Segundo a Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal Perfumaria e Cosméticos (Abipehc), o Brasil já é o segundo país do mundo no mercado de esmaltes. E a expectativa, de acordo com um relatório da Mintel, é que em 2019 o segmento tenha um crescimento de 5,9%, alcançando R$ 7,68 bilhões em vendas. O cenário positivo é uma ótima oportunidade para quem deseja apostar na profissão de manicure para ingressar – ou voltar – ao mercado de trabalho. Em 15 anos, o Instituto Embelleze, rede de franquias de cursos profissionalizantes na área da beleza, formou quase 200 mil alunos nos cursos de Manicure e Pedicure, Alongamento de Unhas e Unhas Artísticas. “Trata-se de uma carreira que está retornando com força total ao mercado, aumentando cada vez mais a procura por profissionais qualificados”, afirma o gerente de marketing da rede, Eduardo Costa.
Segundo Eduardo, a profissão ganhou espaço e reconhecimento na área da beleza devido a segmentação do setor, que foi promovida pelas esmalterias e serviços de nail care at home. Foi apostando nisso que Raquel Lima, de 24 anos, decidiu investir na área. Após ter que largar o emprego de vendedora por não ter com quem deixar o filho pequeno, a jovem decidiu se matricular no curso de Manicure e Pedicure, do Instituto Embelleze, para trabalhar por conta e assim dar mais atenção para sua família. “Eu tinha uma rotina muito cansativa, quase não via meu filho. Apesar de sempre gostar de fazer unhas, nunca havia pensando em trabalhar na área. Minha mãe me incentivou, eu me matriculei no curso e foi uma verdadeira surpresa”, conta a estudante. Em apenas um mês e meio de curso, Raquel já conseguiu abrir uma esmalteria, possui uma funcionária, uma agenda lotada e uma renda surpreendente para quem está começando o próprio negócio. “Em 3 semanas eu já tirei 50% do que que ganhava no antigo emprego. Mas a esmalteria está crescendo muito rápido, então acredito que em menos de um ano minha renda aumentará bastante”, afirma.
De volta ao mercado de trabalho
A crise que há tempos se estabeleceu no país resultou no aumento de desempregados e em uma dificuldade enorme dos mesmos para voltar ao mercado de trabalho. Mas se muitas profissões estão fechando portas, a área de beleza tem renovado a esperança de muita gente. Foi assim para Francisca Alves de Assunção, de 48 anos, que trabalhou durante anos em uma multinacional francesa e se viu desempregada do dia para noite. Sem conseguir se recolocar e com uma filha de 13 anos para sustentar, Francisca buscou uma oportunidade de se profissionalizar e garantir renda ao final do mês. Começou com o curso de extensão de cílios, mas ao notar que apenas ele não seria suficiente para se manter financeiramente, se matriculou em mais três: design de sobrancelha, depilação e manicure e pedicure. Já finalizou o primeiro, ainda cursa os demais, mas já consegue fazer atendimentos em casa. “Sempre achei a área da beleza extremamente promissora. Quando fiquei desempregada, não pensei duas vezes. Hoje eu já faço atendimentos em casa e consigo tirar o dinheiro para bancar as contas e o sustento da minha filha”, afirma.
Outro caso é o da assistente de eventos, Christiane de Lima, de 41 anos, que perdeu o emprego e não conseguiu mais voltar para a área de atuação. Formada no curso de Manicure e Pedicure há 4 meses, já realiza diversos atendimentos em casa e consegue garantir praticamente o mesmo salário de antigamente. “É um negócio bastante recente, mas observando a quantidade de atendimentos que estou realizando acredito que a minha renda deverá ser muito maior em 2019. Ultrapassando, até mesmo, o meu antigo salário”, conta.
Eles estão invadindo o setor
Dominado pelas mulheres, o setor de manicure tem ganhado cada vez mais adeptos do sexo masculino. Somente no Instituto Embelleze já são mais de 1.100 alunos homens nos cursos que envolvem a estética das unhas, entre ativos e formandos. “É um número tímido, se comparado com a quantidade de mulheres que buscam os cursos, mas é possível observar que é uma tendência que está crescendo bastante“, conta o gerente de marketing da rede.
Eduardo Nicolau, de 33 anos, se profissionalizou na área de manicure após a mãe ficar doente e não conseguir mais cuidar das unhas. “Minha mãe sempre foi vaidosa e tinha um cuidado muito grande com as unhas. Quando ela ficou doente e não pôde mais fazê-las sozinha, eu decidi me especializar nesta área para poder ajudá-la”, relata. A ajuda virou profissão e hoje, além de realizar atendimentos no estilo Nail Care at home, Eduardo ministra aulas do curso de Alongamento de Unhas, na unidade do Instituto Embelleze do Ipiranga, localizada em São Paulo.
De acordo com o profissional, o manicuro sai em vantagem na hora de conquistar as clientes. “Quando a cliente percebe que será um homem que irá fazer suas unhas, de início rola uma certa estranheza. Mas logo afirmam que os homens fazem melhor e com mais cuidado. Tenho diversas clientes fidelizadas e que estão sempre me indicando para as amigas”, afirma.
Eduardo conta que a renda de um profissional da área pode variar bastante, de acordo com a região de atendimento. Mas em média, um profissional especializado em alongamento de unhas, por exemplo, consegue tirar R$ 3 mil por mês. “As pessoas investem em beleza, mesmo em tempos de crise. Tenho alunas que apesar de residirem em comunidades carentes cobram R$ 180,00 por alongamento e conseguem uma boa renda mensal”, exemplifica.
Apostando alto no setor, Eduardo pretende expandir os atendimentos para além dos domicílios e abrir o próprio salão de beleza. “O mercado de beleza é bastante promissor e abre muitas portas para quem deseja investir. Para o próximo ano, pretendo abrir um salão que tenha um pouco de tudo, desde cabelo, até maquiagem. E no mesmo local, pretendo investir em um espaço somente para as unhas”, finaliza.