A matriz da inovação fica em Itapema, região conhecida como Costa Esmeralda, em Santa Catarina. O Café Du Centre está a 70 quilômetros de Florianópolis, mas quem entra no local tem a sensação de ter desembarcado numa das cafeterias de Paris.
Lustre imponente, móveis estofados, paredes acortinadas e uma rádio francesa, que faz qualquer um se sentir num bistrô parisiense.
O café é o convite para essa viagem de sabores marcantes em taças desconstruídas, sobremesas de receitas sigilosas, croissants repaginados e um menu de bebidas de provocar dúvida sobre o pedido mais apetitoso.
Não é apenas um lugar bonito com um serviço gostoso e uma experiência exclusiva. Trata-se de um negócio lucrativo, que no auge da pandemia, em 2020, ano adverso para muitos segmentos, movimentou cerca de 30 bilhões de reais no País, segundo a Associação Brasileira de Indústria de Café (ABIC).
Esse grão moído, bem coado ou expresso, com ou sem leite e tantas combinações possíveis, faz parte do gosto popular. De acordo com a ABIC, pesquisas indicam que 95% da população brasileira consome o café de alguma maneira, índice que colocou o Brasil em segundo lugar no ranking de consumo mundial, conforme análises da OIC, a Organização Internacional do Café.
Mas não é simplesmente qualquer xícara que tem aquecido esse mercado. A rede de franquias Café Du Centre, precursora da inovação das cafeterias no País, com várias franquiadas espalhadas pelas principais capitais brasileiras e também no Exterior, acredita que o grande negócio está em transformar uma bebida tão comum, num requintado pedido. “O café virou um evento. As mulheres colocam salto para vir até a cafeteria. Os homens marcam importantes reuniões de negócios. As famílias comemoram datas importantes. Tudo isso porque o ambiente mudou. Não é mais um cafezinho na padaria. Hoje, é ‘o’ café num lugar completamente diferenciado”, analisa Bruna Vieira, uma das fundadoras da rede.
Fundado em 2014, o Café Du Centre, que passou a ser copiado pelas principais marcas de café gourmet dos mais diferentes endereços turísticos do Brasil, tinha um protótipo de negócio altamente lucrativo antes mesmo de se transformar numa rede de franquias com a certeza do potencial de retorno de hoje. “Começamos a ser procurados por investidores. Pessoas que vinham, se impressionavam, experimentavam o cardápio e saíam com a certeza de que ter um lugar como o Café Du Centre em suas cidades de origem seria estratégico e lucrativo. E assim tudo aconteceu”, conta a empresária.
Com uma arquitetura única e a reprodução do layout em outras regiões brasileiras, as irmãs, sócias-fundadoras do Café Du Centre, passaram a desenvolver um sistema de implantação que atraiu novos empreendedores no setor. “Nós decidimos desburocratizar. Desenvolvemos uma plataforma funcional e intuitiva que simplesmente direciona os profissionais menos envolvidos com o tema de forma muito assertiva. A ideia é impulsionar o investimento”, explica Paula Vieira, a outra fundadora do Café Du Centre.
“Não são apenas ferramentas didáticas e uma condução acolhedora que acompanha cada etapa da implantação com muita estratégia. Nós decidimos facilitar a escolha pelo café como opção de franquia”, completa Paula.
A rede Café Du Centre renuncia a revenda de produtos, o que diminui de forma significativa o CMV, Custo de Mercadoria Vendida e não exige de uma série de condicionais que outras redes têm. “O resultado disso é um ganho exponencial”, afirma o investidor, Nelson Eduardo Melke Filho, franqueado desde 2018 e dono de duas lojas da marca em Campo Grande, no Mato Grosso do Sul.
“Um dos endereços franqueados chegou a faturar R$ 1.500,00 por hora, apenas vendendo cafés”, destaca Bruna Vieira. “Basta fazer as contas para entender do que estamos falando”, complementa.
Nelson Melke é um engenheiro civil, que encantado com o projeto como cliente decidiu mudar de área profissional e investir no novo negócio: “Eu me impressionei com tudo. Com cada sabor, com a proposta, mas principalmente com as facilidades. Desde que entrei na cafeteria em Itapema eu fiquei completamente impressionado com o movimento, com as opções e com a ideia absolutamente diferente de fazer um café ganhar tanto status”, diz ele.
A um ticket médio de no mínimo R$ 40,00 e uma frequência mínima de mil pessoas por semana, Melke não se arrepende de ter abandonado a construção civil pelo novo ramo profissional. “Depois do retorno sobre o investimento feito em duas lojas, eu já estou me preparando para abrir a terceira. E me sinto literalmente um barão do café (risos). Mas na versão do século XXI. O que servimos está muito, mas muito além do velho cafezinho”, brinca. “Nunca pensei que café desse tanto retorno”, finaliza.
Relatos que comprovam: quando o assunto é ganhar dinheiro, ninguém é “café com leite” nesse mercado. Tanto que chegam novos pedidos para aberturas de mais franquias da marca Café Du Centre. “Se a ideia é retorno rápido, o lucro é literalmente líquido e certo, como um bom expresso”, brincam as fundadoras da marca.