Sistema de Gerenciamento de Riscos é o nome dado aos programas preventivos de amortização de conflitos que possam vir a existir entre as partes envolvidas em um negócio. Segundo Melitha Novoa Prado, advogada especializada em consultoria preventiva para redes de franchising e varejo, esta é uma ferramenta essencial também quando se trata do Sistema de Franchising, que é versátil e adaptávelàs mais variadas situações. “Não existe qualquer restrição ou obrigatoriedade legal para um franqueador criar um processo de seleção; um programa de treinamento ou um plano de suporte. Tudo isso pode ser objeto de mudanças e transformações, conforme a necessidade do franqueador e momento da rede de franquia”, ilustra.
Entretanto, como é o franqueador que cria as regras, é dele que dependem as mudanças e a disseminação dos valores e da cultura que ele mesmo criou. É isso o que vai estimular a mudança de comportamento dos franqueados. “Um novo olhar sobre os conflitos deve partir do franqueador, que deve enxergá-los de maneira diferente e buscar sempre um diálogo construtivo com o franqueado”, analisa a advogada.
Ela destaca que o principio básico para administrar conflitos entre franqueados e franqueadores deve ser a manutenção de um relacionamento colaborativo e saudável. “O maior risco do franqueador, atualmente, é a qualidade das suas relações com seus franqueados, que não são nada tangíveis e, muito menos, previsíveis. Na realidade, tratam-se de aspectos subjetivos, subliminares e complexos que são ainda muito pouco explorados pelas partes”, diz.
São várias as técnicas que podem ser usadas para gerenciar riscos. A melhora da qualidade do diálogo entre as partes, a prática colaborativa e o retorno aos motivos que deram início àquela parceria são algumas das ferramentas que podem ser mais efetivas.
Para a especialista, o diálogo construtivo é a melhor maneira de evitar maiores problemas. Por isso, sublinha a importância de construir uma plataforma de gerenciamento de crises de maneira colaborativa e compartilhada, encontrando pontos de convergência em posições distintas entre franqueador e franqueado.
Mas, se o objetivo é administrar e amortecer conflitos, qual a função do advogado, neste caso? “O advogado sabe quais são as vantagens e desvantagens de cada ação realizada pela franqueadora. É esse profissional que ajuda na escolha das melhores táticas preventivas de acordo com a realidade das partes”, explica. Assim, caberá a esse profissional promover conversas significativas que transformem as percepções das partes, propondo ideias que levem a ações concretas para resolução dos conflitos. “O franchising, hoje, é um sistema de relacionamento horizontal e compartilhado, dentro do qual todos devem ser ouvidos, respeitados e reconhecidos”, destaca.
A seguir, a especialista propõe dez atitudes para que o franqueador melhore seu relacionamento com seus franqueados:
1. Identifique a causa da empresa/ trabalho e sua cultura e valores;
2. Valorize processos tanto quanto valoriza os resultados: isso envolve características como criatividade, habilidade e talento;
3. Tenha uma postura empreendedora, fazendo acontecer;
4. Abra janelas de oportunidade para ganhar mais espaço e relevância junto à rede de franquia: seja mais consciente, colaborativo, compartilhado e proporcione impacto positivo para a sociedade;
5. Aproveite o capital intelectual da sua rede de franquia;
6. Trabalhe em rede, ouvindo seus franqueados, dividindo com eles as frustrações, conquistas e desafios, pensando e inovando junto;
7. Busque o sucesso da marca com os franqueados por meio de conexões, diversão, prazer, trabalho cooperado, objetivando a construção de um mundo melhor;
8. Compartilhe com a rede formas de fazer, de pensar, de viver e de aprender;
9. Relacione-se por ação e não apenas por reação. Seja proativo;
10. Nunca se esqueça que respeito, confiança, transparência e integridade são itens básicos de qualquer relação.
Simone Valente – EmPauta Comunicação
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