O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) acumulou alta de 0,31% em maio, mais que o dobro do mês anterior (0,14%) e menos da metade do percentual registrado no mesmo período de 2016 (0,78%). Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o aumento mensal se deu pela pressão da energia elétrica, já que a reversão do desconto aplicado nas faturas de abril fez o item subir, em média, 8,98%. A conta de luz é responsável por 3,3% das despesas familiares. No recorte mensal e por grupos, os itens que mais contribuíram para o resultado do indicador foram aqueles relacionados à habitação (2,14%), vestuário (0,98%), saúde e cuidados pessoais (0,62%) e despesas pessoais (0,23%).
O economista da Fecomércio MG, Guilherme Almeida, também reforça que o reajuste dos medicamentos, ocorrido em 31 de março, ainda é sentido pelo consumidor. Os aumentos de 1,36% a 4,76% contribuíram para um acréscimo de 0,82% nos preços dos remédios em maio. Foi esse o principal impulso da inflação do grupo ligado à saúde e cuidados pessoais, que representa 3,48% das despesas familiares, de acordo com o IBGE. Na outra ponta, apresentaram deflação, no mês: alimentação e bebidas (-0,58%), transportes (-0,06%) e artigos de residência (-0,28%).
De janeiro a maio, o IPCA acumula 1,42%, o menor patamar para o período desde 2000 (1,41%). No acumulado em 12 meses, o índice está em 3,60%, inferior aos 12 meses até abril (4,08%) e o menor para a série desde 2007 (3,18%). “Temos fatores econômicos e não econômicos influenciando a redução do IPCA nessa base de comparação. As famílias estão demandando menos, e isso exerce uma menor pressão sobre o nível de preços. Além disso, no grupo alimentação, por exemplo, temos o período de boas safras, com o aumento da oferta de produtos agrícolas influenciando favoravelmente os preços”, avalia o economista.