Com um valor de investimento inicial reduzido, as microfranquias já tem há alguns anos o papel de facilitar o acesso ao sistema de uma gama maior de empreendedores. Com as dificuldades da pandemia e um mercado de trabalho ainda em marcha lenta, elas despontam agora também como uma alternativa de renda para muitos profissionais. Atenta a este nicho do franchising e aos desenvolvimentos do mercado, a ABF – Associação Brasileira de Franchising anuncia o novo valor de referência para caracterizar um negócio como microfranquia, que passa a ser de até R﹩ 105 mil. O valor equivale a três vezes o PIB per capita (mesmo critério adotado nos Estados Unidos, berço do franchising), que de acordo com o IBGE foi de R﹩ R﹩ 35.172 em 2020. A Associação levou também em conta a inflação dos últimos anos, que refletiu no aumento de custos operacionais e de implantação.
“As microfranquias são tanto uma oportunidade de ter o próprio negócio para empreendedores com menor capital para investimento, quanto uma alternativa de diversificar os negócios e atender diferentes perfis de mercado, inclusive fora dos grandes centros, por parte das redes. Em períodos de retração econômica, de redução da oferta de vagas de emprego, como estamos vivendo, os modelos de negócio mais enxutos se transforam em uma alternativa ainda mais interessante, uma vez que oferecem um modelo de negócio pronto e testado, além do treinamento e suporte de um empresário mais experiente, o franqueador”, afirma Adriana Auriemo, diretora de Relacionamento, Microfranquias e Novos Formatos da ABF.
De acordo com o último levantamento realizado pela ABF (2020), operam no país 562 redes com modelo de microfranquia, sendo 63% puras (apenas com este modelo) e 37% mistas (com os dois modelos). Com o novo teto, a ABF estima que cerca de 70 redes somam-se ao quadro de microfranquias (junho). Para Adriana, “notamos que esse crescimento se dá, principalmente, por meio de redes tradicionais que lançam modelos de microfranquia, reafirmando também a capacidade das marcas de investirem em novos modelos e formatos de negócios”.
A ABF aproveitou a ocasião para fazer um perfil das 10 Maiores Microfranquias do Brasil por unidades, de acordo com ranking divulgado pela associação em março de 2021.
Esta análise mostrou que há predominância dos segmentos de Serviços e Outros Negócios, e Alimentação, ambos com 29% das top 10, seguidos por Serviços Educacionais, com 24% delas.
Entre as dez maiores microfranquias brasileiras por unidades, o formato exclusivamente Home Based é adotado por 30% delas, mesmo percentual das marcas que adotam também Lojas e somente este formato. Redes que operam apenas com Quiosques têm o menor percentual.
O fato de serem negócios com menor investimento reduz o prazo de retorno do investimento aos empreendedores que investem nas microfranquias. Os Quiosques têm um retorno mais rápido, em média de 3 a 8 meses, e as operações Home Based vêm a seguir, com retorno de 6 a 11 meses.
Quanto ao tempo de atuação no mercado, entre as dez maiores microfranquias as marcas franqueadas de 1 a 2 anos representam 30%. Aquelas que operam no mercado entre 3 e 4 anos, e 5 a 6 anos correspondem a 20% do ranking.
Os critérios para que as redes possam receber o Selo de Excelência em Franchising (SEF) e o fato de se tratar de marcas novas no mercado refletem no percentual daquelas que ainda não possuem a chancela da ABF. Na lista das dez maiores por unidades, 70% não a possuem e 20% somam de 3 a 4 chancelas.
De acordo com Adriana Auriemo, “as microfranquias de fato vieram para ficar, independentemente da situação econômica do país, e cumprem um importante papel na formação de empreendedores em nosso país, sendo uma porta de entrada para quem deseja ser dono de um negócio, tendo acesso a uma marca consolidada, treinamento e todo o suporte técnico e operacional necessário para empreender com sucesso”, conclui.