Em maio, pelo terceiro mês consecutivo, o setor de serviços do Estado de São Paulo diminuiu seu estoque de trabalhadores formais. Foram extintos 6.696 postos de trabalho, resultado de 171.769 admissões e 178.465 desligamentos. Com isso, o estoque ativo atingiu 7.407.903 trabalhadores, o menor patamar desde julho de 2013, quando 7.406.716 estavam empregados. O saldo registrado em maio foi o segundo pior para o mês desde o início da série histórica, em 2007, ficando atrás apenas do observado no ano passado.
Somando os cinco primeiros meses do ano, foram eliminados 16.724 empregos formais. Foi a primeira vez que o saldo de empregos ficou negativo no período e, com isso, o setor teve o pior desempenho no mercado de trabalho formal desde 2007. No acumulado dos últimos 12 meses, de junho de 2015 a maio deste ano, foram fechados 167.546 postos de trabalho.
Os dados compõem a Pesquisa de Emprego no Setor de Serviços do Estado de São Paulo (PESP Serviços), realizada mensalmente pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) com base nos dados do Ministério do Trabalho por meio do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) e o impacto do seu resultado no estoque estabelecido de trabalhadores no Estado de São Paulo, calculado com base na Relação Anual de Informações Sociais (Rais).
Das doze atividades pesquisadas em maio deste ano, apenas o segmento de médicos, odontológicos e serviços sociais apresentou leve crescimento de 0,8% no estoque de empregos, na comparação com o mesmo mês de 2015. As atividades que mais retraíram foram informação e comunicação (-5,1%), transporte e armazenagem (-4,9%) e administrativas e serviços complementares (-3,9%).
Com relação aos dados por ocupações, os maiores saldos negativos registrados em maio foram observados nas seguintes funções: trabalhadores nos serviços de proteção e segurança, com o fechamento de 1.624 postos de trabalho; seguido pelos gerentes de áreas de apoio, que viram seu mercado encolher em 1.101 empregos e pelos condutores de veículos e operadores de equipamentos de elevação e movimentação de cargas (-735 postos de trabalho).
Segundo a FecomercioSP, a continuidade da eliminação de postos de trabalho com carteira assinada reflete a gravidade da crise econômica, porém o fato de a taxa de retração do estoque de empregados no setor ter permanecido em 2,2%, no comparativo anual – por três meses consecutivos – pode indicar uma pausa no quadro. Para a Federação, esse é o primeiro passo para acabar com o fechamento contínuo de vagas no futuro. Outro fator que pode ser positivo se deve à recente recuperação dos indicadores de confiança, tanto de consumidores quanto de empresários, e a projeção de melhora das vendas no segundo semestre deste ano.
Ainda de acordo com a Entidade, os rumos da atividade econômica brasileira passam por definições políticas e dependem da aplicação dos ajustes trazidos pela nova equipe econômica. Se o emprego é diretamente relacionado às receitas empresariais, somente com inflação mais baixa, dando espaço para menores juros, haverá possibilidade de retomada da demanda. Para a FecomercioSP, não é possível projetar geração de emprego no setor de serviços no Estado de São Paulo enquanto a variação interanual do volume de vendas destes mesmos serviços estiver negativa.
Capital paulista
Foram eliminados 2.816 empregos formais no setor de serviços da cidade de São Paulo em maio. Somando os cinco primeiros meses do ano, foram extintos 15.163 postos de trabalho, enquanto no acumulado dos últimos 12 meses, a redução chegou a 63.613 empregos com carteira assinada, o que levou a uma diminuição de 1,8% do estoque total de trabalhadores na comparação com maio de 2015.
O saldo negativo registrado em maio é o nono consecutivo no setor de serviços da capital paulista. Segundo a FecomercioSP, a partir de agosto de 2015 verifica-se variação negativa do estoque ativo de trabalhadores do setor na comparação anual. Essa redução chegou ao seu pior porcentual de toda a série histórica em março (-1,8%) e se manteve em abril e maio.
Das 12 atividades analisadas na PESP Serviços, apenas as de serviços médicos, odontológicos e serviços sociais registraram saldo positivo de vagas em maio. Em termos proporcionais, os piores desempenhos foram vistos nas atividades de informação e comunicação (-4,3%); profissionais, científicas e técnicas (-4,1%) e administrativas e serviços complementares (-3,6%).
Nota metodológica
A Pesquisa de Emprego no Setor de Serviços do Estado de São Paulo (PESP Serviços) analisa o nível de emprego do setor de serviços. O campo de atuação está estratificado em 16 regiões do Estado de São Paulo e 12 atividades: transporte e armazenagem; alojamento e alimentação; informação e comunicação; financeiras e de seguros; imobiliárias; profissionais, científicas e técnicas; administrativas e serviços complementares; administração pública, defesa e seguridade social; educação; médicos, odontológicos e serviços sociais; artes, cultura e esportes e outras atividades de serviços. As informações são extraídas dos registros do Ministério do Trabalho, por meio do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) e o impacto do seu resultado no estoque estabelecido de trabalhadores no Estado de São Paulo, com base na Relação Anual de Informações Sociais (Rais).
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