A crise econômica gerada pelo coronavírus impôs aos empreendedores e executivos a necessidade de uma gestão focada na busca por caminhos para o curto prazo. Porém, tomar decisões nunca foi tão difícil, uma vez que o cenário para os próximos meses ainda é bastante nebuloso. A união e a solidariedade são as palavras de ordem do momento, afinal, estamos no mesmo barco e precisamos dar as mãos para atravessarmos este maremoto e chegarmos vivos ao porto. Por isso, vou compartilhar algumas estratégias que estamos adotando nas nossas empresas.
Para começar, recomendo que todos montem um comitê de gestão de crise, responsável por analisar cenários e tomar as decisões estratégicas. Principalmente nesse momento, as reuniões do comitê precisam acontecer de forma recorrente – nós fazemos esses encontros todos os dias as 9hs.
Antes mesmo de a quarentena começar, criamos processos para prepararmos as pessoas para trabalharem remotamente. Entre outras coisas, elaboramos manuais e fluxogramas para orientarmos os times. E deixamos três conceitos bem claros para todos:
Primeiro: nem todos os negócios sofrem com a crise. Então, durante este período podem surgir novas e excelentes oportunidades; segundo: todos devem ter a autonomia baseado no planejamento estratégico; terceiro: a crise se resolve com atitudes consistentes de todas as pessoas.
Além dessas premissas, decidimos atuar em três frentes de trabalho: operações, pessoas e gestão de caixa. Para termos uma boa estratégia, é preciso que utilizemos toda a capacidade do nosso corpo técnico, que revisemos o plano estratégico e orçamentário e que mantenhamos somente os gastos essenciais, além de sermos ágeis na tomada de decisões. Neste ponto, ressalta-se novamente a importância da rotina de gestão de crise por meio de reuniões diárias.
Para qualquer empresário ou executivo, é fundamental contar com o suporte de uma cultura forte, o que envolve propósito, sonho grande, missão, visão, valores, código de ética e conduta. Quando você tem esses elementos muito claros para o time, fica muito mais fácil tomar decisões assertivas.
Principalmente para quem trabalha em home office, hoje uma realidade para a imensa maioria dos brasileiros, é muito importante contar com sistemas e softwares de gestão de projetos. Ao mesmo tempo, é fundamental deixar muito clara a autonomia – e a importância – que o time tem no processo de tomada de decisões.
Outro ponto fundamental é estar atento ao caixa – o que provavelmente pode (ou vai) faltar para todo mundo é exatamente isso: dinheiro. Como somos franqueadores, não podemos deixar de apoiar os nosso franqueados neste momento delicado. Neste sentido, entre outras medidas, elaboramos uma carta para que todos enviassem aos seus locatários, a fim de negociar uma isenção do aluguel durante o período de quarentena, e muitos estão conseguindo.
Além disso, compartilhamos muito material na nossa plataforma extranet, desde boas práticas que adotamos nas lojas próprias até informações relevantes que observamos em grupos de empreendedores ou canais oficiais do governo. O que estamos tentando fazer com a rede franqueada principalmente é muni-la de informações corretas e concretas.
Nosso time de consultoria de campo está trabalhando em home office e fazendo conferências com muitos franqueados, orientando e ajudando as unidades que estão fechadas a desenvolverem o delivery – até porque este é um trabalho novo para muitos franqueados. Esse acompanhamento, que antes era realizado em campo e agora é executado online, tem ajudado muito.
Também vamos realizar uma reunião semanal com o conselho de franqueados. Essas reuniões geralmente são feitas quatro vezes por ano, mas, mudamos para uma reunião semanal – a crise gerada pela pandemia, com suas peculiaridades, exige maior assiduidade na troca de informações.
As medidas que viemos tomando demonstram aos envolvidos no negócio o nosso grau de comprometimento no sentido de que todos saiam dessa crise da melhor maneira possível. Desta forma, além de buscarmos a manutenção de nossa cadeia produtiva, também reforçamos a ideia de união entre todos – gestores, colaboradores, fornecedores e terceiros. Com a força e a coesão de todos, trabalhando em um único objetivo, conseguiremos sair dessa crise ainda mais fortes do que quando entramos.