Em tempos de crise, muitas pessoas perdem seus empregos e pensam em comprar uma franquia com as indenizações. Porém, para algumas delas, esse pode ser um grande erro. “Nem todo profissional tem perfil de franqueado. Achar que investir em uma franquia é a solução para a perda do emprego pode ser um problema, porque ser funcionário é bem diferente de ser franqueado”, alerta Melitha Novoa Prado, consultora jurídicas especializada em relacionamento de redes de franchising e varejo.
Melitha explica que cabe a quem pensa em investir em uma franquia iniciar o processo com uma boa autoavaliação. “Para ser franqueado, é preciso ter tino comercial, em primeiro lugar. E isso vale para qualquer área escolhida, porque ele terá de vender alguma coisa, mesmo que atue em prestação de serviços. Depois, necessariamente, tem de gostar de lidar com pessoas, sejam elas suas clientes ou funcionárias. Quem não gosta de gente, provavelmente, será um franqueado com dificuldades. Também é importante querer aprender, porque a franquia é um negócio testado e formatado, que dá certo justamente porque será replicado da mesma maneira. Quem não tem essas características já começa com as chances bem reduzidas”, diz.
Outra importante dica da consultora é a de ouvir pessoas próximas, para que elas o ajudem no processo de reflexão. “Ter a opinião de profissionais que trabalham em parceria e de familiares, que convivem com você, recebendo um feedback sobre seus talentos e limitações, é importante para a sua avaliação interna e até mesmo para uma introspecção pessoal, tão necessária para a tomada de decisão. Ninguém é bom em tudo, mas há maneiras de se adquirir competências que podem até mesmo ajudá-lo a se preparar para ser um bom franqueado ou, em último caso, para voltar ao mercado de trabalho”, aconselha.
O franqueador também é extremamente responsável pelo processo de seleção a ser realizado pelo e com o futuro franqueado, mas cabe ao próprio investidor estar consciente de todas as atividades que realizará como franqueado e se está apto para elas. “Não adianta querer comprar um emprego. O franqueado não terá um gestor (ou chefe, ou superior) que o conduza. Ele terá orientações da franqueadora, mas, no dia a dia, será o responsável pelo gerenciamento e operação de sua franquia. Haverá momentos em que precisará adiar as férias, cobrir a ausência de funcionários, estar distante da família e até realizar tarefas que não gosta… Os resultados são muito gratificantes, mas não há vitórias antes do trabalho árduo”, adianta a advogada.
Melitha, que está completando 25 anos de trabalho no sistema de franchising e já atuou com inúmeras redes, acredita que as franquias superarão a crise com um pouco mais de tranquilidade que os negócios independentes. “As franquias são negócios testados e que têm sua força justamente na parceria entre empresários, o franqueador e seus franqueados. Quando todos trabalham juntos, através de práticas colaborativas, com transparência e criatividade, é mais fácil vencer as dificuldades, e é por isso que as franquias têm um índice de mortalidade bem menor que os negócios independentes. Vale muito a pena adquirir uma franquia, mas dentro de um planejamento sério e realista e com o perfil correto de um franqueado”, finaliza.
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