O IDV (Instituto para Desenvolvimento do Varejo) manteve, em novembro, a tendência de forte decrescimento do varejo, devido, principalmente, à instabilidade e à deterioração dos principais indicadores econômicos que direcionam o consumo. Os associados apontaram para o mês uma queda real das vendas de 8,8%, na comparação com o mesmo mês do ano anterior, pior resultado desde o início do monitoramento do índice, em outubro de 2007.
Em outubro o, IAV-IDV fechou com decrescimento real de 5,4%, antecipando novamente em um mês o resultado da Pesquisa Mensal Comércio, divulgado em 16 de dezembro. O resultado da PMC (IBGE) referente a outubro mostrou queda real, ou seja, descontada a inflação, de 5,6% do varejo restrito, na comparação com outubro de 2014. O resultado do IBGE foi 0,2 ponto percentual abaixo da estimativa do IAV.
Para os próximos meses, os associados indicam a continuidade da retração nos resultados de faturamento real na comparação com o mesmo mês do ano anterior, apontando queda de 7,1% em dezembro, 5,6% em janeiro de 2016 e 4% em fevereiro de 2016.
O resultado apurado em novembro para o segmento de bens duráveis foi de queda real de 9,6%, já descontada a inflação, em relação ao mesmo mês do ano anterior. Tal comportamento pode ser atribuído ainda pela baixa confiança dos consumidores e desafios no cenário de crédito. A projeção dos associados desse segmento para os próximos meses é de um decrescimento de 4,2% em dezembro de 2015. Nos meses subsequentes, os resultados estimados são de queda de 2,5% em janeiro e 1,4% em fevereiro de 2016.
Já os associados do setor de semiduráveis, que inclui vestuário, calçados, livrarias e artigos esportivos, apresentaram queda real de 13,5% em novembro, na comparação com o mesmo mês do ano anterior. A expectativa para os próximos meses também é de queda em dezembro de 7,4%, em janeiro, de 4,4%, e em fevereiro, de 1,8%.
O segmento de bens não duráveis, que responde em sua maior parte pelas vendas de super e hipermercados, foodservice e perfumaria, apresentou queda de 6,6% das vendas realizadas em novembro. O cenário para os próximos três meses é de continuidade do decrescimento, com quedas de 8,5% em dezembro, 8,3% em janeiro e 6,8% em fevereiro, na comparação anual.
Inflação
A inflação de novembro medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) apontou variação de 1,01%, maior resultado na comparação com todos os meses de novembro desde 2002. No acumulado do ano até novembro de 2015, o índice situa-se em 9,62%, acima do registrado no ano passado, quando o acumulado até novembro apontou 5,58%. Levando-se em consideração os últimos 12 meses, o índice fechou novembro em 10,48%, acima dos 6,56% verificados no mesmo período do ano passado.
Já o Índice de Confiança do Consumidor (ICC), medido pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), apontou crescimento em novembro, em comparação ao mês anterior, chegando ao patamar de 76,7 pontos. As duas variáveis que compõem o índice apontam que o ISA (Índice da Situação Atual) teve leve aumento e fechou em 65,8 pontos, já o IE (Índice de Expectativas) cresceu 1,1 p.p. e chegou no patamar de 82,8.
A deterioração dos pilares macroeconômicos que direcionam o consumo tem influenciado diretamente para o baixo desempenho do varejo desde o 3º trimestre do ano passado. Com o agravamento do cenário em 2015, o IAV-IDV já acumula no ano, até novembro, retração real de 3,4%.
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