A 26ª edição da ABF Franchising Expo começa nesta quarta-feira (21), em São Paulo, e reacende o desejo de muitos em investir no próprio negócio. A feira, uma das maiores do setor, apresenta mais de 400 marcas expositoras, com opções de investimento para empreendedores experientes e iniciantes, desde menos de R$ 10 mil até mais de R$ 1 milhão, de diferentes segmentos e formatos. Diante de tanta oferta, algumas perguntas podem ajudar na escolha. Ricardo José Alves, fundador da rede Griletto e CEO da Halipar (Holding de Alimentação de Participações), o terceiro maior grupo nacional do franchising no segmento de alimentação, enumera cinco questões fundamentais que devem ser feitas pelo visitante.
1. Por que eu deveria investir em seu negócio?
Permita que a franqueadora apresente os argumentos dela para te convencer de que aquela franquia é o negócio ideal para você. Fique atento, porém, se o discurso está embasado, tanto em números quanto em cases de sucesso. Também é válido conversar com os atuais franqueados da rede para medir o nível de satisfação com os retornos do investimento e o suporte oferecido pela franqueadora.
2. Como é o treinamento antes da abertura e durante a operação do negócio?
É verdade que o franchising oferece um modelo de negócio pronto, mas ninguém é obrigado a saber como implantá-lo e nem como operacionalizá-lo. Por isso, o candidato a franqueado precisa estar seguro de que contará com a expertise da franqueadora no dia a dia. Assim, questione quais os treinamentos oferecidos antes da abertura da unidade e com quais suportes poderá contar depois que o negócio começar a funcionar.
3. Quantas unidades já fecharam? Por quê?
Recentemente, a ABF divulgou os números consolidados do desempenho do setor no ano passado, que revelaram um crescimento de 8,3% na receita em relação a 2015. O percentual foi um pouco acima da projeção feita pela entidade, que apontou um índice de crescimento na faixa de 6% a 8%. O faturamento do setor foi de R$ 139,593 bilhões para R$ 151,247 bilhões. Já a taxa de mortalidade no ano foi de 5,1%. Diante desse cenário, questione quantas lojas foram fechadas em 2016 e peça uma comparação em relação aos anos anteriores. Pergunte os principais motivos que fizeram o negócio não dar certo e porquê a franqueadora não conseguiu reverter a situação.
4. Qual o planejamento de crescimento da rede?
A grande vantagem do sistema de franchising é oferecer um modelo de negócio pronto, mas só isso não é suficiente. É fundamental que a franqueadora tenha um planejamento estratégico a longo prazo e que isso seja apresentado, de forma clara, aos franqueados e aos candidatos a franqueados. O planejamento estratégico mapeia as ações que serão tomadas e o crescimento esperado, baseados em cenários externos e internos. Dessa forma, você conseguirá visualizar onde é que a empresa pretende chegar e onde, consequentemente, ela poderá te levar.
5. Quais os valores a serem pagos de taxas?
Para que o “casamento” entre a franqueadora e o franqueado dure, as regras devem estar muito claras antes da assinatura do contrato. Entre elas, estão as taxas que deverão ser pagas pelo franqueado. Questione quais são e os respectivos valores, para que não haja surpresas. As taxas básicas do sistema de franquias são: a taxa de franquia (valor único e fixo, cobrado na assinatura do contrato e refere-se à concessão do uso da marca pelo franqueado); a taxa de royalties (valor pago periodicamente, com valor preestabelecido em contrato, aplicado sobre o faturamento bruto da franquia); e a taxa de propaganda (também paga periodicamente com o objetivo de criar um fundo de investimento para a promoção da marca, como propaganda, publicidade, entre outros). Algumas redes também cobram taxa de compras e taxa de serviços. Portanto, não saia com essa dúvida da feira.