Em dezembro, o índice de Intenção de Consumo das Famílias (ICF) registrou 85,1 pontos, o maior patamar desde maio de 2015. Em relação a novembro (82,6 pontos), o crescimento foi de 3,1%, e no contraponto anual, quando o indicador apontava 75,6 pontos, de 12,5%.
O ICF é apurado mensalmente pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) e varia de zero a 200 pontos, sendo que abaixo de 100 pontos significa insatisfação e acima de 100, satisfação em relação às condições de consumo.
Todos os sete itens analisados pelo ICF apresentaram crescimento em relação a novembro. O destaque positivo ficou por conta do item Momento para duráveis, que passou de 57 para 63,8 pontos, elevação mensal de 11,9% e anual de 16,9%. O que proporcionou essa melhora foi o período da Black Friday, no qual os consumidores encontram melhores preços – principalmente de produtos do setor de eletrodomésticos e eletrônicos.
A melhora na oportunidade de compra levou os paulistanos a reduzir um pouco a cautela dos gastos. Assim, o item Nível de consumo atual atingiu 55,4 pontos, alta de 4,3% em relação a novembro. Na pesquisa, são 57% dos entrevistados que disseram estarem em nível de consumo menor do que há um ano, sendo que nesse mesmo período de 2016 o porcentual foi de 63%.
Segundo a assessoria econômica da FecomercioSP, para os próximos meses a indicação também é positiva. O item Perspectiva de consumo registrou leve aumento de 1,1%, passando de 86,6 pontos em novembro para 87,6 pontos em dezembro. Em um ano, houve alta de 9 pontos porcentuais, passando de 21% para 30% dos entrevistados que disseram que o consumo de sua família e da população em geral tende a ser maior nos próximos meses do que há um ano.
O aumento do consumo das famílias está sendo, em parte, financiado pelos bancos por meio das linhas de crédito. Pelo sexto mês seguido os paulistanos estão sentindo menos dificuldades na obtenção de financiamento para compras a prazo. O item Acesso a crédito cresceu 3,5% e atingiu, em dezembro, 82,8 pontos.
A maior segurança no consumo e em contrair crédito está baseada no aumento da confiança dos paulistanos em relação à renda e ao emprego. O item Renda atual registrou leve aumento de 0,5% e atingiu o maior nível desde junho de 2015, com 93 pontos.
Nos itens relacionados ao emprego, ambos tiveram aumento em relação novembro e são os únicos que estão no patamar de satisfação, acima dos 100 pontos. O item Emprego atual cresceu 1,7% e ficou com 104,2 pontos, e o item Perspectiva profissional teve 2,5% de crescimento e atingiu 108,8 pontos, sendo a mais alta avaliação do mês do ICF.
Na análise por faixa de renda, houve crescimento para os dois grupos. O índice para as famílias com renda superior a dez salários mínimos passou de 89,2 pontos em novembro para 94,1 pontos em dezembro, altas mensal de 5,5% e anual de 21,1%. O índice para as famílias com renda abaixo de dez salários mínimos atingiu 82 pontos, crescimento de 2,1% em relação a novembro.
Para a FecomercioSP, o resultado em dezembro mostra a consolidação da nova trajetória de crescimento do ICF iniciada em outubro, influenciada pela inflação e pelos juros em queda e a geração de novos postos de trabalho. No comparativo anual, a melhora nas condições econômicas das famílias (emprego, renda e crédito) proporcionou o avanço do ICF de quase 13%. O índice traz boas perspectivas para o aumento das compras de Natal e as liquidações no início do ano. E com esse novo ciclo positivo de intenção de consumo, trará ainda mais ânimo aos empresários em 2018, gerando investimentos e contratações e acelerando o ritmo da atividade econômica.
Metodologia
O Índice de Intenção de Consumo das Famílias (ICF) é apurado mensalmente pela FecomercioSP desde janeiro de 2010, com dados de 2,2 mil consumidores no município de São Paulo. O ICF é composto por sete itens: Emprego atual; Perspectiva profissional; Renda atual; Acesso ao crédito; Nível de consumo atual; Perspectiva de consumo; e Momento para duráveis. O índice vai de zero a 200 pontos, no qual abaixo de 100 pontos é considerado insatisfatório e acima de 100 pontos é denotado como satisfatório. O objetivo da pesquisa é ser um indicador antecedente de vendas do comércio, tornando possível, a partir do ponto de vista dos consumidores e não por uso de modelos econométricos, ser uma ferramenta poderosa para o varejo, para os fabricantes, para as consultorias e para as instituições financeiras.
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