Cada vez mais comuns, as franquias home based, em que o franqueado realiza a operação do negócio e a sua gestão sem sair de casa, possuem vantagens em cenários de crise como o enfrentado pelo Brasil este ano.
De acordo com o professor da escola de Administração de Empresas de São Paulo (FGV/EAESP), Evaldo Alves, o caráter menos complexo dessas empresas, com maior flexibilidade para adaptar demandas e o fornecimento de serviços, representam uma vantagem em situações em que o mercado muda constantemente.
“Você pode modular a produção, aumentar ou reduzir a prestação de serviços de acordo com o mercado e, numa fase de crise, o mercado costuma ser bastante volátil sobretudo para pequenas e médias empresas – e a home based é basicamente uma média empresa”, explica o professo da FGV.
Alves explica que, entre os setores que mais se aplicam ao modelo, estão aqueles que operam com estoques e níveis de processamento mais baixos e destaca que “o produto em si precisa ser aplicável ao home based”, sendo necessária muita cautela na hora de aplicá-lo. Entre os segmentos destacados pelo professor estão o de informática e serviços terceirizados, como o de publicidade e divulgação.
“É muito frequente que, por meio de terceirização, uma empresa menor faça a atividade de outra empresa maior como é o caso, por exemplo, da promoção de propaganda, de fazer folders, comunicação interna. Tudo isso pode ser feito por uma home based”, destaca Alves.
Há dois anos no mercado e com 36 unidades de franquias já abertas em todo o país, a agência de turismo FlyWorld é uma das empresas que têm explorado o modelo home based para se desenvolver e vêm conseguindo, com a redução de custos que o modelo representa, se estruturar em plena crise econômica, com uma venda média de 3 a 4 franquias por mês.
“O nosso rendimento fica maior porque não temos custos como mão de obra e aluguel. O custo da casa já existia, então descontamos contas de água, luz… e quando eu tiro esses custos é claro que o meu rendimento aumenta muito”, explica a executiva de vendas da FlyWorld, Marcia Ximenes.
Para manter o sucesso, no entanto, todo cuidado é pouco. Ximenes conta que, com o intuito de manter a unidade e qualidade do serviço oferecido, a empresa dispõe de uma série de mecanismos e critérios tanto para a seleção dos potenciais franqueados quanto na parte operacional do negócio.
“Geralmente, o que notamos é que quem se inscreve em nosso site geralmente já faz algum serviço home based e agora quer ter o seu próprio negócio. E esse perfil nos interessa muito”, explica Ximenes. Entre as medias tomadas na hora de selecionar estes franqueados está o treinamento de uma semana junto a companhias aéreas, locadoras de veículos e outros operadores do turismo com os quais o franqueado terá contato sem abrir mão de sair de casa.
“Nós temos hoje todos os mecanismos para também atuar fora de casa. Com o celular e com os aplicativos que desenvolvemos, eu não tenho a necessidade de ficar fisicamente presa a um só local. Eu posso ir até o meu cliente e essa possibilidade também faz muita diferença”, lembra a executiva.
A estratégia, na visão do professor da FGV, Evaldo Alves, está correta e deve ser seguida por qualquer tipo de franquia, independentemente de seu formato, já que “a franquia home based é uma empesa como outra qualquer” e que “não está livre de todas as atividades normais de qualquer empresa”.
“É importante ver também como é que eu vou atingir os meus clientes, a questão da promoção, da propaganda… isso tem que fazer parte do plano de negócios dessa empresa. Com a diferença de que você está na sua casa, não se deve nunca acreditar que não haverá os problemas e as atividades de gestão de qualquer outra empresa”, explica Alves.
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