Quando Marcos Antônio Boffo Leite deixou mais de 30 anos de carreira no mundo corporativo para abrir uma unidade do Brasileirinho Delivery ele passou a fazer parte dos quase 50 milhões de brasileiros empreendedores no país. Marcos foi atraído pelo que mais chama a atenção dos interessados pelo mercado de franquias: a possibilidade de trabalhar com algo já consolidado.
“A franquia é o modelo ideal para quem deseja pegar o negócio com todo o know how pronto, sem perder tempo com experiências para saber se a ideia funciona ou não”, afirma o empresário de 50 anos. “Essa possibilidade fez com que eu economizasse muito tempo e eliminasse diversas fases do empreendimento. Você pega algo já estruturado e só precisa implantar o negócio dentro dos padrões estabelecidos pela rede”.
Foram muitos anos de estrada exercendo a função de gestor de projetos em tecnologia da informação: após 38 anos morando na capital paulista, o atual empresário passou por corporações de peso do mercado, como Kibon, Phillip Morris, Banco Boston, Ford, Vale Refeição, Edenred (Repom), entre outras. Formado em Sistemas da Informação pela FIAP (Faculdade de Informática e Administração Paulista), Boffo possui pós-graduação pela mesma instituição e já esteve nos Estados Unidos em busca de especialização e atualização de seu currículo – mas ainda não era suficiente: foi no próprio negócio que o empresário encontrou a resposta que faltava.
Visualizando oportunidades
O empreendedor não é apenas aquele que começa um negócio ou que coloca uma ideia em prática, mas sim aquele que vê o mesmo cenário de diversas maneiras. Foi justamente o que fez Boffo ao decidir investir numa unidade do Brasileirinho Delivery, rede especializada em comida popular brasileira in box.
O empresário notou a precariedade de restaurantes que servissem comida típica brasileira em Presidente Prudente, cidade onde mora desde o começo deste ano no interior paulista, e resolveu suprir essa demanda. “Três pilares do Brasileirinho chamaram muito minha atenção: a diversidade de pratos típicos que o brasileiro gosta, a qualidade do alimento e o preço mais acessível. Com esse tripé eu acreditei muito no potencial da marca”.
O cardápio da rede conta com mais de 30 receitas clássicas, as favoritas entre os brasileiros: estrogonofe (carne, frango ou camarão), feijoada, escondidinho de carne seca, feijão tropeiro, arroz carreteiro e muito mais. A marca também oferece opções para vegetarianos e veganos com a linha Veganíssimos (que serve estrogonofe vegano de palmito, mexidinho vegano e nhoque vegano de batata doce) e para quem quer manter o foco na dieta e numa alimentação mais equilibrada (são três opções de box na linha +Saudável: biofit, fitness e salada Brasileirinho).
Para Boffo, o Brasileirinho tem a fórmula certa para o negócio decolar – no entanto, tais características formam apenas 50% do resultado positivo da franquia: “O restante o franqueado tem que trabalhar e se dedicar para fazer o negócio acontecer”, conta.
Mercado prudentino
Conhecida como a capital do oeste paulista, Presidente Prudente possui cerca de 230 mil habitantes e tem na prestação de serviços sua grande força econômica. Segundo estudo realizado pela consultoria Urban Systems, o município faz parte das 20 melhores cidades para fazer negócios no Brasil.
Apesar das oportunidades, Boffo vê alguns empecilhos no ramo de alimentação do mercado prudentino: “É um mercado limitado e muito caro. Todos os restaurantes limitam-se a trabalhar em horário restrito, não deixando muitas opções ao consumidor”. E é justamente essa demanda que o empresário visa atender: estendendo o horário ao público acostumado com estabelecimentos que trabalham apenas em horário comercial.
Neste primeiro momento, a unidade prudentina do Brasileirinho funciona apenas durante o horário do almoço, mas Boffo já tem planos para operar também no período noturno: “Prudente é carente em restaurantes que forneçam ao cliente o típico prato brasileiro (arroz e feijão) à noite. Os estabelecimentos que funcionam à noite servem, geralmente, lanches e pizzas”, avalia.
Assim como em boa parte das cidades interioranas, começar um negócio do zero não é tarefa fácil: o público, fiel, demora a aceitar novos empreendimentos. “Minhas maiores dificuldades estão em conquistar o gosto do público prudentino e tornar a marca conhecida na região”, afirma Boffo. Formar uma equipe competente e lidar diretamente com pessoas são outras preocupações do empresário: “A equipe é algo fundamental para o bom funcionamento do negócio. Trabalhar para que os funcionários obtenham os melhores resultados de si mesmos não será fácil, mas vai ser muito gratificante quando conseguirmos”.
Recomeços
Cansado do stress e da correria da cidade grande, Boffo resolveu começar tudo do zero numa cidade que é o oposto de São Paulo: “É uma cidade muito perigosa e com pouca qualidade de vida. Aqui em Prudente não tem trânsito e consigo ir trabalhar a pé”. Pai de dois filhos – um de 23 anos e outro de um ano e seis meses –, Boffo conta que resolveu deixar o mundo corporativo para trás por conta do filho mais novo: “O Leonardo chegou ano passado e eu ainda tenho muito a fazer para garantir um futuro próspero para minha família. Como minha experiência profissional no mercado de tecnologia é muito grande, e até mesmo saturada, resolvi diversificar e investir no meu próprio negócio”.
Dedicado e com foco nos resultados, o empresário pretende faturar neste primeiro momento R$46 mil por mês com a venda de 100 boxes diários para, num futuro breve, operar também no período noturno e ultrapassar a marca de R$1 milhão ao ano. “Quero fazer da unidade de Prudente uma das mais rentáveis da rede e obter lucro para abrir novas unidades. Se quer fazer algo, faça bem feito e se dedique ao máximo”, aconselha.