Como resposta ao desaquecimento e pessimismo na economia brasileira, o Sebrae lançou nesta quarta-feira o movimento “Compre do Pequeno Negócio”, parte de uma campanha que será veiculada pelo Sebrae Nacional em todo o Brasil com o intuito de sensibilizar o consumidor sobre a importância de comprar do pequeno negócio.
“O principal fator que queremos é criar uma onda favorável, uma confiança na sociedade no sentido de que a gente pode e deve influenciar esse momento de crise priorizando o pequeno negócio nas suas compras”, destacou o presidente do Sebrae, Luiz Barreto.
De acordo com o Sebrae, as pequenas e médias empresas respondem hoje por 27% do PIB brasileiro com um saldo de empregos no primeiro semestre desse ano de 116 mil vagas abertas e 750 mil empresas criadas, destoando de grandes empresas e setores como a indústria automotiva, que fecharam vagas nos últimos meses.
“Muitas das vezes a gente acha eu só a grande empresa tem influência para gerar emprego e movimentar a economia. Uma lavanderia sozinha é pequena, mas se somarmos as 30 mil lavanderias existentes, elas têm uma capacidade de fortalecer a economia muito forte”, lembra Barretto ao destacar a importância do pequeno negócio para a economia brasileira.
Também presente no lançamento da campanha, o presidente da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), Paulo Solmucci, também destacou números do setor de restaurantes e criticou o pessimismo econômico ao afirmar que a crise é muito menor do que a imprensa está repercutindo.
“Nós do setor de bares e restaurantes não estamos enxergando essa crise que está na manchete todos os dias. Evidentemente ela existe e em alguns segmentos ela é muito intensa, como no ABC Paulista, onde o nosso setor está caindo 40%. Mas quando você começa a olhar o Brasil como um todo, a situação já não é dessa crise toda”, criticou Solmucci.
De acordo com ele, o setor não sentiu queda no faturamento entre os restaurantes de ticket médio acima de 70 reais ou entre os de ticket médio de 20 a 30 reais. Já entre os restaurantes de ticket médio de 30 a 70 reais, a queda no faturamento foi de até 30%.
“Quando você vai olhar os restaurantes com ticket abaixo de 20 reais, você já começa a encontrar crescimento, e abaixo de 15 reais há crescimento forte, acima de 10%. A grande maioria do nosso setor é pequeno negócio. A vida real do nosso setor é de um milhão de pequenos negócios espalhados por todo o Brasil”, lembra o presidente da Abrasel.
A crise, no entanto, não tem perdoado o pequeno negócio como um todo. Em abril, por exemplo, as pequenas empresas chegaram a ter saldo negativo de emprego, com mais de mil postos de trabalho fechados apesar dos números positivos citados nesta quarta-feira pelo Sebrae. Luiz Barreto, presidente do Sebrae, ressalta que a pequena empresa “não é uma ilha”, e está no conjunto da economia e sofrendo os efeitos da crise “assim como qualquer brasileiro que esteja vivendo 2015”.
“O que eu posso dizer é que há seguimentos que sofrem menos, outros que estão crescendo. Também temos regiões do país onde há mais dificuldades que outras. É evidente que vamos ter um ano mais difícil, certamente o faturamento das empresas vai ser menor que no ano passado, mas nós não podemos parar”, destaca Barreto ao lembrar que essa é justamente a ideia do movimento lançado nesta quarta-feira.
“Um ano de crise não é um ano de paralisia. O empresário, se ele se paralisar, ele dança mais ainda. O ambiente é difícil para todo mundo, todo mundo está vendo a inflação, mas o que ele vai fazer de diferente para sobreviver, enfrentar a crise e tocar sua vida?”, provoca Barretto.
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