Após um mês de reabertura em boa parte dos shoppings centers do país, uma pesquisa feita pela ALSHOP (Associação Brasileira de Lojistas de Shopping) mostra que o movimento mais baixo do que o esperado resulta em perdas financeiras que ameaçam o setor do varejo. Com foco nos associados de São Paulo, a pesquisa feita com lojistas do setor de alimentação, entre 07 e 16 de julho aponta que o horário parcial (das 16h às 22h) reduz o movimento a 1/3 do esperado. Cerca de 64% dos entrevistados afirmam que estão perdendo muito movimento com o fechamento dos empreendimentos no horário do almoço.
Dessa forma, para 36% dos associados o fluxo de clientes em relação ao período da pré pandemia é considerado “muito baixo” e “baixo” por 55% dos respondentes. Para 9% movimento é regular, e nenhum associado classificou a retomada como “boa”.
“Este primeiro retrato mostra um impacto negativo para os shoppings que estão localizados principalmente em áreas de fluxo comercial na capital paulista, e que só abrem no final da tarde. Com 20 protocolos e rígido controle de entrada e acesso, concluímos que as medidas de entrada são um sucesso, mas o fechamento no horário de maior movimento ainda ameaça a sustentabilidade do negócio para boa parte dos pequenos empresários.”, afirma Nabil Sahyoun, presidente da ALSHOP.
Na sondagem feita no final de junho a ALSHOP constatou que 32% dos lojistas relataram que o faturamento caiu 90%, enquanto para 41% deles a receita caiu em até 80%.
Praças de alimentação
A ALSHOP constatou que nos shoppings centers, ainda há uma boa parte de lojistas do ramo de alimentação que optaram por não retomar as atividades por conta do baixo movimento. Mesmo com o delivery permitido desde a retomada, esse serviço representa entre 10% e 40% do faturamento total do ponto de venda, mas em alguns segmentos a operação não compensa. “Basicamente em São Paulo o shopping só funciona no horário do jantar e manter a loja aberta não é viável para alguns segmentos específicos. Defendemos desde o início o horário de abertura de pelo menos oito horas diárias, o que irá distribuir o público e melhorar um pouco o faturamento tão prejudicado durante a pandemia”, completa Sahyoun.