De acordo com pesquisa feita pela Associação Brasileira de Shopping Centers (Abrasce), as vendas neste Natal tiveram queda de 12% em relação à data comemorativa do ano passado. Os dados foram apurados pela Cielo para compor o Índice Cielo do Varejo Ampliado (ICVA). Apesar de negativo, o resultado confirma a resiliência dos shoppings e suas lojas que, mesmo após meses fechados em cumprimento aos decretos municipais e estaduais, seguem, aos poucos, revertendo as perdas que chegaram a 90% por conta da pandemia. “Conseguimos fortalecer a confiança que o consumidor tem nos shoppings e recebê-lo com segurança para realizar suas compras, sem fluxo intenso de pessoas. Vínhamos com uma queda média de 25% nas vendas (nas últimas quatro semanas) e a força do período nas vendas do Natal fez esse índice subir, só não foi ainda melhor devido ao retrocesso nas imposições de mais restrições por parte do governo, mesmo reconhecendo o setor como referência na aplicação dos protocolos e cuidado com o público”, afirma Glauco Humai.
Para Nabil Sahyoun, presidente da Associação Brasileira de Lojistas de Shopping (ALSHOP), a parceria entre os lojistas e os shopping centers tem sido fundamental. “Em um ano tão difícil para todas as pontas a sinergia entre os lojistas e empreendedores foi fundamental para seguirmos com resiliência. Temos nos ancorado em toda e qualquer oportunidade de negociação e retomada de vendas, sempre cuidando da saúde, mas muito preocupados com a manutenção dos empregos do setor (no Brasil, são mais de 3 milhões de empregos gerados), o que está cada vez mais difícil diante de um cenário que, mesmo shopping e lojistas cumprindo os rígidos protocolos sanitários, fomos obrigados a fechar novamente. Isso impacta em toda a cadeia e é preciso pensar na renda destas famílias, sem isso a pandemia será ainda mais devastadora”, diz.
Os empreendedores e administradores de shoppings seguem comprometidos com seus lojistas, em conversas e apoio constantes.O setor sempre esteve aberto ao diálogo, buscando entender a realidade dos lojistas, caso a caso, respeitando a particularidade de cada contrato. Em ordem de grandeza, as administradoras de shopping centers já abstiveram mais de R$ 5 bilhões em adiamento e suspenção de despesas aos lojistas considerando aluguéis, condomínios e fundos de promoção.
Este ano, o tíquete médio foi de R$ 197 alta de 5,9% em relação ao registrado no mesmo período do ano passado. “O setor tem investido em novos canais e novas jornadas de compra, como alternativa de atender aos clientes da melhor forma, o que reflete na alta do tíquete médio”, completa Humai.
Desde o início da reabertura dos shoppings, os empreendimentos passaram a operar seguindo rígidos protocolos estabelecidos pela Abrasce em parceria com instituições referência em saúde no Brasil. Para o Natal, devido as particularidades da data, a entidade produziu um protocolo específico.