Caros e com muita pompa, os produtos gourmet chegaram ao mercado brasileiro ainda no início desta década com apelo comercial a partir da sua qualidade e ingredientes diferenciados como castanhas, produtos orgânicos e produzidos na hora. Com o tempo, a tendência se expandiu e hoje pode ser encontrada em produtos tão comuns quanto água, como pipoca e milho verde.
Redes desse tipo, no entanto, precisam ser avaliadas com cautela segundo explica o consultor em franquias da RDZ Consultoria, Rodrigo Ramiro Daniel. De acordo com ele, na hora de abrir um negócio de produtos comuns produzidos de forma gourmet, o consumidor precisa levar em consideração a possibilidade de reinventar o negócio diante da possível queda nas vendas, seja pelo surgimento de um concorrente com preços mais competitivos, seja pelo fim de um certo “modismo” que envolve esses produtos.
“Um exemplo que vivemos hoje são as paletas mexicanas, que depois da moda hoje as marcas estão reformulando o mix de produtos para não dependerem apenas da paleta no ponto de venda porque ela, em si, começou a ter um declínio”, avalia o consultor ao destacar que “quando se fala em gourmet as pessoas praticam preço bem acima do normal. Será que as pessoas estão dispostas a pagar determinado preço por esse produto por um longo período? Esse preço tem de fato uma justificativa?”.
Segundo ele, o risco de iniciar de uma franquia de produtos mais simples apresentados de forma gourmet precisarem se reinventar e talvez até mesmo mudar seu mix de produtos é considerado alto, embora não seja possível avaliar o impacto das marcas que surgiram no mercado brasileiro nos últimos anos por se tratar de algo “recente”.
“No segmento de franquias isso é algo novo. Não conheço nenhum negócio que tenha sido iniciado, atingido a maturidade e percebido um declínio. É algo recente que ainda está acontecendo no setor”, explica Ramiro.
Por isso, o consultor aconselha que na hora de adquirir esse tipo de franquia o franqueado busque investigar a perenidade do modelo apresentado pela franqueadora, observando, por exemplo, se já há algum plano para caso as vendas passem a cair por conta de mudanças repentinas no mercado.
“A franqueadora deve saber que o que ela está oferecendo é um produto que hoje está em alta, mas que ao longo do tempo precisará ser reinventado. É como qualquer negócio, mas nesse caso talvez isso precise ser feito com uma velocidade um pouco maior”, conclui o consultor.
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