Rede Microcamp aposta tudo em franquias para voltar a crescer

A empresa reviu seu modelo de negócio, está admitindo funcionários como franqueados e transformando filiais em franquia

Davi Tuffi: preparado para conquistar novos troféus como franqueador

Após quatro anos de pausa no seu processo de crescimento, a rede de escolas de informática Microcamp retomou a expansão e pretende encerrar 2023 com 10 novas unidades franqueadas. Mais do que isso, a empresa que sempre teve suas unidades próprias como carro-chefe de seus negócios, pretende investir pesado no seu sistema de franquia para superar os danos promovidos pela pandemia. A aposta no sistema é tamanha que a empresa está inclusive, transformando muitas filiais em franquia.

“Até o início da pandemia, a empresa vinha num crescente em todos os aspectos, venda de franquias, matrículas, faturamento. A pandemia mudou este cenário e tivemos que lutar para manter as unidades em funcionamento, este era o nosso foco.”, relata Davi Tuffi, CEO da Microcamp.

Para voltar a investir em franquias, a empresa desenhou um modelo de negócio mais enxuto, com escolas menores, menos funcionários e claro, menos despesas. Também investiu em um programa de treinamentos técnicos e comportamentais para as lideranças das unidades, de forma a solucionar o problema de falta de mão de obra qualificada no mercado. Com esse programa de treinamento, que já completou um ano, tem sido possível desenvolver as habilidades e competências dos colaboradores para que se tornem mais produtivos, criativos e inovadores.

Outra maneira de viabilizar os negócios via franquia, foi a decisão inédita na história da empresa, de vender franquias para os funcionários interessados em começar seu próprio negócio. O fundador da Microcamp, Eloy Tuffi, sempre resistiu à ideia. Davi decidiu ceder aos apelos dos funcionários, por acreditar ser uma boa solução para a empresa. “São funcionários que conhecem a empresa, o produto e acreditam no negócio. Para mim é uma satisfação porque demonstra confiança e engradece o nosso trabalho”. Atualmente são dez funcionários que assumiram filiais que eram muito distantes da sede e dificultava a gestão, e se tornaram franqueados; outros cinco estão negociação.

Como a proposta de Davi é centralizar a expansão da rede em franquias, para ajudar nesse processo, a empresa não repassou o impacto da pandemia, como a inflação, aos futuros parceiros. O valor da taxa de franquia permanece o mesmo (R$ 30 mil) desde muito antes da pandemia, com a vantagem de que pode ser parcelado. A taxa de royalties, que era de 15% quando o sistema foi lançado, caiu para 2% sobre o faturamento bruto. E como se trata de um modelo enxuto, o investimento inicial ficou em torno de R$ 100 mil reais, que pode variar de acordo o com a situação do imóvel onde a escola será montada.

Os principais diferenciais da rede, no entanto, permanecem o mesmo, segundo Davi. “É o pioneirismo, o Know-how e a infraestrutura que a Microcamp oferece. Montamos a primeira escola de informática no Brasil, desenvolvemos o primeiro material didático e estamos constantemente lançando novos produtos e inovando. Fomos premiados inúmeras vezes como franqueador e nos tornamos referencial para muitas outras redes que surgiram depois”.

Outro atrativo apontado pelo CEO é a rentabilidade do negócio: 30% sobre o faturamento lucro, uma das mais altas no segmento de educação.

Além de provocar uma mudança no modelo de negócio, a pandemia mostrou também ao CEO que as aulas presenciais são melhores e devem vigorar nas escolas da rede, em função do melhor desempenho e pela importância da interatividade dos alunos.

“Na pandemia tivemos que nos adaptar ao modelo online, depois quando a situação melhorou, passamos para o sistema híbrido e quando a pandemia terminou, realizamos uma pesquisa para saber o que os alunos preferiam. Eles preferem presencial e as mães também porque assim os filhos aprendem mais e se mantêm um pouco longe dos celulares”, conclui.