De acordo com dados divulgados recentemente pela Associação Brasileira de Franchising (ABF) houve um aumento no interesse dos jovens entre 18 e 24 anos pelo segmento de franquia, tanto que a participação dessa faixa etária no volume de busca por franquias cresceu de 10,2% de janeiro de 2019 a março de 2020, para 21,3% de março de 2020 a maio de 2021.
Boa parte da nova geração tem optado por investir no próprio negócio ao invés de desenvolver uma carreira dentro de grandes empresas. Um estudo do Global Entrepreneurship Monitor (GEM), de 2018, apontou um crescimento do público jovem entre os novos empreendedores: de 2017 para 2018, a participação de pessoas de 18 a 24 anos subiu mais de 17%, considerando o número total de empreendedores no Brasil.
Reunimos abaixo cases de três jovens que validam os dados das pesquisas e compartilham suas trajetórias de empreendedorismo.
Aos 26 anos, o cearense Dimas Diniz é um exemplo entre os jovens que se destacam como empreendedor. Ele tinha apenas 21 quando decidiu investir no segmento de franquias e adquirir uma unidade da rede de idiomas Rockfeller Language Center em 2016, levando a primeira unidade da marca, que nasceu em Balneário Camboriú (SC), para a região Nordeste do país.
“Desde o primeiro contato com a rede senti a segurança necessária para dar início a minha caminhada como empresário. Fiz uma grande pesquisa nas maiores e mais renomadas redes do segmento, mas o objetivo de empreender em algo diferente e inovador me levou a optar pela Rockfeller”, explica o empresário.
Com o sucesso alcançado em Fortaleza, o empreendedor se tornou um multifranqueado da rede, investindo em mais duas unidades da Rockfeller Language Center: no Tocantins, em 2018, e em Brasília, em 2019. Atualmente, as três escolas somam mais de 800 alunos. Em 2020, o faturamento das três unidades ficou em torno de R$ 2,4 milhões e a expectativa é de um crescimento de 10% para este ano.
Outro jovem empreendedor, é Paulo Henrique Fernandes, 24 anos, da cidade de Cunha, interior de São Paulo. Com investimento de R$ 35 mil, acabou de assinar contrato com a rede de idiomas CNA e abrirá sua unidade no modelo compacto nos próximos meses.
“Comecei a empreender por influência de familiares. Empreender, para mim, nada mais é do que servir pessoas e trabalhar na área educação é mais do que servir, é transformar pessoas”, afirma.
Já Carlos Augusto Jr, 22 anos, está à frente da rede de franquias Frango no Pote, como CEO da marca. Sempre apaixonado por culinária, quando criança assistia vários programas sobre o tema e fazia cookies para vender na escola e ganhar seu próprio dinheiro.
Quando a rede foi fundada em 2012, em Brasília (DF) por seu pai, ele tinha apenas 12 anos. “Meu pai assava os frangos e eu cuidava das embalagens”, lembra. Aos 16 ele saiu da escola e entrou na faculdade de gastronomia. Após concluir o curso foi para os Estados Unidos passar uma temporada de trabalho e depois voltou para assumir a Frango no Pote.
Trouxe na bagagem a experiência de trabalho com restaurantes que operavam com delivery e o conhecimento das dark kitchens. “Quando voltei falei para o meu pai que essa forma de trabalhar seria tendência. Logo montamos toda a estrutura e fechamos contratos de exclusividade para alavancar o delivery e abrimos nossa primeira dark kitchen, em Brasília, em 2019”, lembra Jr.
“Não é fácil, principalmente quando o universo de líderes e CEOs de empresas, é em sua maior parte de pessoas mais maduras e muito mais experientes. Contudo, o fator determinante que direciona onde chegaremos é nossa resiliência, humildade, foco e capacidade de ouvir. Afinal, ninguém nasceu sabendo tudo, o conhecimento é uma dádiva”, afirma Augusto Jr.
Hoje, a marca está presente em 20 estados, com 37 lojas abertas e mais 47 contratos vendidos e em processo de implementação. Em 2020, o faturamento da Frango no Pote subiu 17% e chegou a R$ 25 milhões. Para 2021 a meta é crescer entre 10% e 15%.