Setor de serviços da cidade de São Paulo encerra 2018 com alta de 14,7%

O setor de serviços na cidade de São Paulo obteve sua 24ª alta consecutiva, faturamento de R$ 35,1 bilhões em dezembro, a maior cifra para o mês desde o início da série histórica, em 2010. Em comparação ao mesmo período de 2017, houve crescimento de 11,3%, o que representa um montante R$ 3,5 bilhões superior nas receitas do setor. Em 2018, a elevação foi de 14,7%, ganho de R$ 345,8 bilhões durante o ano.

Os dados são da Pesquisa Conjuntural do Setor de Serviços (PCSS), que traz o primeiro indicador mensal de serviços em âmbito municipal, elaborada pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) com base nos dados de arrecadação do Imposto sobre Serviços (ISS) do município de São Paulo, fornecidos pela Secretaria da Fazenda do Município de São Paulo. A cidade tem grande relevância nos resultados estaduais e nacionais do setor de serviços, representando aproximadamente 20% da receita total gerada no País.

Das 13 atividades pesquisadas, seis apontaram expansão no faturamento real em relação a dezembro de 2017, sendo elas: mercadologia e comunicação (122%); turismo, hospedagem, eventos e assemelhados (67,6%); jurídicos, econômicos, técnicos-administrativos (25,2%); educação (21,8%); serviços bancários, financeiros e securitários (15,4%); e outros serviços (4,8%). Somadas, contribuíram com 14,9 pontos porcentuais (p.p.) para o resultado geral.

No sentido contrário, as quedas ficaram por conta dos seguintes segmentos: construção civil (-24%); saúde (-11,2%); agenciamento, corretagem e intermediação (-9,8%); representação (-6,4%); conservação, limpeza e reparação de bens móveis (-3,2%); Simples Nacional (-3%); e técnico-científico (-1,5%). Essas três atividades contribuíram negativamente com 3,6 pontos porcentuais para o resultado geral.

De acordo com a FecomercioSP, a recuperação gradual do setor de serviços nos últimos dois anos reflete a melhora da economia brasileira após a crise entre 2014 e 2016. Assim, 2018 fechou com o crescimento previsto pela Federação – alta de 15%. Já o mês de dezembro superou a previsão da Entidade (que era de 7,5%) e chegou a 11,3%. A maior elevação de 2018 se deu em junho (21,8%). Isso porque os indicadores de emprego, renda e crédito tiveram trajetórias ascendentes, o que influencia no aumento da confiança de consumidores e empresários.

Segundo a Federação, a expectativa para 2019 é que com a redução de gastos públicos e os encaminhamentos e aprovações das principais reformas, como a da Previdência e a Tributária, os índices continuem subindo. A Entidade também aguarda por medidas do governo que desburocratizem os processos de abertura e fechamento de empresas e acesso ao crédito para as micros e pequenas. Por meio dessas ações, o Brasil poderá melhorar sua posição no ranking mundial de negócios, o que deve atrair investimentos externos e alavancar o mercado interno.

A FecomercioSP também orienta o empresário a utilizar a PCSS para analisar o seu próprio negócio em relação aos resultados médios de mercado e, se estiver abaixo, o ideal é que seja feita uma restruturação observando o fluxo de caixa, estoques, estratégia de vendas, receitas e despesas, entre outros. A orientação da Entidade é que o planejamento inclua um estudo do mercado consumidor e da concorrência, aceitabilidade do serviços, riscos do negócio e análise das finanças da empresa.

*Nota técnica

De modo a manter o indicador sempre atualizado, a partir de fevereiro de 2018 foi adicionado à lista de atividades do setor de serviços, por meio da Instrução Normativa SF-Surem n.º 23, de 22/12/2017, da Secretaria da Fazenda do Município de São Paulo, o código CNAE 02498, relativo à atividade de “Inserção de textos, desenhos e outros materiais de propaganda e publicidade, em qualquer meio (exceto livros, jornais, periódicos e nas modalidades de serviços de radiodifusão sonora e de sons e imagens de recepção livre e gratuita)”. Por se tratar de uma nova atividade inserida no grupo de mercadologia e comunicação, os resultados apresentarão variações elevadas nos comparativos anuais até completar o ciclo de 12 meses de adição, em fevereiro de 2019.

Nota metodológica

A Pesquisa Conjuntural do Setor de Serviços (PCSS) é o primeiro indicador mensal de serviços em âmbito municipal. Utiliza informações baseadas nos dados de arrecadação do Imposto sobre Serviços (ISS) do município de São Paulo por meio de um convênio de cooperação técnica firmado entre a Secretaria da Fazenda do Município de São Paulo e a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP). O indicador conta com uma série histórica desde 2010, permitindo o acompanhamento do setor em uma trajetória de longo prazo. As atividades foram reunidas em 13 grupos, levando em conta as suas similaridades e a representação no total do que é arrecadado de ISS no município. A pesquisa é referente ao município de São Paulo, mas, considerando a sinergia entre os municípios do entorno, os resultados refletem o cenário da região metropolitana.