Há anos, uma das premissas da Bibi é a inovação, que faz parte do DNA da marca, que busca se tornar cada vez mais competitiva no segmento de moda infantil, desenvolvendo soluções criativas e que auxiliam de forma efetiva as operações. Dessa forma, a calçadista conta um programa chamado Ninho de Inovação que incentiva a contribuição de colaboradores, franqueados, fornecedores, clientes com novas ideias e sugestão de solução para os desafios do negócio. O objetivo é tornar a Bibi a empresa mais inovadora em calçados infantis, fomentando novas soluções e desafiando os stakeholders a pensar em melhorias. No âmbito fabril, a empresa explora o conceito de indústria 4.0 para levar automação e tecnologia às linhas de produção localizadas em Parobé (RS) e Cruz das Almas (BA).
Com uma produção anual de mais de 2,6 milhões de pares de calçados, a Bibi vem apostando em diferentes tecnologias e inovações nos dois parques fabris da marca. Em 2022, a empresa promoveu uma alteração em seu layout industrial, desenvolvido a partir de soluções de pesquisa operacional e simulação computacional, aumentando seus níveis de eficiência em 18%, a capacidade produtiva em 20% e, diminuindo da utilização da área física da planta em 49% na operação baiana. Já no Sul, houve um aumento de 12% na capacidade e crescimento de 10% nos níveis de eficiência industrial da produção com a alteração do layout. Nos últimos anos, a rede também investiu na compra de novos equipamentos seguindo o conceito de Indústria 4.0, que visa levar automação e tecnologia para as linhas de produção.
A Bibi avançou com a introdução de máquinas automatizadas e com operação verticalizada na fabricação de palmilhas internas nas linhas esportivas. Os maquinários contaram com desenvolvimento da engenharia de produção da empresa, em um processo de cocriação com fornecedores de ativo de capital e tecnologia. As máquinas possuem sistemas integrados de MES (Manufacturing Execution System), além de contar com sistemas integrados de sensorização e comunicação, permitindo a avaliação e intervenção na operação de forma remota. De forma automatizada, três máquinas produzem 10 mil pares de palmilhas por dia, com capacidade efetiva de aproximadamente 18 mil pares. A mesma tecnologia está sendo adotada no parque fabril de componentes nos equipamentos de injetoras de termoplásticos e termofixos, e nas linhas de produção de cabedais com alta frequência, dentro de um projeto de modularização, conduzido pelo gerente de Engenharia da Bibi, Milton Walker.
“A modularização na indústria em geral, ainda é um conceito pouco difundido. Está mais presente na indústria automobilística, que a partir da visão industrial sul-coreana, adotou um sistema que permite o desenvolvimento de produtos diferentes, com processos similares, elevando a eficiência da produção e melhorando o fluxo de produtos no tempo e no espaço, contribuindo para o atendimento mais rápido da demanda e maior flexibilidade da fábrica”, revela Rosnaldo Inácio da Silva, diretor de operações e competitividade da Calçados Bibi.
Ainda ligado ao processo de engenharia de produção, pesquisa, inovação e desenvolvimento de produtos, a Bibi vem realizando elevado volume de investimentos em máquinas de costura programadas e em todos os processos que envolvem a produção de seus periféricos na fábrica, verticalizando toda operação de preparação para a atividade fabril. O desenvolvimento de produtos está integrado com os novos equipamentos, tornando fluida e rápida a transferência e a implantação de novos produtos junto à produção.
Outra novidade foi o projeto de tintometria, que consiste no processo de medir e misturar tintas para obter a cor desejada, envolvendo a utilização de equipamentos específicos, como dispensadores automáticos, que permitem a combinação precisa de pigmentos e bases de diferentes tonalidades. Na indústria, essa tecnologia garante que as cores sejam consistentes e atendam aos padrões exigidos, facilitando a reprodução das colorações. A tintometria pode ajudar a otimizar o uso de materiais e a reduzir desperdícios, uma vez que as misturas são feitas sob medida para as necessidades de cada projeto. Dessa forma, há um aumento de margem por meio da redução de estoques, menos resíduos e emissões de poluentes, redução de desperdícios de materiais e movimentação, além de mais agilidade durante o procedimento que levava duas semanas para o desenvolvimento da tinta, que hoje é feita em apenas cinco minutos de forma digital.
Na área de expedição, uma nova embaladora promoveu uma redução de 80% nos custos. Anteriormente, as caixas individuais de calçados eram embaladas em caixas coletivas de papelão. Visando melhorar o processo, a Bibi desenvolveu um projeto de uma embaladora a vácuo, com plástico termo encolhível. Com esta opção, ficou mais fácil para ver os modelos e códigos de barras dos produtos enviados, facilitando a conferência na chegada à loja. Há também outros benefícios, como a diminuição de problemas causados por absorção de umidade relativa do ar ou chuvas durante o processo logístico, redução do peso e do volume do material transportado, redução de estoques no segmento de embalagens e aumento do espaço físico útil para produção, além da diminuição do volume de resíduos gerados no destino final dos produtos.
“Buscar competitividade dentro das áreas industriais passa por trazer ao mercado novidades constantes, preços atrativos e modelos que atendam as crianças de 0 a 9 anos. Nosso desafio é fazer com que as unidades encontrem meios de tornar o processo cada vez mais otimizado, além da escolha constante de elevar a eficiência nos processos”, explica Rosnaldo Inácio da Silva.
Atualmente, a marca conta com uma rede de franquias com mais de 150 lojas, sendo 21 delas internacionais, além de exportar para mais de 60 países e estar presente em 3 mil multimarcas em todo o Brasil.