De vendedor ambulante de quadros a fundador da maior rede de Esmalterias do mundo

O primeiro empreendimento de Gustavo Andare, 36 anos, faliu. Ele montou seu primeiro negócio junto à alguns amigos, uma casa noturna. E o empreendimento foi tão bem que ele decidiu entrar como sócio em um outro investimento, porém, este último, acabou não dando certo, e por fim, comprometendo tudo o que o empresário já havia conquistado até ali. Falência dupla.

Como tudo começou

A herança libanesa do empresário, talvez, tenha tido grande influência em seu faro aguçado para os negócios.  Este mesmo profissional, fundador da maior rede de Esmalterias do mundo, teve sua iniciação no mundo dos negócios muito cedo, e já se aventurou vendendo gelinho nas ruas, jornais, fitas de vídeo game, entre outros. “Era divertido”, comenta Gustavo.

Mas como de costume entre as famílias brasileiras, existe uma grande pressão para que as pessoas busquem uma ocupação que lhe tragam estabilidade financeira, tornando profissionais infelizes e consequentemente não promissores. Neste momento, para Gustavo, é preciso encarar um dilema que ele mesmo teve de encarar: a briga interna (e que não deve ser eterna) entre a zona de conforto e o sonho de liberdade.

Desafios e decisões

Gustavo trabalhou no mercado formal por muito tempo, e durante este período, teve que encarar o dilema inevitável: a briga interna (e que não deve ser eterna) entre a zona de conforto e o sonho de liberdade. E enfim, depois de inúmeras propostas de um grupo de amigos da faculdade para abrir um bar no bairro mais badalado de São Paulo, ele cedeu. 

O empresário confessa ter ficado assustado, mas resolveu largar o emprego e botar a mão na massa, literalmente, pois ele mesmo, juntamente ao amigos, pintaram paredes, fizeram reparos e toda a parte de reforma do estabelecimento, para assim diminuir os gastos. Algo que Gustavo julga imprescindível para quem pensa em empreender, trabalhar sem medo e do modo mais verdadeiro possível.

Foram muitos meses assim, os próprios sócios fazendo tudo o que era possível para inaugurarem a casa sem terem que gastar mais que o valor acordado no orçamento. Isso não aconteceu, gastaram muito mais!  

O empresário conta que no início tudo eram flores, muita badalação, e a ideia de se divertir no trabalho logo foi substituída pelo cansaço, o estresse de trabalhar a noite, realizar compras durante o dia e ainda administrar o negócio. Eram os obstáculos, entretanto o negócio ia bem, e não demorou muito para que Gustavo recebesse uma outra proposta de negócio. 

O fracasso

Um antigo genro lhe ofereceu uma sociedade num bar no litoral norte de SP, Maresias, e a proposta inicialmente era somente para uma temporada de 3 meses. Enquanto os sócios de SP tocavam a casa noturna, Gustavo partiu pro Litoral se aventurou numa operação que, apesar de ter um investimento alto, parecia ser bem lucrativa. Seu genro na época já fazia parte do mercado de bares na região, então Gustavo viu uma oportunidade par aprender e aplicar os ensinamento em seus negócios, o que não aconteceu, pois a sociedade foi catastrófica, e aquele quem o empresário acreditava ser um mentor tornou-se um inimigo por conta das dificuldades por eles vivenciadas, deixando Gustavo com uma dívida astronômica, em pânico e envergonhado de voltar para SP perante os sócios locais. O empresário relata que até em suicídio pensou.

O recomeço

Depois de uma noite em claro, sentado na praia e com o estoque de lágrimas esgotado, o sol nasceu. Gustavo relata que nunca irá se esquecer daquela manhã, pois tudo lhe suou diferente, a luz do sol brilhava estranhamente mais bonita, as cores, o cheiro, tudo estava realmente diferente, despertando uma força interna que nem ele mesmo sabia que tinha, e a consciência de que ele realizou todas as escolhas que lhe levaram onde ele estava.

