Academia do Rock: escola de música ganha espaço ao investir em modelo de franquia

O plano de expansão contempla a abertura de 5 novas unidades ainda neste ano. Atualmente a marca conta com 15 escolas localizadas nos estados do PR, SP e ES.

Franquias de beleza, chocolates e fast food já são conhecidas pelo público brasileiro. Por terem menor concorrência, os chamados “negócios de nicho” estão chamando a atenção de investidores por oferecerem uma fatia generosa de um mercado ainda pouco explorado.

É exemplo a Academia do Rock, empresa curitibana que nasceu como uma brincadeira do empresário Marcelo de Freitas com os filhos. Ao investir grana e tempo para fazer aulas de música para acompanhar seus dois meninos, viu uma oportunidade de negócios. Pesquisou sobre o mercado e, por ser fã de rock, decidiu abrir uma escola no estilo musical, mas que também ajudasse os alunos no desenvolvimento de outras competências.

Com investimento inicial de 180 mil reais, em 2011 abriu a primeira unidade da marca, no bairro Juvevê, em Curitiba (PR). “Em dois anos de funcionamento já estava com 400 alunos e tive que dobrar a estrutura”, comenta. Em 2014 fez consultorias que o ajudaram a formatar o plano de expansão e o modelo de franquia. “A primeira franqueada foi aberta no bairro Batel, em 2016. Esta foi a segunda de Curitiba”.

O negócio ascendeu em 2017 ao abrir unidades no Estado de São Paulo. A Academia do Rock possui hoje quatro escolas na capital paranaense – sendo uma loja própria -, e outras onze franquias espalhadas pelas cidades de São Paulo, Santo André, São Caetano do Sul, São Bernardo do Campo, Campinas, Valinhos, Jundiaí e Vitória (ES).

Marcelo conta que o investimento maior para quem quer abrir uma unidade fica por conta da reforma do imóvel onde vai funcionar a escola. Segundo ele, esse valor gira em torno de 250 a 300 mil reais, mais 70 mil reais em instrumentos e 70 mil de taxa da franquia. “O retorno é de 24 meses, sendo que o ponto de equilíbrio do negócio está entre o terceiro e sexto mês de funcionamento”, diz.

O faturamento se dá em três estágios: no primeiro ano entre 50/60 mil reais por mês, no segundo ano 70/80 mil e no terceiro ano 85 a 110 mil reais, dependendo da cidade. “A lucratividade está entre 20% e 25% deste valor”, complementa.

Diferentão

O diferencial da Academia do Rock fica por conta de sua metodologia com início, meio e fim e padronização das apostilas. “O aluno que quer aprender sobre guitarra, por exemplo, não vai estudar só sobre o instrumento, vai aprender também sobre o amplificador, os pedais, tipos de efeitos, bem como guitarristas que fizeram história no rock”.

O espaço da escola também precisa ter um palco para incentivo total dos alunos. “Eles são as estrelas e o palco é deles”, brinca o empreendedor, fazendo referência aos festivais que organiza para que alunos montem bandas e façam apresentações. “Vídeos profissionais e fotografias em alta qualidade são produzidas durante os eventos para ajudar no portfólio daqueles que querem seguir a carreira”.

As unidades contam, em média, com capacidade para atender de 200 a 300 alunos, sendo que o limitador é a quantidade de salas. “As aulas sempre são individuais, se em uma escola existem 10 salas, teremos dez alunos em determinados horários”. A Academia do Rock conta com três planos diferentes para as aulas de guitarra, baixo, bateria, violão, piano, canto e gaita de boca e prática de banda.

O público que procura pela escola é muito amplo, com 35% dos alunos entre 05 e 14 anos, 38% de adultos e os demais estão na adolescência, sendo que 70% do público total é composto por homens.

Marcelo comenta ainda que a escola tem a missão de ensinar o aluno a tocar, mas quem busca uma Academia do Rock ganha muito mais que isso. “Nos dias de hoje a procura por uma atividade prazerosa é questão de saúde mental. Temos também alunos com autismo e problemas cognitivos que usam a música como terapia”.

A expectativa do empresário é abrir até o fim de 2024 cinco novas franquias. “O foco é fortalecer a marca em Curitiba e expandir em cidades de Santa Catarina e Rio Grande do Sul”. Para 2025, a ideia é implementar um modelo mais acessível e focar na abertura de unidades em bairros de grandes cidades para atrair a população local.