No próximo 5 de outubro é comemorado o Dia do Empreendedor. A data foi escolhida em homenagem à lei 9.841/1999 que instituiu o Estatuto da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte.
Diante das dificuldades encontradas no cenário econômico nacional, os brasileiros estão em busca de novas oportunidades e o franchising é uma saída para quem procura formas de empreender. Os modelos de negócios já testados e o rápido retorno financeiro é o que normalmente atrai os investidores.
De acordo com a Pesquisa de Desempenho do Setor de Franquias, divulgado pela Associação Brasileira de Franchising, o segmento movimentou R$ 43.122 bilhões no segundo trimestre de 2019 e a instituição prevê um crescimento de até 7% no faturamento total e um aumento de 5% no número de vagas de trabalho no setor até o final deste ano.
Confira alguns perfis de empreendedores que criaram modelos de negócios e que hoje faturam milhões de reais:
Lucilaine Lima – Fundadora do Instituto Gourmet
Em 2010 quando surgiu a ideia de criar o Instituto Gourmet, em Serra, no Espírito Santo, Lucilaine Lima não imaginava que sua empresa daria tão certo. Formada em biologia, ela resolveu trocar as aulas para os estudantes do ensino médio para investir em vendas de doces caseiros e assim poder ficar mais próxima de seu primeiro filho.
Com a alta qualidade de seus produtos, seus clientes questionavam seus segredos culinários e então resolveu repassar as informações que tinha transformando suas receitas em um negócio de sucesso. “Trabalhei com doces por quase 7 anos e costumo dizer que idealizei o curso 7 em 1, pois, tudo o que errei, pude facilitar para o aluno nos módulos que disponibilizamos, pensando sempre em tornar o aluno um empreendedor e gestor”, diz Lucilaine.
Hoje, o Instituto Gourmet é considerado a maior rede de franquias especializada em cursos profissionalizantes na área de gastronomia do Brasil. Sua primeira unidade foi inaugurada em 2014 e, em poucos meses, já obteve um bom faturamento. Após 5 anos no mercado a rede possui 70 unidades comercializada e em 2018 faturou R$ 14 milhões.
Rafael Matos – Sócio Fundador do N1 Chicken
Formado em pedagogia, Rafael Matos já atuou nas áreas de artes cênicas e educação, e foi há quatro anos que surgiu a vontade de empreender. Então, ele e seu amigo de infância, Victor Abreu, tiveram a ideia de abrir uma franqueadora.
Para isso, eles passaram a pesquisar como funcionava o mercado de franchising no segmento de alimentação e perceberam que muitas redes possuíam um plano de negócio muito complexo para o franqueado. “Chegamos à conclusão de que precisaríamos, antes de qualquer coisa, ser um franqueado para entender na prática como funcionava”, comenta Rafael.
Depois de um ano e sete meses como franqueado, os dois empreendedores contaram com o reforço de seus atuais sócios, Luciana Sarres, Felipe Sarres e Thiago Salla e tiveram a iniciativa de alugar um ponto para dar início ao que hoje é o N1 Chicken. “Ficamos 1 ano de portas fechadas ao público, pesquisando e testando tudo para criar o melhor frango frito e a melhor gestão de delivery do país”, afirma Rafael. Em 2018, a rede faturou R$ 18 milhões e para este ano a meta agora é alcançar a marca de 100 unidades comercializadas
Flávio Thenório e Giovanna Domiciano – Fundadores da Arena Baby
Em 2015, após voltarem de uma viagem para o exterior, os irmãos Flávio Thenório e Giovanna Domiciano, resolveram abrir a primeira loja para bebês no formato ganha-ganha. O conceito é que os clientes levem produtos que seu filho ou parente não utilize mais e gere crédito na compra de outros produtos da loja.
A loja começou virtualmente e logo os fundadores perceberam que havia um potencial diferente para o empreendimento. Em janeiro de 2015 eles fundaram a primeira loja com 51 peças, entre roupas, calçados e acessórios e apenas uma mesa, uma cadeira e um computador, além de algumas prateleiras. “Tudo era seminovo, acho que nosso investimento inicial não deve ter sido maior do que R$ 3.000,00”, comenta Flávio.
Hoje, a Arena conta com 09 franquias e um faturamento de R$ 6,6 milhões anual. A expectativa é que em cinco anos a rede já possua 147 lojas espalhadas pelo país.
