Com a maior parte dos estabelecimentos de portas fechadas durante o mês de abril e impedidos de realizarem atendimentos presenciais, a Pesquisa Conjuntural do Comércio Varejista (PCCV) do Estado de São Paulo registrou baixa de -22,8% e a Pesquisa Conjuntural de Serviços do município de São Paulo apresentou retração de -33,4%. O faturamento do comércio atingiu R$ 46,7 bilhões no mês, R$ -13,8 bilhões abaixo do valor apurado em abril de 2019. Já o setor de serviços alcançou R$ 29 bilhões, R$ -14,6 bilhões a menos, se comparado ao mesmo período do ano passado. A maior perda de suas séries históricas, iniciadas respectivamente em 2008 (PCCV) e 2010 (PCSS).
Em 100 dias de quarentena no Estado de São Paulo, de 24 de março a 30 de junho, a FecomercioSP estima que houve queda de -21,9%, ou seja, um prejuízo de R$ 43,7 bilhões ao comércio varejista.
As pequenas empresas de serviços, enquadradas no Simples na capital, foram ainda mais prejudicadas, houve baixa de 66% em suas receitas, na comparação com abril de 2019, perda de R$ 2,9 bilhões no mês. Grande parte dos bares e restaurantes estão nesse grupo e, mesmo com as entregas por delivery, não conseguiram manter seus rendimentos nos mesmos patamares.
Com a alta do desemprego e o encolhimento da renda das famílias, a Entidade estima uma retomada bem lenta da economia. Dessa forma, a expectativa é de queda de 10% no fechamento do semestre do setor varejista, com perdas de R$ 35,8 bilhões, e retração de 7,1% no fechamento do ano, com prejuízo de R$ 53,7 bilhões.
Segundo a Federação, com as restrições impostas para contenção da pandemia, os consumidores estão focados na compra de itens essenciais, apenas os segmentos de farmácias (3,4%) e supermercados (1%) tendem a mostrar aumento de venda anuais.
Dica ao empresário
A recomendação é que os empresários monitorem diariamente as ações do mercado e sejam cautelosos, para resguardar seus negócios, tentando manter os custos operacionais viáveis. Assim, é preciso buscar liquidez e canais alternativos para geração de receita, equilibrar o fluxo de caixa, controlar rigorosamente o estoque e evitar endividamento em excesso, procedimentos essenciais na gestão de crise.
Principais resultados
Das noves atividades pesquisadas do varejo, sete sofreram queda em seu faturamento real no comparativo anual em abril, com destaque para lojas de vestuário, tecidos e calçados (-77,8%), concessionárias de veículos (-70,8%), outras atividades (-32,4%) e lojas de eletrodomésticos e eletrônicos (-43,9%). Em conjunto, o impacto negativo gerado foi de -23,7 pontos porcentuais (p.p.).
Em contrapartida, as atividades de supermercados (9%) e farmácias e perfumarias (3%) obtiveram alta em seu faturamento de abril. Somadas, contribuíram para o resultado geral com 3,4 p.p.
Já no setor de serviços, das 13 atividades, dez registraram retração em relação ao mesmo mês do ano anterior, com destaque para: Turismo, Hospedagem e Eventos (-82,9%); e Simples Nacional (-66%). Causando impacto negativo de -8,1 p.p.
Por outro lado, agenciamento (28,5%) e representação (6,7%) apresentaram altas em abril. Contribuíram para o resultado geral com 2,1 p.p.