O custo de vida na região metropolitana de São Paulo registrou alta de 1,03% em dezembro, encerrando 2019 com elevação de 4,95% – frente aos 3,34% que havia atingido em 2018. O levantamento é da pesquisa Custo de Vida por Classe Social (CVCS), realizada FecomercioSP.
Entre as nove categorias que compõem o indicador, três sofreram variações negativas em dezembro: artigos de residência (-1,04%), vestuário (-0,78%) e habitação (-0,58%). Por outro lado, o segmento de alimentos e bebidas foi o principal responsável pela aceleração do custo de vida em dezembro, com alta de 3,42%, maior da série histórica, iniciada em dezembro de 2010. No acumulado dos 12 meses de 2019, o segmento apresentou acréscimo de 8,15%.
Segundo a FecomercioSP, alimentos e bebidas, transportes e saúde representam mais de 56% do orçamento médio dos lares, e, por estarem em alta, houve contração na renda das famílias em 2019 – especialmente para as classes E e D –, pois são itens de primeira necessidade. O setor de transportes foi responsável pela segunda maior alta de dezembro (1,74%) e fechou o ano com elevação de 6,07%. Já em saúde, a alta mensal foi de 0,41% e a anual, de 5,02%.
Levando em conta que o grupo de alimentos e bebidas foi o que apresentou mais altas ao longo de 2019, os empresários do setor que precisam desses itens em sua cadeia produtiva podem priorizar a aquisição de alguns que registraram retração, tais como massa semipreparada (-0,55%), tomate (-24,44%), alface (-0,91%), mamão (-5,9%), queijo (-1,81%), linguiça (-1,11%), peixe cação (-6,2%), entre outros.
A boa notícia é que, para 2020, o IBGE estima safra recorde e aumento de plantio, o que deve diminuir a pressão inflacionária sobre a cadeia alimentícia. Já para os comerciantes que trabalham com bens duráveis, pode ser o momento oportuno para adquirir mercadorias, pois houve recuo de itens dos segmentos TV, som e informática (-4,78%), móvel para sala (-5,66%), móvel para copa e cozinha (-7,61%) e colchão (-3,99%).
Metodologia
O Custo de Vida por Classe Social (CVCS), formado pelo Índice de Preços de Serviços (IPS) e pelo Índice de Preços do Varejo (IPV), utiliza informações da Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) do IBGE e contempla as cinco faixas de renda familiar (A, B, C, D e E) para avaliar os pesos e os efeitos da alta de preços na região metropolitana de São Paulo em 247 itens de consumo. A estrutura de ponderação é fixa e baseada na participação dos itens de consumo obtida pela POF de 2008/2009 para cada grupo de renda e para a média geral. O IPS avalia 66 itens de serviços e o IPV, 181 produtos de consumo.