O Índice de Confiança do Empresário do Comércio (ICEC) atingiu 74,8 pontos em abril, queda de 1,4% em relação a março, resultado principalmente da piora na avaliação das condições atuais da economia. Na comparação com o mesmo período de 2015, a retração do ICEC chegou a 11,9%.
Apurado mensalmente pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP), o ICEC varia de zero (pessimismo total) a 200 pontos (otimismo total) e o resultado visto em abril é o quinto menor de toda a série histórica, iniciada em março de 2011.
Segundo a FecomercioSP, tanto os donos das grandes como das pequenas empresas estavam mais pessimistas em abril. Porém, os principais responsáveis pela queda do indicador foram os donos de negócios com menos de 50 funcionários, que diminuíram em 1,4% sua confiança em relação ao mês passado, a qual chegou a 74,5 pontos. Entre os empresários que empregam mais de 50 funcionários a queda foi de 0,8% e o indicador atingiu 90 pontos.
Na comparação anual, houve diferença no resultado por porte de empresa. Enquanto o índice de confiança dos pequenos empresários caiu 12,3%, entre os grandes houve alta de 4,7%. Para a Federação, o impacto da diminuição do consumo, em consequência, sobretudo, da escassez de renda e crédito, tende a ser mais acentuado sobre pequenos negócios do que sobre grandes empresas, que podem proteger-se um pouco mais com melhor acesso a capital, propaganda, distribuição e estratégias de marketing.
Mesmo assim, ainda não há indícios de recuperação nem para grandes, nem para pequenos negócios nos próximos meses, apesar da trégua na queda e da relativa estabilidade da confiança neste ano decorrente da redução do pessimismo registrada entre as empresas de maior porte. O que ocorre é que as grandes empresas parecem estar fazendo ajustes de prognósticos depois de terem exagerado o seu pessimismo, que a rigor ainda continua grande. Outra hipótese é de que a mudança no cenário político já esteja surtindo efeito nas expectativas das grandes empresas.
Indicadores
Após três elevações consecutivas, o Índice das Condições Atuais do Empresário do Comércio (ICAEC), um dos componentes do ICEC, caiu 4,6% na comparação com março e atingiu 38,9 pontos. O item que mede a avaliação do empresariado em relação às condições atuais da economia foi o principal motivador da queda do índice, ao apresentar retração de 8,5% e atingir 21,4 pontos. Na comparação anual, a queda foi ainda maior: -25%.
Em relação ao futuro, o Índice de Expectativa do Empresário do Comércio (IEEC) de abril mostra que o empresariado está um pouco mais otimista e registrou alta de 0,7%, passando de 116,5 pontos em março para 117,4 pontos em abril – ele foi o único componente do ICEC a registrar elevação no mês.
Já o Índice de Investimento do Empresário do Comércio (IIEC), que avalia a propensão dos empresários em relação a novos investimentos, retraiu 2,9% em abril e contabilizou 68,1 pontos. A única influência positiva do IIEC partiu do Indicador de Contratação de funcionários (IC), que subiu 1,3% e totalizou 74,7 pontos.
Para a FecomercioSP, os resultados de abril mostram que a situação é de grande pessimismo em relação ao atual ambiente econômico. A estagnação do indicador nos 74 pontos aponta que a decepção dos empresários está diretamente vinculada à conjuntura preocupante da economia brasileira, em razão da turbulência político-econômica que o país atravessa. Segundo a Entidade, ainda é cedo para estimar qualquer melhora no curto prazo, embora uma mudança no cenário político e na orientação da política econômica possa vir a afetar positivamente a confiança dos empresários do varejo.
Nota metodológica
O Índice de Confiança do Empresário do Comércio (ICEC) contempla as percepções do setor em relação ao seu segmento, à sua empresa e à economia do País. São entrevistas com 600 empresários na capital, em painel fixo de empresas, com amostragem segmentada por setor (não duráveis, semiduráveis e duráveis) e por porte de empresa (até 50 empregados e mais de 50 empregados). As questões agrupadas formam o ICEC, que por sua vez pode ser decomposto em outros subíndices que avaliam as perspectivas futuras, a avaliação atual e as estratégias dos empresários mediante o cenário econômico. A pesquisa é referente ao município de São Paulo, mas sua base amostral reflete o cenário da região metropolitana.
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