Enfrentamos grandes desafios. A população mundial aumentará em mais de 2 bilhões de pessoas até o ano 2050, segundo o relatório das Nações Unidas, e devemos ser capazes de garantir melhores condições de vida, especialmente nos países em desenvolvimento. Este quadro nos leva à urgência de proporcionar uma educação adequada para que as novas gerações possam se integrar a mercados em rápida transformação. Além disso, a automação e as mudanças tecnológicas podem dificultar ainda mais a oportunidade de emprego para aqueles trabalhadores com qualificação profissional básica.
Diante desse quadro, o conhecimento torna-se muito importante e é considerado um recurso indispensável. Afinal, é esta cultura do saber que influenciará na qualidade de vida futura de qualquer ser humano. Pois, quanto mais se conhece ou estuda algo, mais experiente a pessoa fica em determinada área.
Então, qual a relação entre educação, habilidades e mercado de trabalho? Os dispositivos tecnológicos estão cada vez mais presentes na sociedade, sendo usados não apenas para entretenimento, mas também para fins profissionais. A influência da tecnologia no mercado de trabalho tem exigido um novo comportamento profissional, em que as pessoas adotam ferramentas modernas como aliadas em suas atividades. Aqui entra a escalada das aptidões.
Desenvolvimento de competências significa adquirir o conhecimento e dominar as habilidades necessárias para desempenhar o seu papel — seja para a função atual, para um cargo que se espera ocupar no futuro ou mesmo para se preparar para entrar no mercado de trabalho. Neste aspecto, ter o conhecimento de um outro idioma fará toda a diferença.
Ao dominar uma segunda língua, também aumenta-se consideravelmente o networking profissional, já que poderá se comunicar com pessoas estrangeiras que atuam na mesma área, pois as fronteiras deixaram de existir no mundo digital global. Além de aumentar o conhecimento, conhecer essas pessoas pode, inclusive, render boas indicações de trabalho e carreira para um futuro não tão distante.
Então, como a população, principalmente os jovens, pode ter acesso ao ensino do idioma inglês com qualidade? Em um país que ocupa o 2º lugar no ranking mundial em número de escolas de inglês, perdendo apenas para China, o cenário parece promissor. Mas, não é! Apesar da alta concentração do setor, menos de 5% da população brasileira é fluente no idioma e quando olhamos para as classes C, D e E, esse percentual cai de forma perigosa.
Então, é preciso empreender na área da educação de idiomas visando o impacto que este conhecimento gerará na vida futura da população. E inovar em um nicho que vem sendo explorado há muito tempo sem gerar resultado de fato, exige esforço e “pensar fora da caixa”. Ou seja, empreender para gerar impacto social.
Levando em consideração o cenário educacional brasileiro, alguns dos maiores desafios de se empreender atualmente neste setor está na falta de investimento público e o baixo incentivo governamental para iniciativas de impacto social, fato que fica nítido quando se observa o crescimento contínuo porém não significativo quando comparado a de outros países. Em relação ao cenário internacional, o que se observa é que existem grandes iniciativas em torno dos nichos de impacto social e educação. Muitas destas iniciativas ainda em estágio inicial, mas que encontraram dentro do ecossistema empreendedor um espaço em constante expansão.
Inovação no setor educacional
O brasileiro sempre foi muito criativo na hora de empreender e buscar soluções nas crises econômicas, tanto que atualmente estamos entre os 10 maiores países em número de empreendedores. Sendo assim, com o surgimento da pandemia e a necessidade de inovação dentro da área de ensino de forma inclusiva, observamos que o setor educacional, por exemplo, cresceu em torno de 3,5% apenas em 2020.
Em suma, esse aumento se deve pela necessidade do mercado de oferecer soluções inclusivas na educação e a consequente abertura do segmento para empreendedores inovadores. Logo, o que podemos observar é que esse nicho tem ficado cada vez mais em evidência e as tendências apontam que a procura do empreendedor pelo setor educacional só tende a crescer.
Como CEO de uma edtech de educação com uma metodologia única, acredito que a inovação dentro do ensino de idiomas parte, principalmente, da questão da troca cultural. Com o surgimento da educação 4.0 e o avanço constante das novas tecnologias, o que o aluno precisa para se desenvolver é de um ambiente que o integre e que o permita viver de forma imersiva o idioma. Por isso, que não adotamos livros e só atuamos com professores estrangeiros, focando massivamente na conversação para que o estudante conheça diferentes sotaques.
Inovar na área educacional é oferecer aos alunos todos os mecanismos possíveis para que ampliem seus horizontes, tendo em vista que ter uma segunda língua não é apenas um diferencial no currículo, mas também um caminho para conseguir explorar o mundo, conhecer novas culturas e novas possibilidades de vidas. Logo, investir em educação é investir no futuro e na qualidade de vida.
Sobre Gustavo Fuga
Nascido no bairro de Santa Cruz no Rio de Janeiro, Gustavo Fuga veio para São Paulo estudar Economia na USP e aos 18 anos fundou a 4YOU2 idiomas – negócio de impacto com a missão de democratizar o aprendizado de inglês no Brasil. A criação da escola foi baseada na experiência que o empresário teve como aprendizado do idioma. Apesar de não falar inglês, passou a conviver com muitos estudantes de língua inglesa e a hospedá-los em sua casa. Para ele, falar inglês era uma questão de sobrevivência e, após um ano, já dominava o idioma, além de realizar o sonho de um intercâmbio sem ter saído do país.
Hoje, como palestrante internacional, já conduziu +500 apresentações em países como EUA, China, Finlândia, Costa Rica, Espanha, Suíça, Chile, entre outros. Membro da comunidade Global Shapers (World Economic Forum). Eleito 30 under 30 pela International Literacy Foundation. Global Fellow da International Youth Foundation, Talento Jovem do Ano pela Viva Foundation, finalista do Global Student Entrepreneur Awards — China (GSEA). Como empreendedor social, Fuga se especializou e tem ajudado empresas e empreendedores em diversas temáticas incluindo modelos de negócios, fundraising, prototipação e franquias de impacto. Como professor, tem dado aula em instituições pelo Brasil, Estados Unidos e Chile. Além de atuar como professor associado no departamento de administração da FEI.