Mesmo com o período de instabilidade econômica o mercado franquias segue em expansão. No primeiro trimestre deste ano o setor cresceu 9,2%, segundo dados a Associação Brasileira de Franchising (ABF). Mas as marcas mais fortes e conhecidas levam vantagem? Isso depende do planejamento estratégico de cada empresário e de cada rede, falou Guilherme Castanheira, professor de empreendedorismo e plano de negócio na Univiçosa, em Minas Gerais.
Em um momento de crise econômica as expectativas de negócios são diferentes, no entanto nem sempre as marcas mais tradicionais terão vantagens frente as novas. Castanheira explicou que o consumidor adapta os seus costumes, e não os deixa de fora da sua rotina. Assim, as marcas mais tradicionais podem ter mais lucros, o que não impedirá que as menos conhecidas obtenham bons resultados, já que tudo dependerá das estratégias usadas. “O que as pessoas querem é rapidez no atendimento, confiança, um ambiente legal e preços que caibam em seus bolsos, quem consegue se adaptar a isso tem sucesso”, ressaltou.
Guilherme disse que com a recessão os empreendedores devem focar nas estratégias de suas empresas, ver o que está mudando no mundo dos negócios, traçar novos planos, se for necessário.
Sobre o crescimento do setor de franquias e do aumento de unidades abertas, Castanheira lembrou que no Brasil as microfranquias já são realidades e crescem a cada ano, muito em virtude do baixo investimento nas marcas. Com o mercado de trabalho sentindo fortemente a crise, no qual muitos trabalhadores perdem suas ocupações, o empreendedorismo ganha. Aquela pessoa que ficou desempregada, por exemplo, pega o seu fundo de garantia e investe no próprio negócio. “Antes isso era tido como ruim, pois o trabalhador ficava sem emprego e montava no quintal da casa o seu negócio. Contudo, hoje é bem diferente. Ser empreendedor é uma opção de carreira profissional. O empresário abre a sua empresa, mas ele estuda antes, faz cursos, busca por informações e investe, em muitos casos, em franquias”, explicou Guilherme que continuou “claro que algumas partes do mercado vão sofrer com a recessão, mas outros não, e o otimismo vem desta última ideia”.
O impacto da crise econômica atinge a todos, independente se a marca é mais conhecida ou é nova. Entretanto os reflexos podem ser menores naqueles que utilizam corretamente algumas ferramentas de gestão. “No momento é hora do empresário fazer o dever de casa, é imprescindível. Veja o caso do Bob’s. Com a queda do faturamento, os responsáveis estudaram a empresa, planejaram, reformularam a gestão e a marca, e hoje retomaram o sucesso”, ressaltou o especialista.
Além disso, não existe um setor do franchising que terá mais êxito que o outro. Castanheira lembrou que anos atrás era impossível pensar em lavagem de carro a seco, porém com o problema da falta d’água, as franquias deste tipo de lavagem são muito buscadas pelos consumidores. “O sucesso de uma franquia, mesmo durante a instabilidade econômica não depende apenas da marca. É preciso saber se o empreendedor gosta do que faz, se o produto ou serviço oferecidos são bem-aceitos na região, e principalmente, se o planejamento está sendo executado e atualizado”, concluiu Guilherme.
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