pets ingerirem a pasta na hora da escovação. Por conta disso, as veterinárias explicam que não se deve usar o creme dental de humano nos pets. “Uma das formas indicadas para auxiliar na hora da higiene bucal dos animais é manipular pastas, enxaguatórios bucais, creme dental, mousse, filme oral e até os lenços umedecidos, personalizando-os no sabor que o pet gosta. Na DrogaVET, por exemplo, há uma diversidade de flavorizantes, que vão de o sabor carne até o de leite condensado, incluindo também baunilha, morango, banana e, até mesmo, os herbais, como a menta”, elenca Farah. A profissional explica ainda que a tarefa de escovar os dentes pode ser estressante tanto para os tutores quanto para os animais, mas que o uso do manipulado flavorizado pode tornar esse momento prazeroso para ambos.
Dejoara complementa que o importante é tornar o momento da escovação uma rotina e sempre associar a recompensas, com brincadeiras ou passeios logo na sequência. “Cães e gatos se adaptam bem à rotina e, com isso, passam a tolerar mais facilmente, após algum tempo, o processo de escovação. Além disso, realizar a escovação em ambiente calmo e num momento tranquilo ajuda a deixar o pet confortável. Carinhos e mimos também incentivam uma melhor receptividade do animal”, comenta Dejoara.
Além da escovação, a utilização de petiscos, ossos e mordedores são uma boa pedida para combater doenças que possam aparecer pelas vias orais. “Eles contribuem para a prevenção, assim como a alimentação seca, por meio de ração, pois acumulam menos resíduo entre os dentes se comparada à ração úmida, por exemplo. Mas, caso o animal se alimente exclusivamente com alimentação natural, recomenda-se aumentar a frequência das escovações”, alerta Dejoara.
As veterinárias ressaltam, ainda, que antes de iniciar o processo de escovação, um médico e um odontologista veterinário de confiança devem ser consultados. “Através de uma consulta o profissional verificará a existência prévia de cálculo dentário e, até mesmo, de gengivite, que é um processo inflamatório da gengiva que pode causar dor e desconforto para os pets. Nesses casos, uma limpeza realizada pelo profissional ajuda a tratar e restaurar a saúde periodontal”, finalizam as profissionais.