Preconceito e desconfiança são desafios para mulheres no mercado de trabalho

Mulheres ainda sofrem desconfiança ao ocupar cargos “masculinos”

Cada vez mais mulheres atuam em áreas profissionais tradicionalmente ocupadas por homens. Atualmente, 49% dos donos de negócios no país já são do sexo feminino. Apesar da sociedade moderna seguir essa tendência, as mulheres ainda sentem bastante resistência e precisam provar no dia a dia seu potencial para quebrar as barreiras existentes.

Em comemoração ao Dia Internacional da Mulher, contaremos casos de mulheres empreendedoras que lutam diariamente para fazer diferença em seu meio social e, construindo assim, um papel no qual faz jus à data comemorativa.

Dom nato 

Leila Batista da Silva, 42 anos, sempre foi uma apaixonada por informática. Analista de sistema, ela atuou durante bastante tempo na área de desenvolvimento de sistema em grandes empresas do ramo têxtil, atendendo ainda, paralelamente, uma cartela extensa de clientes de pessoas físicas.

Há cinco anos ela decidiu se tornar dona do próprio negócio, e por isso, deu início na busca por franquias com atuação em tecnologia. Na mesma época, Leila encontrou a Gigatron Franchising e desde então se associou a marca e se tornou uma franqueada.

Dona de um escritório, ela chefia três funcionários e comanda uma das melhores operações da rede que possui atualmente mais de 60 unidades. Além disso, oferece por fora alguns serviços extras, como venda e manutenção de equipamentos. “Saí na rua para oferecer os serviços. Eu não tinha uma estrutura, trabalhava home office, fui com a cara e a coragem. Contei com o apoio e auxílio da Gigatron, do meu irmão, da minha filha, e de uma amiga contadora que também era empreendedora”, revelou.

De porta em porta, seus esforços garantiram bons resultados. Nesses cinco anos ela adquiriu outra franquia da Gigatron em Santo Amaro (SP), esta que por sua vez tinha adquirido a franquia Santana (SP) e Guarulhos (SP) e tinha ao todo 60 clientes. “Que junto aos meus, passei a ter mais de 220 clientes. Meu primeiro cliente é uma das maiores lojas de gesso de Osasco (SP), e foi totalmente tranquilo e favorável sua implantação. E nem era pra ser uma venda, fui visitar a loja para uma reforma e acabei por ‘vender’ e foi o que me deu força pra continuar”, disse a empreendedora.

Hoje ela recebe R$35 mil de faturamento bruto ao mês. Mas para alcançar o patamar que está, passou por grandes percalços.

Preconceito

Sempre trabalhei, desde os meus 12 anos, e posso dizer que tive muito êxito na profissão que escolhi e amei desde o princípio, a informática – uma área dominada por homens. Sofri e ouvi muitas gracinhas durante anos na minha carreira. Mas eu bati de frente e além de respeito, consegui abrir muitas portas pela minha competência”, explicou.

Salário menor foi uma das questões mais fortes para ela. “Em muitas empresas os homens ganham mais simplesmente por serem homens. Isso era algo surreal para mim que muitas vezes era tão ou mais eficiente que eles”, disse, ressaltando ainda que “até hoje ganhamos menos que os homens, e somos relegadas a ter vida dupla, como trabalhar e cuidar da casa, se um filho fica doente é a mulher que ‘falta’ ao trabalho não o homem”, reforça.

Preconceito bobo

Com anos de experiência e conhecimento, a empresária domina com maestria os serviços. Mas revela que vez ou outra encontra certo preconceito. “Tem clientes que preferem fechar o negócio com meu irmão (sócio) do que comigo”, falou.

Esforçada, ela se dedica full time ao trabalho com o suporte aos clientes. E revela que esse é um dos grandes trunfos das mulheres. “São mais detalhistas, mais caprichosas. Nós nos preocupamos em melhor atender, resolver, dar um feedback. Somos muito práticas! Mulheres resolvem, dão um jeito, apagam incêndio conversando no celular. Fazem 2 a 10 coisas ao mesmo tempo. Conheço grandes mulheres a frente dos seus negócios e me orgulho delas”, finaliza.

Em torno de números 

Com tino para vendas e espírito empreendedor herdado de seus pais, Alecssandra Santana sempre gostou de trabalhar por conta própria e na área de serviços. Durante 9 anos atuou no ramo de vendas de vestuário masculino, feminino e acessórios em geral, e há três anos resolveu expandir seu horizonte e administrar uma Corretora de Seguros, tendo a companhia do sócio e esposo, Reginaldo Alves dos Reis com quem é casada há mais de 18 anos. 

Os negócios vinham indo muito bem, porém percebi que havia a possibilidade de crescer ainda mais. Conversando com o pessoal da expansão da franqueadora eles me apresentaram um negócio novo no franchising direcionado ao mercado financeiro e como a cidade que atuo é uma área industrial, vi que tinha grande potencial para comandar mais um negócio”, diz a empresária. 

Há pouco mais de três meses, Alecssandra está à frente do Banneg-Banco de Negócios como masterfranqueada na área que compreende São Carlos (SP) e cidades com DDD 16. Essa região é muito forte em indústrias e comércios, o que consequentemente gera vários tipos de necessidades financeiras como: empréstimos consignado e pessoal, financiamentos e refinanciamentos de autos, capital de giro para investimentos e uma ampla carteira de consórcios que vem de encontro com as características da rede em atender a necessidade do mercado.  

O posto de máster geralmente é muito visto por homens no controle de captação de clientes e de possíveis investidores. No entanto, é algo que não intimidou a empresária, pelo contrário, trouxe ainda mais garra, já que sua intenção é alcançar crescimento pessoal, além de proporcionar um ganho ainda maior como masterfranqueada. 

A empreendedora pontua que o fato de ser mulher tem uma grande vantagem para os negócios, já que elas são conhecidas por serem mais perspicaz e olhar atento para os detalhes. “Busco por um crescimento profissional de forma sólida, podendo no futuro estar desfrutando de todas as minhas conquistas”, conclui Alecssandra sobre comandar dois negócios distintos, porém como um dos serviços mais procurados no mercado.