Desvalorização da mulher no mercado de trabalho impulsiona o empreendedorismo feminino

São tempos modernos, mas as batalhas ainda são antigas! Diversas pesquisas, como a da OIT, revelam que as mulheres, apesar de muitas vezes serem mais capacitadas do que os homens em questão de formação e experiência, ainda ganham menos e sofrem com a falta de oportunidade de crescimento profissional -; segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), menos de 38% do sexo feminino estão no comando de empresas do setor público e privado. Tamanha desvalorização tem impulsionado, cada vez mais, o empreendedorismo feminino. Já são mais de 9 milhões de mulheres à frente do próprio negócio. De acordo com o Sebrae, entre os setores mais procurados estão o de beleza, alimentação e vestuário.

Segundo o gerente de marketing do Instituto Embelleze, maior rede de franquias da América Latina voltada para a formação profissional em beleza, Eduardo Costa, muitas mulheres chegam as escolas da rede com o sonho de tocar o negócio próprio para conquistar a independência financeira. “Com a falta de oportunidades no mercado de trabalho, a mulher não consegue o retorno financeiro necessário para gerir a casa e a família e o empreendedorismo possibilita a ela a autonomia, o crescimento e o retorno que ela tanto busca”, conta. O Instituto Embelleze formou mais de 2 milhões de alunos nos últimos 16 anos, no qual 80% são mulheres.

Foi o caso da Erenilda Ludtke, 36 anos, que após se sentir desvalorizada em seu antigo trabalho, resolveu apostar no setor de beleza e abrir o próprio negócio. “Eu trabalhava como vendedora em uma concessionária de automóveis e sempre havia clientes que não queriam ser atendidos por mulheres por acharem que não entendíamos de carro. Foi quando a minha cunhada sugeriu de fazermos o curso de cabeleireira e abrirmos o nosso salão. Me identifiquei de imediato com a área e logo no começo já conseguia atender as minhas clientes, obtendo um rápido retorno financeiro. Por me sentir tão valorizada como cabeleireira, consigo evoluir muito mais em minha profissão e em minha vida pessoal”, revela.

Outro exemplo é o da Ana Paula, de 31 anos. Trabalhando na linha de produção de uma gráfica, tinha um salário bem menor que os homens que exerciam a mesma função. “Eu decidi fazer o curso de manicure após ficar desempregada e estar insatisfeita com a minha antiga área de atuação. No setor de beleza obtive mais benefícios, como conseguir montar o meu próprio negócio, ter horário flexível e me sentir valorizada. Além disso, o retorno financeiro é muito bom, considero esse setor como um dos que mais dá dinheiro”, relata.

Para Eduardo, será cada vez mais comum encontrar mulheres chefiando o próprio negócio. “Elas se sentem mais valorizadas, o retorno é mais satisfatório e, no caso da área da beleza, envolve toda uma questão de autoestima e cuidado pessoal, o que impulsiona ainda mais a vontade de empreender”. Além disso, o profissional destaca o crescimento da mulher no empreendedorismo devido a flexibilidade que ela encontra em gerir o tempo entre carreira, filhos, casa e família.

Para incentivar ainda mais as alunas, o Instituto Embelleze investe em aulas de empreendedorismo nos cursos de cabelereiro e manicure. “O encorajamento para empreender é o grande diferencial da rede e temos o propósito de formar profissionais cada vez mais capacitados. As mulheres chegam ao mercado de trabalho confiantes de que podem exercer qualquer função que desejarem”, ressalta.