Leandro e Leonardo Castelo são fundadores da Ecoville, primeira franquia de produtos de limpeza do país
O caminho não foi fácil. Nos primeiros anos, os irmãos, ao lado do pai, fabricavam os produtos de noite e vendiam de dia. Eles chegaram a dormir por mais de seis meses no pequeno galpão onde produziam os artigos. Separados de suas famílias por quase dois anos, sem dinheiro para trazer seus entes queridos para Joinville, cidade onde estavam alocados, trabalharam duro para dar corpo a Ecoville e transformar o sonho do empreendedorismo em realidade.
- · Dando o apoio técnico que o varejo não costuma dar, a empresa se caracterizou por resolver os problemas das donas de casa – e se tornou um sucesso na cidade. Depois de dois anos trabalhando artesanalmente, sem padronização, o que limitava o volume de produção, os irmãos decidiram expandir e profissionalizar o negócio, investindo na criação de lojas físicas e no aumento do número de revendedores
- · E o esforço valeu a pena. Em menos de dez anos, a Ecoville passou a dominar o mercado de Santa Catarina com 142 lojas licenciadas. E o negócio segue em franca expansão: em 2016, a marca entrou para o segmento de franchising, com o modelo de franquia e microfranquia, e em apenas seis meses foram vendidas mais de 235 unidades.
Bruno Barros é fundador da Noxii Live
Mesmo bastante jovem, o empreendedor Bruno Barros, de 28 anos, enfrentou grandes superações, antes de fundar a Noxii, em 2014, marca de Santa Catarina que atua no ramo de saúde e bem-estar. Sua trajetória profissional começou quando ainda tinha 13 anos, morava na periferia de São Paulo, e começou a trabalhar para seu tio. Em 2009, recebeu uma proposta para ir trabalhar em uma empresa de Joinville, na qual trabalhou seis anos em dez funções diferentes. Chegava a trabalhar pelo menos 15 horas por dia no processo de expansão da empresa de Joinville, que passou a atuar também como transportadora. A Noxii surgiu como marca de roupas de lutas marcias, modalidades pelas quais é apaixonado. Depois de uma tentativa frustrada como franqueado e com sua marca sem apresentar resultados, decidiu abrir uma academia, o Noxii Live Center, voltada ao público que foge das academias tradicionais. A empresa está anunciando sua entrada no segmento do franchising.
José Carlos Semenzato – fundador da SMZTO Holding de Franquias Multissetoriais Atuando há mais de 25 anos no setor de franchising, José Carlos Semenzato é o responsável pelo sucesso das maiores marcas de franchising do Brasil. Sonhador e realizador, começou a trabalhar aos 13 anos vendendo as coxinhas que sua mãe fazia para complementar a renda da família. Aos 22, abriu seu primeiro negócio na área de educação, a Microlins, e, em menos de dois meses, já tinha 200 alunos. Em três anos, somava 17 escolas próprias e, posteriormente, apostou no sistema de franquias, chegando a 700 franquias e mais de 500 mil alunos.Em 2010, Semenzato vende a Microlins e cria a SMZTO Holding de Franquias Multissetoriais, hoje a maior aceleradora de franquias do Brasil com mais de 700 unidades sob gestão e faturamento previsto de R$ 800 milhões em 2017.Atualmente, são nove marcas ativas: L’Entrecôte de Paris, Instituto Embelleze, Casa X, Espaçolaser, OdontoCompany, Oralsystem, LifeUSA, PartMed e Totallaser. Semenzato é sócios da Xuxa nas marcas Espaçolaser e Casa X, e do Guga na LifeUSA.
Paulo Zahr – fundador da OdontoCompany– Após 10 anos de clínica diária, o cirurgião-dentista Paulo Zahr quis aproveitar um bom desconto que um fornecedor estava lhe dando. Era início dos anos 2000 e Zahr, então aos 30 anos, adquiriu peças para montar mais de mil aparelhos ortodônticos – número bem acima da quantidade que necessitava. Com estoque abundante, começou a distribuir panfletos nos estabelecimentos comerciais e nas ruas da periferia de São José do Rio Preto, onde ficava seu consultório. O objetivo era falar com a população de baixa renda para “desovar” aquele estoque. Em uma época em que o crédito não era acessível como hoje, Zahr viu a oportunidade de criar um novo modelo de negócios ao utilizar a mesma lógica das Casas Bahia para parcelar tratamentos odontológicos mais caros em prestações que cabiam no bolso dos clientes, por meio do pagamento via carnê. Fundador e presidente da OdontoCompany, Zahr transformou seu consultório particular em uma das maiores redes de franquias do setor, que atualmente financia R$ 220 milhões em tratamentos odontológicos e soma 320 unidades – sendo 200 já em operação – em todo o Brasil. Já nos anos 90, Zahr percebeu que para ganhar novos clientes era essencial apostar em um público que não incluía os gastos com odontologia entre suas prioridades. E para conquistá-lo, passou a negociar prazos de pagamento mais longos com os fornecedores, a estabelecer consultas de 1 hora e a oferecer parcelamentos que podem ser de até 60 vezes para tratamentos como implantes. Zahr também criou uma rede com indústrias e laboratórios fornecedores tanto para tratamentos estéticos quanto odontológicos.Hoje, a OdontoCompany faz parte da SMZTO Holding de Franquias, que em 2010 foi adquirida pela aceleradora de franquias. Em 2014, Zahr cria a PartMed, rede de clínicas populares que oferece consultas, exames, tratamentos e até internações e cirurgia, por meio de hospitais parceiros, com a mesma proposta de parcelamentos longos.