Elidio Biazini – Fundador da Dídio Pizza
Elidio Biazini já trabalhou na roça, em plantação de café, com seus pais no interior de São Paulo, foi vendedor de sorvetes e de uma certa forma, o setor alimentício sempre o atraiu. Aos 12 anos, trabalhou numa padaria, onde sua curiosidade por texturas e combinações de alimentos começou. Tempos depois foi trabalhar como lavador de carros – emprego onde evoluiu até virar manobrista. Aos 17 anos, Biazini se tornou office boy de um escritório de advocacia e, de lá, foi contratado numa empresa multinacional. Somente aos 35 anos, já casado e com dois filhos, conseguiu montar seu primeiro negócio. Decidiu então, que seu primeiro negócio seria uma pizzaria. O restaurante foi aberto em 1993 no bairro da Lapa – SP. O empresário nunca foi um grande chefe de cozinha, mas sempre teve muita sensibilidade em combinações de sabores e texturas, na aprovação de lançamentos e tendências. O nome Dídio é uma homenagem ao avô.
Hoje a Dídio Pizza é considerada uma das redes unicamente delivery de maior qualidade do mercado e a franquia só tem bons exemplos de empresários que aderiram e multiplicaram o sucesso de Elidio Biazini. Já são 25 lojas em operação e uma venda anual de 510 mil pizzas, com um faturamento de R$ 30 milhões.
Tudo graças a alguém que apesar de não ser chefe de cozinha, dá os melhores pitacos aos profissionais de sua equipe, que consegue fazer pizzas que são unanimidade quando o quesito é sabor e textura.
Marco Giroto – fundador da SuperGeeks
Empreendedor nato e programador desde os 12 anos, Marco Giroto uniu sua expertise à de Vanessa Ban, sua esposa, formada em letras, para criar a SuperGeeks. Antes de fundar a rede de franquias que hoje conta com mais de 50 unidades e 5 mil alunos, o casal já esteve à frente de quatro empresas. Destas experiências, eles tiraram grandes aprendizados, principalmente o de que todo empreendedor deve ter foco em um negócio para que seja bem sucedido.
Entre as empresas que criaram está uma de áudio livro (livros gravados para serem ouvidos), de publicidade em livros eletrônicos e uma de “boneca inflável” para cachorros. Além disso, Marco já foi autor de um livro, entre outras ideias que teve e que quase colocou no papel. Em sua trajetória profissional, Marco conta que foi Vanessa quem o ajudou a “manter os pés no chão” e colocar suas idealizações em prática.
O conceito da SuperGeeks surgiu em 2012, no Vale do Silício (EUA), onde o casal morava. Lá perceberam que escolas, empresas e políticos estavam se mobilizando para ensinar Ciência da Computação para crianças e adolescentes. Amantes da tecnologia e da educação, Giroto e Ban, fundaram a SuperGeeks e levaram o conceito ao Brasil.
Fundada em 2014, a SuperGeeks é a primeira e maior escola de Programação e Robótica para crianças e adolescentes do Brasil. A rede atende crianças entre 05 e 17 anos que fazem cursos para aprender Ciência da Computação, a partir do desenvolvimento de games, do conhecimento em Robótica, Realidade Virtual e Aumentada, Inteligência Artificial e também por meio da criação de aplicativos e sistemas web, incluindo questões de redes de computadores e servidores. Com mais de 60 unidades em operação no país, a marca inicia seu projeto de expansão dentro do Brasil e em outros países, como Portugal, Estados Unidos, Japão e regiões de língua espanhola.
José Roberto Campanelli – Fundador da Mary Help
Quando o engenheiro José Roberto Campanelli ligou para todos os seus amigos atrás de uma indicação de diarista para sua casa e ele ainda não sabia que estava dando o primeiro passo para criar um negócio milionário. Empresário experiente com passagem com passagens por rede de fast food, joalheria, comercialização de placas entalhadas em madeira e venda de produtos de aromatização de ambientes, José Roberto logo viu que ali existia uma oportunidade para um novo negócio. Afinal, se ele tinha aquela necessidade outras pessoas também tinham e ele poderia explorar isso criando uma empresa que aproximasse quem precisa de serviços domésticos de quem presta esse serviço.
