A real importância do capital de giro para fechar caixa no azul

Muitos microempresários encontram dificuldades em saber enxergar a importância do capital de giro para manter negócio ativo e, em alguns casos, acaba fechando as portas devido à falta de planejamento e falta de conhecimento em manter esse capital para tocar o negócio porque não tem controle do que entra em caixa e do que sai.

De acordo com o Sebrae, o capital de giro é o dinheiro necessário para dar continuidade ao funcionamento da empresa garantindo a saúde financeira do negócio. Ele é responsável por manter o estoque; recursos de financiamento aos clientes (nas vendas a prazo); assegurar o pagamento aos fornecedores, como compra de matéria-prima ou mercadorias de revenda, bem como salários, impostos, entre outras despesas operacionais.

Henrique Mol é diretor executivo da Encontre Sua Viagem, rede de franquias com foco em serviços de turismo, conta que aconselha sempre os franqueados a terem uma sobra de caixa para eventuais despesas até que o fluxo de vendas dê início.

“Para ter controle de tudo que ocorre no negócio é necessário um bom planejamento, detalhando os gastos a curto prazo e também a longo prazo. Por se tratar de algo novo, que está começando, as pessoas esperam ter retorno rápido e, muitas vezes, isso não acontece. São inúmeras razões que fogem do controle do empresário para ter a quantia exata para pagar as contas no final do mês. Por isso, a necessidade de ter um dinheiro extra, um caixa para cobrir essas necessidades que demandam o negócio”, afirma o empresário.

O executivo cita como exemplo de quem está começando uma operação de agência de viagem onde a venda de um pacote foi parcelado em 10 vezes, com a primeira parcela para daqui 60 dias. No próximo mês ainda não haverá faturamento em cima dessa venda, ou seja, não é possível trabalhar com esse valor. Daí a importância de ter um dinheirinho em caixa para fechar o mês no azul, e assim, o empreendedor não ficar “apertado” para pagar a conta de luz, telefone, internet, entre outros gastos.

Somando pontos

O Sebrae lista algumas dicas muito interessantes para quem busca abrir o negócio e ter muito cautela quando o assunto é dinheiro:

·         Disciplina: Essa é a palavra-chave para tudo na vida, inclusive nas finanças. Não use o dinheiro do capital de giro para cobrir alguma despesa para depois repor a quantia quando entrar dinheiro em caixa. Seja rigoroso com o controle financeiro do seu negócio para evitar qualquer tipo de problema e arriscar o seu empreendimento;

·         Dê olho no peixe: Identifique custos que podem ser diminuídos e corte-os. Muitas empresas fecham as portas pela má administração do capital. Observe com atenção tudo que pode ser diminuído e aplique no dia a dia. Seja firma no seu propósito;

·         Negociação: Verifique as melhores formas de pagamento com fornecedores, como à vista conseguir descontos e que caiba no planejamento do capital de giro ou aumentar o prazo para pagamentos e ficar mais confortável;

Henrique acrescenta ainda que o ideal é que o aspirante a empreendedor garanta um capital de seis meses a um ano, ou ter o valor até que a empresa se consolide no mercado.

Sazonalidade

No franchising, o uso do capital de giro não é diferente. Muitos acreditam que para abrir uma franquia é necessário apenas o investimento inicial. Ledo engano. Para manter o empreendimento ativo é necessário a somatória do valor da taxa de franquia, taxa de instalação, e claro, do capital de giro.

Na Encontre Sua Viagem, por exemplo, o modelo de negócio home office é equivalente a R$11.990 mil. Desse valor, R$9.990 é da taxa de franquia e o restante do capital de giro. Neste caso, não existe taxa de instalação, já que o negócio é conduzido em casa.

O sistema loja física é um pouco diferente. O valor de investimento deste é de R$45.600,00. Deste total, a taxa de franquia é de R$15 mil, a taxa de instalação R$15.600,00 e o capital de giro R$15 mil.

Com o mercado promissor, hoje o brasileiro não vê mais o turismo como artigo de luxo e sim a oportunidade para relaxar e descansar a mente e o corpo em um lugar que remeta esse prazer. Por isso, algumas épocas do ano costumam ser mais promissoras que outras, como é o caso dos meses de junho e julho e de dezembro ao final de janeiro, devido as férias escolares da criançada as famílias buscam viajar mais.

“É nesses períodos que é possível garantir um fôlego financeiro maior para aqueles períodos que podem ser um pouco mais fraco nas vendas. Todo mercado está sujeito a épocas de recessão e o capital de giro entra para fazer a diferença para manter as contas no azul em caso de que o faturamento não seja suficiente para pagar as despesas”, conclui Mol.