O comércio eletrônico tem se consolidado como um facilitador dos negócios, tornando o processo de vendas rápido, fácil e seguro para os clientes, além de estimular a competitividade entre as empresas. A ferramenta se mostra ainda mais importante em momentos de crise, de acordo com os dados mais recentes da Ebit, referência em informações sobre o varejo eletrônico brasileiro. Segundo a consultoria, esse segmento registrou crescimento nominal* de 7,4% em 2016, ao passo que as vendas físicas recuaram 8,7%, conforme o IBGE. Nesse contexto, as pesquisas E-Commerce, realizadas em maio pela área de Estudos Econômicos da Fecomércio MG, revelam que há um grande potencial de expansão para as lojas virtuais.
Os estudos indicam que pouco mais de 20% das empresas do comércio varejista de Belo Horizonte trabalham com vendas on-line, seja por plataforma exclusiva ou pela rede de lojas. Os principais motivos para a baixa adesão são a falta de planejamento/conhecimento (37,8%), de mão de obra especializada (27%) e de tempo (21,6%). Mas aos empresários que ainda não pretendem vender produtos em plataformas on-line, a coordenadora de Comunicação e Marketing da Federação, Izabela Ventura, alerta: “mesmo que não invista em e-commerce, atualmente qualquer marca deve manter uma boa presença virtual. Há excelentes opções de divulgação paga nas redes sociais que ajudam a atrair os públicos de forma personalizada, filtrando-os por localidade, faixa etária, hobbies e até gostos pessoais”, esclarece.
Além de ampliar a presença no ambiente digital, as lojas ainda podem explorar melhor essa ferramenta. Os levantamentos indicam, por exemplo, que 51,9% das pessoas que têm acesso à internet realizam compras nessa plataforma. É o maior percentual registrado pela pesquisa da entidade, iniciada em novembro de 2015. No entanto, ainda baixo, no entendimento do economista da Fecomércio MG, Guilherme Almeida. “Os números mostram a importância desse nicho, que, se bem trabalhado, proporciona ganhos para o empresariado. Há muito espaço para crescer, e são poucos os aspectos que ainda desmotivam os clientes a comprarem pela internet, como as questões culturais e de informação”, argumenta.
No fim do ano passado, o indicador de consumo via e-commerce estava em 43,8%. Os principais atrativos do ambiente on-line atualmente, para os clientes, são os descontos oferecidos (51,6%), a praticidade de escolher e receber o produto em casa (38,8%), além da possibilidade de pesquisar preços (16,5%). O estudo destaca que o primeiro critério para a escolha do site é ser uma empresa conhecida no mercado (43,1%), quesito à frente do melhor preço, opção de 41,5% dos belo-horizontinos. A indicação de conhecidos aparece em terceiro lugar, com 22,9%. As redes sociais influenciam em mais de 60% dos casos. Além disso, 72,7% dos consumidores da capital mineira habituados às compras on-line já deixaram de adquirir algum tipo de produto do comércio tradicional para comprá-lo pela internet.
*O termo “nominal” é usado quando não se desconta a inflação no cálculo.