Elisângela Machado – fundadora do Mapa da Mina– Na década de 1990, Elisângela começou a revender semijoias como forma de obter uma renda extra. Sempre ligada em assuntos de moda e beleza, ela trabalhava nessa época como balconista em uma loja de roupas.Ela comprava as peças na loja de um amigo e montava mostruários, que usava para revender os acessórios. “Sempre gostei de vender, de lidar com o público, ajudar a encontrar o que combina melhor com cada pessoa”, conta Elisângela. Em pouco tempo, ela tinha uma equipe de revendedoras, tamanho sucesso que a sua empreitada estava fazendo.Com as semijoias ela conseguiu dobrar sua renda mensal. Após algum tempo, ela e o marido resolveram abrir uma loja. Assim nasceu o Mapa da Mina, em 1995, em Duque de Caxias, Rio de Janeiro. O sucesso foi grande, e em 1999 foi aberta a segunda unidade. Nessa época, Jamil, marido de Elisângela, pediu demissão do emprego na área de tecnologia da informação para tocar as lojas com ela. O casal abriu mais duas unidades, totalizando quatro lojas no Rio de Janeiro. A partir daí, decidiram expandir o negócio por meio de franquias. Para unir o comércio com a fabricação, convidaram para a sociedade Marcos Pertile, que somava mais de 20 anos de experiência na fabricação de semijoias. Com a entrada de um novo sócio, a rede Mapa da Mina passou a trabalhar exclusivamente com semijoias de fabricação própria, todas com um ano de garantia. Hoje a rede conta com 15 unidades nos estados de São Paulo e Rio de Janeiro e faturou R$ 12 milhões no ano passado.
Renato Saraiva – Fundador do Grupo CERS– Reconhecido pela Endeavor como uma das principais personalidades do empreendedorismo mundial, Renato Saraiva tem uma trajetória pouco comum: prestou serviço militar, se formou como advogado, foi servidor público durante anos para, então, se tornar um empreendedor aos 40 anos. Tendo passado a infância em Vigário Geral, região humilde da zona norte do Rio de Janeiro, Saraiva encontrou no serviço militar a única oportunidade de melhorar de vida. Estudou e se dedicou às provas teóricas do concurso, porém, sabia que teria dificuldades nas provas físicas por estar acima do peso. “Para passar, os candidatos tinham que fazer abdominais e flexões em barras. Eu sabia que não conseguiria fazer as flexões pelo excesso de peso, então, coloquei todas minhas forças nas abdominais. Fiz muito mais séries do que o necessário e os avaliadores ficaram comovidos com a minha dedicação e resolveram me aprovar”, lembra Saraiva. Com sua vida financeira mais equilibrada, conseguiu cursar a sonhada faculdade de Direito. Mas como sargento, não se acostumou com a disciplina severa e decidiu que deveria seguir por novos caminhos. Já conhecendo a “fórmula” para conquistar uma nova vaga pública, ele prestou concurso para Oficial de Justiça da Justiça do Trabalho e, aprovado, exerceu o cargo por oito anos. Inquieto, Saraiva não se acomodou no cargo. Então, prestou um novo concurso, desta vez para Procurador do Trabalho, cargo que tomou posse em 2001, em Recife, cidade onde oito anos depois criaria o CERS. Em 2009, o Procurador do Trabalho entendeu que era o momento de ajudar outras pessoas que também tinham o sonho da carreira pública. Para isso, vendeu o carro, juntou todas as economias – incluindo o dinheiro dos sete livros que tinha escrito na área – e conseguiu R$ 1 milhão para investir na criação do CERS em Recife (PE). Hoje, o CERS está presente em 13 capitais com faturamento de R$ 75,6 milhões em 2016 e expectativa de chegar aos R$ 89 milhões até o final de 2017. E, em São Paulo (SP), o CERS criou, em 2016, uma escola conceito, mesclando ensino digital, aulas particulares e cabines de estudo presenciais para os cursos à distância.
Hans Scholl – CEO da MetroFit– Austríaco por nascimento e brasileiro por opção, Hans Scholl teve seu primeiro contato com o self storage quando ainda morava na Áustria. Na época, ele quis fazer um mochilão pela Europa e precisou estocar seus pertences. Aproveitou a viagem, mas ficou com a ideia na cabeça. Morou em Nova York, conheceu sua esposa (brasileira) e, oito anos atrás, veio para o Brasil. Especializado no segmento imobiliário e de logística e engenheiro por formação, seguiu pesquisando o segmento de self storage paralelamente. Em 2010, como consultor da RE Investments estudou e se aprofundou ainda mais nas oportunidades do inexistente self storage brasileiro. Enquanto prestava consultoria para diversas operações aqui no Brasil, criou um plano de negócios exclusivo para o self storage e foi bater de porta em porta atrás de investidores. Conquistou a TRX, uma gigante brasileira do mercado imobiliário, e a Metro Self Storage, americana e uma das maiores do mundo no segmento. Hoje, CEO da MetroFit, Hans comanda duas unidades em operação em SP (cada unidade demanda investimento médio de R$ 25 milhões) e duas em construção. Outros contratos estão sendo negociados para serem fechados até o fim deste ano.
Wilson Giustino, fundador do CEBRAC, rede de ensino profissionalizante, começou a trabalhar aos 12 anos como aprendiz de sapateiro. Aos 21, montou uma joalheria em SP. Pouco tempo depois, foi assaltado, rendido e perdeu tudo – um prejuízo de R$ 1 milhão na época (década de 80). Para se reerguer, foi ao interior em busca de emprego e passou a vender cursos de informática porta a porta. Hoje, fatura R$ 190 milhões por ano com o CEBRAC.