Quem havia dado as caras era a lei da causa e efeito, que caiu como um raio no empresário e lhe fizeram compreender que para ter resultados diferentes ele precisaria fazer escolhas diferentes. Engoliu o orgulho e voltei para São Paulo, onde precisou vender sua parte na sociedade do bar e quitar as dívidas que ficaram com a falência do negócios em Maresias. Sobrou-lhe de tudo um carro velho e uma nota de R$10 no bolso, prometendo para si mesmo que com muito suor e trabalho transformaria esses R$10 em R$10 milhões. 

Em uma conversa com a irmã, que havia comentado de uma tal “escultura de parede” que ela queria colocar no quarto dela, porém, era muito cara, Gustavo não conhecia a arte, mas quando viu pensou logo num pedaço de MDF recortado e pintado, e teve um insight, falou para irmã que tinha R$ 10 e compraria o material para fazer a escultura para ela. No momento a irmã julgou engraçado, mas prometeu comprar a obra caso gostasse. 

Gustavo comprou o material e fez a tal escultura, que na época não agradou em nada sua irmã, mas o mesmo não desanimou, pegou os quadros, os colocou no carro e foi pra rua, na esperança de que alguém se comoveria e lhe desse algum dinheiro em troca daquilo. E mesmo parecendo impossível, ele consegui vender sua primeira peça por R$ 100, que na verdade era R$ 80 mas o comprador fez questão de que ele ficasse com o troco.

Dos R$ 10 aos R$ 10 milhões

Alguns anos e muitas esculturas depois, Gustavo ganhou uma quantia significativa de dinheiro, entretanto, os desenhos que já eram conhecidos e copiados tornaram-se um desafio muito grande para o então vendedor ambulante, que não tinha condições de competir com a concorrência que produzia em larga escala, e ao invés e desanimar deu o próximo passo, abriu sua própria empresa.

Como o mercado de beleza sempre foi muito promissor no Brasil, Gustavo, que quando trabalhou no mercado formal havia adquirido experiência numa clínica de estética, resolveu trilhar por este caminho e fundou a Serafina Estética Especializada, e após um ano começou a franqueá-la.

Após estudos e algumas viagens para se aprofundar no universo feminino, Gustavo percebeu um nicho interessante no mundo das Esmalteria e ao mesmo tempo uma carência enorme do serviço no Brasil. Montou então a Esmalteria Nacional, uma espécie de Nail Bar, onde as clientes poderiam fazer as unhas, tomar um drink e ter momentos de descontração com as amigas, além de contar com normas de biossegurança. O negócio pegou, foi um sucesso!

Em menos de um ano a rede já contava com 100 contratos fechados e mais de 1 mil candidatos a franqueados. E como o empresários já havia aprendido que dinheiro bom, era dinheiro reinvestido, investi na profissionalização da empresa e principalmente na dele, tornando-se um especialista em franchising.

Atualmente

Hoje, Gustavo Andare é fundador da Andare S.A, holding responsável pela Serafina Estética Especializada e pela Esmalteria Nacional, além das marcas Escovar e Depileria que vieram depois com todo o sucesso da rede de Esmalterias.

Reforçando sua credibilidade e talento, Gustavo também é responsável por importantes premiações recebidas pela holding, como o prêmio “Líderes do Brasil”, pela LIDE (Grupo de Líderes Empresariais), “Franqueado do Ano” pela ABF (Associação Brasileira de Franquias), “Empresa Brasileira do Ano de 2014” pelo LAQI (Latin American Quality Institute), “Melhor Startup de 2013” no Best Franchisee of the World em Firenze na Itália, entre outros. 

Metas 

Simples e motivadora, a meta pessoal do empresário, hoje, depois de todo este sucesso, é ensinar para o maior número de pessoas tudo o que ele aprendeu durante sua jornada e passar para novos investidores que é a coragem de encarar a vida de frente com os fracassos, as vitórias, as quedas e as glórias que os tornam vencedores. “Quero mostrar a minha metodologia para o sucesso e vê-la dando frutos por aí”, conclui Andare.

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