Em abril de 2011 nasceu a pioneira Mary Help Diaristas e Mensalistas, agência com profissionais para limpar, faxinar, lavar e passar roupas, cozinhar, cuidar de idosos, babás, entre outros serviços. Além de agenciar diaristas, as unidades Mary Help fazem processos seletivos de empregados mensalistas e também a terceirização de mão de obra destes profissionais. Todos os serviços podem ser agendados via aplicativo da marca, site, WhatsApp ou mesmo por telefone.
A Mary Help se tornou sucesso inicialmente em São José do Rio Preto onde Campanelli residia e já no final de ano de criação a empresa entrou para o ramo do franchising. Pioneira eu seu nicho, o modelo da Mary Help ainda acabou por influenciar outras marcar que vieram depois. A Mary Help possui mais de 80 unidades no Brasil, em 2018 faturou mais R$ 35 milhões e no último ano dobrou o número de diárias. Em média, são realizadas 30 mil diárias por mês na franquia.
João Paulo Albuquerque – Sócio Fundador da Folks Pub Sertanejo
O paranaense João Paulo Albuquerque ou JP, como gosta de ser chamado, começou a jogar golfe aos 11 anos de idade. Depois de deixar o golfe, fez alguns trabalhos e cursos na área de administração e finanças, estava planejando mudar para São Paulo, objetivando o mercado financeiro, quando, em uma conversa de bar com dois amigos, surgiu a ideia de montar um negócio inovador para a região de Londrina: um Pub Sertanejo. “Sabíamos que lá existia essa lacuna, que seria um local ideal para esse empreendimento”, diz JP. Surgiu então, em 2014, a primeira unidade do Folks Pub Sertanejo na cidade paranaense.
Os desafios iniciais foram lidar com o preconceito e o desconhecimento do público em geral sobre todo o trabalho e planejamento que existem por trás de uma operação de pub ou casa noturna. Há toda uma gestão de pessoas, financeira, comercial que precisa acontecer dentro de uma operação como essa, assim como qualquer outra atividade de varejo franqueável.
Hoje são cinco unidades próprias que atingem um faturamento anual de R$ 20 milhões e o projeto de expansão se dará através de franquias. “Queremos expandir o Folks para todas as médias e grandes cidades do Brasil”, afirma JP.
A expectativa da rede é de comercializar sete unidades até o final do ano, para garantir a excelência no atendimento, o amparo ao futuro franqueado vai desde treinamentos iniciais, suporte de implantação, a consultoria e treinamentos ao decorrer da operação. “Buscamos pessoas com um perfil comercial e que pretendam iniciar ou mudar para uma carreira de empreendedorismo num segmento dinâmico e desafiador. E, que ao mesmo tempo, consigam alinhar trabalho e diversão”, conclui JP.
Reinaldo e Gustavo Zanon – CEO e CCO da Seguralta
Quando os irmãos Zanon assumiram a Seguralta, a empresa operava em um déficit de R$ 300 mil reais e a sucessão foi feita no momento exato, pois hoje a rede faz parte de uma holding que fatura mais de R$ 400 milhões por ano. Fundada em 1968, por Reinaldo Zanon Filho, a Seguralta é pioneira no mercado de Seguros e apenas em 2008, após 40 anos de mercado, a rede ingressou no franchising.
“Nem sempre herdar uma empresa é fácil, tem que saber se adaptar e inovar para continuar em pleno crescimento. Entrar para o franchising nos rendeu novos ares e fez a empresa expandir”, relata Reinaldo Zanon.
A expansão da rede aconteceu após Reinaldo Zanon e Luis Gustavo Zanon, filhos do fundador, assumirem a presidência da rede. “Esperamos o segmento de seguros ficar totalmente informatizado e enquanto isso, fizemos muitas pesquisas de mercado para já iniciarmos a operação com todos os modelos de negócios disponíveis”, comenta Reinaldo.
Os números da Seguralta não negam como a entrada para o setor de franquias deu certo. A marca é hoje uma das maiores corretoras de seguros do país e pioneira em seguros no franchising. Com mais de mil unidades no Brasil, deverá somente neste ano comercializar 300 novas franquias. Em 2018 saltou da 17ª para 12ª na posição entre as maiores redes de franquias do Brasil, conforme a ABF e registrou um aumento de 40% em relação ao ano anterior, finalizando o ano com um faturamento de R$ 300 milhões somente com a venda de produtos.