Em uma parceria em prol da folia e do meio ambiente, a Casa da Empada, rede pioneira nas clássicas redondinhas, cedeu todo material de marketing que seria descartado para o Galpão das Artes Urbanas Hélio G. Pellegrino, da Comlurb, que abre o espaço para o bloco Vagalume O Verde utilizar os itens doados. Com mais de 100 mil foliões, o bloco ecológico que preza por um carnaval sustentável vai reutilizar as peças da Casa da Empada para confecção de fantasias, alegorias e adereços.
Esse é o segundo carnaval da parceria da rede com o bloco Vagalume O Verde e o Galpão de Artes Urbanas. Além de oficinas criativas de ornamentos e alegorias feitos com reaproveitamento dos displays doados pela Casa da Empada, os foliões vão brincar e catar lixo no chão. Para isso foram confeccionadas bolsas com banners e displays da Casa da Empada destinadas para coletar latinhas, garrafas e demais detritos produzidos durante a folia, levando para a rua a máxima: “folião cidadão não joga lixo no chão!”
Para Sérgio Murilo, diretor da Casa da Empada, a rede optou pela parceria porque sabia que o Galpão de Artes Urbanas daria ao material descartado um destino correto, transformando o que ninguém quer em arte. Enquanto o bloco Vagalume O Verde, além de fazer um carnaval alegre e de muita música, conscientiza os foliões sobre a importância de preservar o meio ambiente e sobre como viver dentro de um conceito socioambiental. “Fazer parte desse projeto está sendo encantador e um processo de aprendizagem”, conta Murilo.
Para Ana Cristina Damasceno, Coordenadora do Galpão das Artes Urbanas, a reutilização dos materiais descartados pela Casa da Empada, especificamente, e dos resíduos urbanos em geral, tanto para a confecção de fantasias, alegorias e adereços para o bloco Vagalume O Verde, quanto para a criação de obras de arte ou artesanato, envolve uma questão de consciência ambiental e ecológica cada vez mais presente nos carnavais cariocas. “Transformar ou reciclar os resíduos é parte do consumo consciente, pois, além de reduzir o acúmulo de lixo, contribui para o respeito e a preservação do meio ambiente e, consequentemente, melhora a qualidade de vida da população. O lixo de uns é o luxo de outros”, conta Ana.
Além das atividades no Galpão para confeccionar as peças artísticas, o projeto da Comlurb atua na capacitação de novos talentos, geração de emprego e renda e na promoção de novas práticas mais sustentáveis objetivando ampliar a consciência ambiental da sociedade por intermédio das artes, músicas e culturas carnavalescas. O bloco também propõe práticas ambientais e turísticas durante o ano, como por exemplo, o plantio de mudas nativas como modo de reduzir impacto.
Já a Casa da Empada também possuí outras ações sustentáveis, explica Sérgio Murilo, diretor da rede. “A Casa da Empada reconhece que cada um pode ajudar, nem que seja um pouco, na preservação do meio ambiente. Vemos como uma questão de cidadania e de consciência. Dentro desse conceito, optamos por usar forminha de alumínio não descartável na produção das empadas. Assim, a gente evita o descarte de cerca de 150 mil forminhas por mês. Após elas serem assadas nas lojas, as forminhas são reenviadas para a fábrica. Elas passam por um processo de higienização e depois são reutilizadas.” Explica. Outra forma de ação da rede no intuito de diminuir o impacto do meio ambiente é produzir os recheios com palmito de palmeira real, que é plantado para o uso exclusivo da indústria. Alguns outros tipos de palmito são retirados diretamente da natureza, através do extrativismo exploratório, provocando desmatamento, degradação ambiental e a extinção de algumas espécies de palmeiras.