Segmento de estética agita Feira do Empreendedor do Sebrae

Com aumento no faturamento de mais de 8% em 2015 segundo dados da Associação Brasileira de Franchising (ABF), o segmento de beleza, cosméticos e cuidados pessoais parece passar longe da crise se levado em conta o setor de franquias e o desempenho de algumas marcas durante a Feira do Empreendedor do Sebrae em São Paulo no último final de semana.

Apesar dos números da Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (ABIHPEC) apontarem para a primeira retração do setor em 23 anos em 2015, contrastando com os dados da ABF, os expositores que estiveram na Feira do Empreendedor demonstravam animação para o ano de 2016 e para as metas a serem perseguidas durante a feira.

“A gente não sentiu a crise. Até mesmo porque o segmento de beleza e estética no Brasil, por incrível que pareça, é visto como de necessidade básica e acaba sendo pouco impactado pela crise”, explica a Diretora de Expansão da rede de esmalterias Turquesa.

Há cinco anos no mercado e dois anos franqueando, a rede tem 20 unidades com tíquete médio de 50 reais e investimento inicial de 60 mil reais com serviços complementares como depilação e podologia. A expectativa, explica López, é de fechar 10 contratos de franquias resultantes da participação da marca na Feira, o que segundo os cálculos da própria Diretora de expansão da marca, deve ocorrer. 

“É muito volume, muitas pessoas pedindo atendimento pós-feira e a gente sequer consegue atender a demanda do estande. A crise está fomentando o empreendedorismo no Brasil, a mídia tem divulgado isso e a crise faz com que as pessoas tenham medo e procurem alternativas seja porque acabou de perder emprego, seja pela insegurança”, revela  López ao ressaltar o aumento na procura por esse tipo de franquia em comparação com os outros anos da feira.

“O segmento de beleza e estética tem baixo risco, o investimento é relativamento baixo e os lucros são altos, em média de 30% enquanto que o segmento de alimentação gira em torno de 10 a 12% com um investimento muito maior”, avalia 

Redes menos estruturadas, como a Sóbrancelhas, que iniciou a marca como franquia (o que é ilegal segundo a Lei de Franquias) e recém inaguradas, como a Miss Pink, com apenas um ano de franquia, também estavam otimistas com a feira.

“Não tem crise. Todas as pesquisas apontam que não tem crise. Enquanto lojas grandes estão fechando unidades, em um ano de existência já abrimos 47 franquias e a gente percebe que é isso: a mulher brasileira é vaidosa e não vai no supermercado sem fazer uma maquiagem”, aposta a Gerente de Relacionamento da marca de maquiagens Miss Pink.

Na contramão, Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (ABIHPEC) divulgou balanço no início deste ano apontando queda real de 6% nas vendas e de 2% no número de empregos com carteira assinada, sinalizando para um 2016 “difícil”, com aumento de impostos para o setor que chegam a 125% em alguns Estados.

“O aumento do IPI em 2015 começou a impactar o bolso do consumidor a partir de maio e será ainda mais intenso neste ano”, afirmou em nota o presidente da ABIHPEC, João Carlos Basilio.

O cenário, no entanto, não parece assustar outros investidores que estão há mais tempo no mercado. Se a venda de produtos voltados para beleza e estética têm quedas, as rebarbas desse mercado têm gerado bons resultados para marcas como o Instituto Divas, que explora o ensino e treinamento de profissionais cabeleireiros há pelo menos seis anos.

A Diretora de Expansão da rede, Amanda Vieira, conta que começou no bairro de Vila Nova Cachoeirinha, na zona norte de São Paulo, e em um ano de franquia já conta com três unidades favorecidas pelo cenário de crise – seja na indústria de cosméticos, seja fora dela.

“As pessoas recebem uma rescisão e querem montar um negócio próprio ou investir em algum curso ou algo nesse sentido. Então isso já tem favorecido a gente. E as pessoas que não são demitidas procuram uma renda extra”, revela Vieira.

Cautelosa, a marca espera fechar apenas dois contratos com a conclusão da Feira do Empreendedor, número baixo se comparado às metas de outras marcas na feira. Até o final do ano, o Instituto Divas espera concluir seus dois anos como franquia com 8 unidades em todo país.

“Além de vender a gente tem que ajudar a implantar e além de implantar supervisionar e dar suporte, então não adianta vender um monte e elas não terem o faturamento esperado”, pondera a Diretora da rede que ressalta as vantagens de replicar seu modelo de negócios como franquia.

“É um meio de expandir como se tivéssemos um monte de sócios que não são sócios e que compram a sua ideia. Eu poderia ter 100 unidades com um gerente em cada uma delas que eles não teriam o mesmo amor que um franqueado que é dono e investiu terá”, avalia a empresária.

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