Franchising de moda atrai investidores que atuam em diferentes segmentos

Multifranqueados de outros setores ingressam na Milon buscando a diversificação do negócio, já que moda infantil segue em alta no Brasil

Ana Carolina Andrioli, franqueada da Milon em Bauru (SP)

Marca pertencente ao Grupo Kyly, a Milon fez o movimento de iniciar na indústria e expandir no varejo por meio de franquias. O intuito da franquia é aumentar o mix de peças infantis em shopping centers, oferecendo produtos do tamanho recém-nascido ao 14, com inspiração europeia e ótimo custo-benefício. Com 109 lojas em diferentes estados brasileiros, a rede de vestuário infantil tem mais de 72% dos franqueados com duas ou mais unidades, sejam elas da Milon ou de marcas de outros segmentos. Tal receita vem dando bons frutos, por conta da diversificação de negócios e da otimização do público-alvo.

Segundo Claudinei Martins, diretor executivo comercial e de marketing do Grupo Kyly, a movimentação de empresários que atuam em outras áreas do franchising e estão buscando a Milon, evidencia como o setor de moda infantil está em alta e segue dando resultados positivos ao mercado. Como a criança cresce, investir em uma franquia de roupa infantil acaba sendo um negócio bastante estável.

“Atualmente, alguns dos nossos franqueados possuem operações de outros segmentos como alimentação, moda adulta, acessórios e calçados. No mercado infantil o decisor de compra, na maioria das vezes, são as mães que já são clientes desses franqueados em seus outros negócios. Assim, investir em uma loja de moda infantil proporciona uma combinação dessas operações e o melhor atendimento das necessidades dos clientes”, ressalta Claudinei.

Um dos multifranqueados da Milon é Fabricio Sereia, de 40 anos, formado em Direito pela PUC (Pontifícia Universidade Católica de São Paulo), uma oportunidade o levou a investir na sua primeira franquia em 2012. Desde então, ele construiu um grupo com oito lojas, especializadas em moda feminina e infantil, incluindo a marca Milon. “Ingressei na rede por meio da conversão de uma loja própria da marca em Londrina, no Paraná. A conversão de loja traz várias vantagens, como ter o ponto já estabelecido, o negócio funcionando e uma carteira de clientes ativos. Começamos pequenos, mas o grupo de franquias cresceu e se tornou um negócio importante. Ser um multifranqueado com diferentes marcas é bom, pois cada uma tem um posicionamento, maturidade, potencial de crescimento, entre outros fatores. Dessa forma, o nosso grupo de lojas fica mais protegido contra intempéries de mercado e potencializa as oportunidades de crescimento nas regiões de atuação”, revela.

Outra história inspiradora é da advogada Ana Carolina Andrioli, de 39 anos, que trabalhava na administração de um shopping e assumiu a primeira franquia do setor de alimentação em 2017. Como o marido, que é engenheiro, viajava muito a trabalho, o intuito era ter o negócio próprio na cidade natal do casal, em Bauru, no interior de São Paulo, e o franchising se tornou a opção mais atrativa, pois oferecia suporte e segurança aos novos empresários. Hoje, a franqueada conta com dois pontos de venda da Milon e dois restaurantes em shoppings no município bauruense.

“Sempre foi um desejo expandir os negócios, já sabíamos que o franchising era o portal para isso e estávamos abertos a novas oportunidades, estudando, conhecendo operações e ouvindo propostas. Neste meio tempo, surgiu a chance de partirmos para o ramo de vestuário infantil e foi uma grata surpresa. Nessa fase, fomos premiados entre as 10 melhores franquias com a rede de alimentação que atuamos, com maior crescimento no primeiro ano e destaque em treinamento na Milon. Apesar das duas operações que iniciamos serem de repasse, ambas estavam redondas e já era hora de termos novos negócios. Por isso, acabamos expandindo com abertura de mais uma loja de cada uma das marcas. A diversificação vem para somar, uma vez que a sazonalidade característica das operações traz equilíbrio no faturamento, além de ser uma oportunidade de troca de boas práticas intergrupos, o que acaba trazendo novas ideias, já que são de segmentos distintos. Ressalto que o crescimento ordenado é muito importante para quem deseja se tornar um multifranqueado, com a criação de um backoffice com profissionais de administrativo, financeiro e RH de acordo com a necessidade de cada mercado”, destaca.

Para Brisa Ferreira, de 42 anos, formada em Comunicação Social, o sonho de ser tornar mãe foi a mola propulsora para sair do emprego e investir no próprio negócio. Assim, abriu uma franquia de moda feminina, focada em acessórios pessoais, em Presidente Prudente, também no interior paulista. Já em junho de 2016, veio a chance de ingressar no segmento de vestuário infantil. “A minha loja é a primeira conversão de loja própria para franquia da Milon. Para garantir espaços e bons pontos em diferentes shopping centers, a franqueadora investiu em unidades próprias e depois começaram a franquear. Como mãe, confesso que atuar com eles também envolve o encantamento pela marca. E estando à frente de duas redes diferentes, analiso que foi uma boa estratégia, pois conseguimos atrair diversos públicos e ter vendas expressivas em diferentes datas comemorativas, explorando também as características regionais de onde operamos, além de ações de marketing local que são primordiais para o sucesso dos negócios”, explica.

A rede Milon fechou 2023 com um crescimento de 24%, alcançando mais de R$ 150 milhões em faturamento, e um incremento de 12% no número de lojas, após a abertura de 11 operações. A marca planeja 15 novas unidades, além de seguir com a estratégia de conversão de lojas próprias para franquias, de pelo menos 15 pontos ao longo de 2024. Além disso, a franquia projeta um incremento de 20% no faturamento anual. Para se tornar um franqueado, o investimento inicial é de R$ 350 mil, com prazo de retorno a partir de 24 meses. A rede tem dois modelos de layout arquitetônico, sendo o tradicional e o Open Front, que traz um conceito que explora lojas sem vitrine.