De acordo com a Pesquisa Trimestral de Desempenho do setor de franquias no segundo trimestre deste ano, realizada pela ABF – Associação Brasileira de Franchising, o segmento de Saúde, Beleza e Bem-Estar foi um dos que já conseguiram recuperar e superar as perdas provocadas pelo fechamento do comércio não essencial e o isolamento imposto pela pandemia, e está em franco crescimento.
Mas mesmo com todas as dificuldades, o estudo aponta que Saúde, Beleza e Bem-Estar registrou desempenho positivo de 21,2% no faturamento do 2º trimestre de 2021 em relação ao mesmo período do ano anterior, com R$ 9,6 bilhões de receita. Esse índice é 17% maior frente a igual período do ano de 2019, antes da pandemia.
Durante quase dois anos de mudanças, se percebeu uma corrida de clientes às clínicas de estética e consultórios dermatológicos em busca de um rosto perfeito e jovial. A permanência prolongada em casa serviu como motivador para muitas pessoas que já desejavam realizar procedimentos cirúrgicos, mas se preocupavam com um eventual longo tempo de recuperação, a buscarem médicos cirurgiões, uma vez que agora era possível passar por esse período e continuar trabalhando, do conforto de sua casa, sem comprometer a rotina.
Segundo dados do Google, a procura por harmonização facial aumentou 250% e 80% o interesse por botox no rosto durante a pandemia. Por estar em casa, onde é possível fazer repouso e, em paralelo, tocar as atividades profissionais, houve uma corrida de pessoas interessadas às clínicas de estética e aos consultórios odontológicos.
Segundo a diretora da Comissão de Saúde e Beleza da ABF, Danyelle Van Straten, o segmento de Saúde, Beleza e Bem-Estar foi beneficiado pela mudança de comportamento das pessoas. “O desejo de estar bem consigo cresceu. Além da demanda reprimida, houve uma aceleração digital, que levou muitas marcas ao e-commerce. No período de pandemia, enquanto as empresas não podiam funcionar, a estratégia foi vender serviços com descontos. Essa ação, não só ajudou a manter as contas em dia como também, com a reabertura, garantiu fluxo de pessoas nas lojas e mais oportunidades de vendas”, afirma.
Ainda segundo Danyelle, a prestação de serviço voltado à beleza está mais em alta que nunca. Sentir-se bem depois de tantos acontecimentos ruins, é se sentir vivo. “Os novos modelos de negócios mais acessíveis estão seduzindo muitos empreendedores a migrar para o franchising. Em tempos de tantas mudanças, fazer parte de uma rede é um grande diferencial, é a força do ‘grande’ agindo localmente”, completa.
Confira abaixo redes que mesmo com restrições da pandemia, inovaram e conseguiram expandir suas operações.
Mesmo com a pandemia, a Oral Sin é líder no segmento de implantes dentários no Brasil. A rede comemora a chegada da 400ª unidade comercializada e bate recordes de faturamento no primeiro semestre. Segundo a rede, houve um aumento na demanda nesse período de pandemia da Covid-19 devido ao isolamento e ao crescimento das vídeos chamadas. Com 308 operações ativas, a Oral Sin registra um incremento de 31% ante o mesmo período de 2020 e cresceu 66% em faturamento, alcançando a incrível marca de R$ 313,6 milhões.
A expectativa da Oral Sin até o fim do ano é bastante audaciosa, visto que planeja fechar 2021 com um total de 360 unidades ativas. Isso representará um aumento de 65% em relação ao ano passado.
Entre os meses de agosto de 2020 e 2021, a rede Royal Face registrou um crescimento de 186% em sua receita, atingindo o patamar de R$100 milhões. Até agosto de 2021, a Royal Face contava com 238 unidades comercializadas, sendo 134 inauguradas. A projeção é finalizar o ano com 260 vendidas e 200 inauguradas e, caso isso se confirme, a rede deverá investir cerca de R$ 50 milhões.
A abertura de unidades franqueadas também significa geração de empregos. Atualmente, são mais de 700 postos de trabalho diretos e 2,7 mil indiretos. A projeção da rede será finalizar 2021 com mais de 1.000 vagas diretas e 4.000 indiretas. Segundo a sócia-fundadora Andrezza Fusaro, houve uma grande procura devido à maior visibilidade das pessoas na tela do computador ou do celular, seja em função do home office, de lives e afins.
Quem acrescenta outra explicação para este crescimento é o diretor de Operações, Rodrigo Borelli. “O pagamento e avaliação online iniciados na pandemia ajudaram muito nas nossas vendas. Nós estimávamos faturar 20% por loja com essa estratégia no pico da pandemia. Para nossa surpresa, tivemos franquias que conseguiram até 50% do faturamento com a venda dos serviços online. Mesmo com número reduzido de atendimentos, o tíquete médio subiu. Trabalhamos muito fortemente o aproveitamento e aumentamos a nossa taxa de conversão,” afirma.