Em setembro, o setor de serviços do Estado de São Paulo voltou a eliminar empregos e encerrou o mês com saldo negativo de 2.410 postos de trabalho, resultado de 161.587 admissões e 163.997 desligamentos. Com isso, o estoque de trabalhadores atingiu 7.381.907. Mesmo havendo redução de vagas, este último resultado é mais ameno na análise interanual, uma vez que no ano passado, o saldo do mês de setembro foi de -14.115 vagas. No saldo acumulado de janeiro a setembro de 2016, 42.720 empregos formais foram extintos nos serviços do Estado de São Paulo. Já nos últimos 12 meses, o saldo negativo chegou a 146.788 postos de trabalho, o pior resultado para tal período na economia paulista, desde o início da série histórica em 2007.
Os dados compõem a Pesquisa de Emprego no Setor de Serviços do Estado de São Paulo (PESP Serviços), realizada mensalmente pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) com base nos dados do Ministério do Trabalho por meio do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) e o impacto do seu resultado no estoque estabelecido de trabalhadores no Estado de São Paulo, calculado com base na Relação Anual de Informações Sociais (Rais).
Das doze atividades pesquisadas em setembro, apenas o segmento de serviços médicos, odontológicos e serviços sociais (1%) apresentou crescimento no número de trabalhadores formais, na comparação com o mesmo mês de 2015. Os destaques negativos foram as atividades de transporte e armazenagem (-4,5%) e de serviços profissionais, científicos e técnicos (-3,6%).
Em setembro, as funções com os maiores saldos negativos foram trabalhadores ligados aos serviços de proteção e segurança, com a extinção de 931 vagas, seguidos de gerentes de áreas de apoio, com 736 vagas a menos.
Segundo a FecomercioSP, depois de um respiro em agosto, primeiro mês com saldo positivo de vagas desde fevereiro, o setor de serviços do Estado de São Paulo voltou a registrar retração de vagas. Setorialmente os destaques continuam sendo nos serviços administrativos e serviços de transportes. De acordo com a Entidade, estes dois segmentos são bons termômetros da atividade econômica, já que a redução dos serviços administrativos é resultado claro de queda de movimentação dos negócios, enquanto a redução do mercado de trabalho formal do setor de transportes, principalmente o rodoviário de carga, demonstra o quão recessiva se encontra a economia, afetando produção, logística e comercialização.
Mesmo com o aprofundamento da crise no mercado de trabalho formal do setor de serviços paulista visto em setembro, a Federação ressalta que a queda é mais amena do que a registrada no ano passado e essa tendência irá continuar. Essa disposição, segundo a FecomercioSP, representa tanto um esgotamento natural do mercado de trabalho (que já enxuga há pelo menos 15 meses seu quadro funcional), quanto um pessimismo menos presente (com redução inflacionária, de juros, queda do endividamento e inadimplência e também políticas econômicas mais claras e eficientes). Por conta disso, a Entidade espera que este cenário seja repetido nos próximos meses.
Capital paulista
Em setembro, o setor de serviços eliminou 2.746 empregos formais na cidade de São Paulo. De janeiro a setembro de 2016 foram extintos 28.600 postos de trabalho. Já nos últimos doze meses, no saldo acumulado de outubro de 2015 a setembro deste ano, são 62.899 empregos formais perdidos pelo setor de serviços na economia paulistana.
Das 12 atividades analisadas na PESP Serviços em setembro, os piores resultados foram vistos nos serviços administrativos e complementares, que eliminaram 3.206 postos de trabalho, seguidos dos serviços de transporte e armazenagem, com -1.127 vagas. O destaque positivo ficou no desempenho dos serviços médicos, odontológicos e serviços sociais, com 1.410 postos de trabalho gerados no mês.
Nota metodológica
A Pesquisa de Emprego no Setor de Serviços do Estado de São Paulo (PESP Serviços) analisa o nível de emprego do setor de serviços. O campo de atuação está estratificado em 16 regiões do Estado de São Paulo e 12 atividades: transporte e armazenagem; alojamento e alimentação; informação e comunicação; financeiras e de seguros; imobiliárias; profissionais, científicas e técnicas; administrativas e serviços complementares; administração pública, defesa e seguridade social; educação; médicos, odontológicos e serviços sociais; artes, cultura e esportes e outras atividades de serviços. As informações são extraídas dos registros do Ministério do Trabalho, por meio do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) e o impacto do seu resultado no estoque estabelecido de trabalhadores no Estado de São Paulo, com base na Relação Anual de Informações Sociais (Rais).
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