Foi conciliando a vida pessoal e a profissional que Daniela Villela escreveu sua história como mulher, mãe e diretora-executiva da Red Balloon, rede de franquias de escolas de inglês que completa 55 anos no mercado em 2024. Sua trajetória na educação começou como professora nessa mesma empresa que, hoje, é dirigida por ela e comemora seu recorde em números de alunos nas mais de 70 unidades espalhadas pelo país. Além da dedicação e paixão pelo que faz, o sucesso da executiva também guarda outro fator muito importante: o apoio de todos ao seu redor.
“A Red Balloon foi fundada por uma mulher e gerenciada por ela durante 30 anos. Depois dessas três décadas, entrou o filho dela. Então, existia uma relação além do feminino, algo familiar. O olhar maternal aqui é intrínseco”, diz Daniela Villela, que defende a diversidade, sobretudo nos negócios. “Pesquisas dizem que empresas corporativas com líderes mulheres dão mais resultados do que com homens, mas acredito que os conhecimentos se completam: o desafio de um pode ser a fortaleza de outro e assim por diante”.
Dos desafios ao recorde de alunos
Assumindo a cadeira da direção em 2022, Daniela conta que precisou lidar com a gerência de um negócio em um cenário pós-pandêmico, de muitas mudanças e incertezas. Junto disso, havia um panorama pouco favorável às escolas de inglês há alguns anos. “Da década de 90 para 2000, existia essa demanda por escolas de idiomas, então aconteceu uma expansão enorme. Mas, de um tempo para cá, até o pré-pandemia, já se questionava sobre o modelo de ensino de inglês em cursos de idioma”, lembra.
Formada e licenciada em Língua Inglesa, ela já tinha as vivências da sala de aula, ensinando o idioma, mas precisou se preparar não só para um novo mundo e o mercado, como também para dar uma virada de página na história da Red Balloon. No mesmo ano que assumiu a posição, recuperou os números anteriores ao isolamento, o que já mostrava uma volta importante, mas era só o começo.
“De 2023 para cá, superamos os nossos números. Estamos com o maior alunado da história, cerca de 21 mil. E a reflexão disso é: para você ser bilíngue, não precisa estudar em uma escola bilíngue; pode fazer um curso extracurricular. Nesse momento, mudamos nosso produto para atender quem queria a escola de idiomas de volta, mas como uma opção de troca de ambiente para a criança, outras conexões e experiencias diversificadas com a excelência do nosso resultado”, conta.
Olhar estratégico (e maternal)
Desse ponto de virada, surgiu o English Program, uma reformulação de tudo que englobava o curso dos idiomas – e com um ‘quê’ a mais: oferecendo contraturno para crianças e adolescentes. Se antes os alunos ficavam quatro horas semanais na escola de inglês, agora podem ficar até 20, respeitando sua idade e grade curricular. Assim, a língua passa a somar com outras matérias, amplia repertórios sociais, culturais e artísticos, e, além disso tudo, é um apoio para os pais que trabalham o dia todo e buscam alternativas de redes de apoio que também traga benefícios para seus filhos.
“Em 2008, arrisquei sair da posição de professora para coordenadora, com duas filhas pequenas. Nesses anos, fui aceitando muitos desafios no escuro, entendendo que precisava inovar, ousar, porque o mercado esperava por isso. Mas todas essas conquistas só são possíveis ao ter um time disposto a trabalhar junto – aqui, no ambiente de trabalho, e, também, em casa”, finaliza Daniela.