O mercado de trabalho formal do comércio atacadista paulista registrou resultados positivos pelo segundo mês consecutivo. Em maio, foram criados 133 empregos formais, resultado de 14.210 admissões e 14.077 desligamentos. Foi o primeiro saldo positivo para o mês de maio desde 2014, quando foram criados 234 postos de trabalho. Com isso, o atacado paulista encerrou o mês com 491.854 trabalhadores ativos, uma leve queda de 0,2% na comparação com o mesmo mês de 2016 – a retração mais amena do mercado de trabalho do atacado paulista na comparação interanual desde abril de 2015. No acumulado dos últimos 12 meses, houve a eliminação de 958 empregos, ante os 19.992 perdidos no mesmo período de 2016.
Os dados são da Pesquisa de Emprego no Comércio Atacadista do Estado de São Paulo (PESP Atacado), realizada mensalmente pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) com base nos dados do Ministério do Trabalho, por meio do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) e das informações sobre movimentação declaradas pelas empresas do atacado paulista. As informações mostram o nível de emprego do comércio atacadista em 16 regiões e dez ramos de atividade. A FecomercioSP passou a acompanhar tais dados em fevereiro de 2016.
Das dez atividades pesquisadas em maio, cinco apresentaram redução no estoque de emprego na comparação com o mesmo mês de 2016, com destaque para materiais de construção, madeira e ferramentas (-2,9%); eletrônicos e equipamentos de uso pessoal (-2,5%); e máquinas de uso comercial e industrial (-1,7%).
Em contrapartida, os segmentos que apresentaram os melhores desempenhos na mesma base comparativa foram produtos farmacêuticos e higiene pessoal (2,7%); alimentos e bebidas (0,7%); e tecidos, vestuário e calçados (0,4%).
Entre as 16 regiões analisadas pela pesquisa, metade delas abriu vagas em maio, com destaque para Campinas (147 vagas), capital (145) e Araraquara (83). Já os piores desempenhos do mercado de trabalho foram observados nas regiões do ABCD (-168 vagas), de Taubaté (-84) e do Litoral (-50).
De acordo com a assessoria econômica da FecomercioSP, há uma clara estabilização do estoque de empregos do setor, o que deve ser considerado como uma boa notícia,uma vez que houve significativa redução de postos de trabalho com carteira assinada em 2015 e 2016.
A estabilização do mercado de trabalho notada em maio, segundo a Federação, é resultado de uma ligeira melhora das vendas do principal mercado consumidor do comércio atacadista, o varejo. Números do primeiro trimestre do faturamento bruto corrente do setor varejista paulista mostram, mesmo que em relação a uma base fraca de comparação, há reação da receita de vendas. Se há tendência de reação das vendas do varejo, há também mesma tendência no atacado. Essa realidade, segundo a FecomercioSP, aliada ao enxugamento recente do quadro funcional desse setor garante um nível mais constante da empregabilidade.
Atacado paulistano
O comércio atacadista da cidade de São Paulo criou 145 empregos em maio, resultado de 5.372 admissões contra 5.227 desligamentos. Com isso, a ocupação formal atingiu 205.487 empregados. O saldo acumulado dos 12 meses ficou positivo em 656 empregos, o que levou aumcrescimento de 0,3% no estoque total de trabalhadores na comparação com maio de 2016. É a primeira vez desde fevereiro de 2015 que o setor registra aumento no número de trabalhadores nessa base de comparação.
Entre as dez atividades analisadas, cinco apresentaram saldo positivo de empregos em maio, com destaque para os segmentos de produtos farmacêuticos e higiene pessoal (112 vagas); e alimentos e bebidas (82). Em contrapartida, os maiores saldos negativos do mês foram encontrados nas atividades atacadistas de eletrônicos e equipamentos de uso pessoal (-47 vagas); e material de construção, madeira e ferramentas (-44).
Nota metodológica
A Pesquisa de Emprego no Comércio Atacadista do Estado de São Paulo (PESP Atacado) analisa o nível de emprego do comércio atacadista. O campo de atuação está estratificado em 16 regiões do Estado de São Paulo e dez atividades do atacado: alimentos e bebidas; produtos farmacêuticos e higiene pessoal; tecidos, vestuário e calçados; eletrônicos e equipamentos de uso pessoal; máquinas de uso comercial e industrial; material de construção, madeira e ferramentas; produtos químicos, metalúrgicos e agrícolas; papel, resíduos, sucatas e metais; energia e combustíveis; e outras atividades. As informações são extraídas dos registros do Ministério do Trabalho, por meio do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) e das informações sobre movimentação declaradas pelas empresas do atacado paulista.