Faturamento do varejo paulista cresce 7,6% em março e atinge R$ 55,6 bilhões

Em março, as vendas do comércio varejista no Estado de São Paulo cresceram 7,6%, em termos reais, em relação ao mesmo mês de 2017 e atingiram R$ 55,6 bilhões, montante R$ 3,9 bilhões superior ao apresentado um ano antes. É o maior faturamento para um mês de março desde o início da série histórica, em 2008. Com esses resultados, a variação acumulada no primeiro trimestre de 2018 foi de 6,7%, que representa um aumento de R$ 9,9 bilhões nas receitas em comparação ao mesmo período de 2017, já descontada a inflação.

Os dados são da Pesquisa Conjuntural do Comércio Varejista do Estado de São Paulo (PCCV), realizada mensalmente pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP), com base em informações da Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo (Sefaz-SP).

Como vem ocorrendo desde julho de 2017, todas as atividades do comércio e todas as 16 regiões do Estado registraram crescimento nas vendas no comparativo anual, evidenciando a consolidação do processo de recuperação do setor. Em março, destaque para o varejo das regiões de Taubaté (11,9%), Campinas (11,5%) e Guarulhos (11,4%). Entre as nove atividades analisadas, ressalta-se o bom desempenho de supermercados (10%); outras atividades (9,3%); e eletrodomésticos, eletrônicos e lojas de departamentos (8%), que, somadas, contribuíram com 5,9 pontos porcentuais (p.p.) para o resultado geral.

De acordo com a FecomercioSP, as maiores taxas de crescimento no trimestre estão ligadas aos segmentos de bens duráveis, cujos desempenhos estão atrelados à retomada do crédito e à recuperação do nível de confiança dos consumidores. O momento do comércio varejista se explica pela conjunção positiva do tripé de determinantes do consumo – inflação, emprego e crédito –, que está elevando o nível de confiança das famílias e das empresas. A melhoria dessas variáveis, embora gradual, está acontecendo de forma contínua e persistente, abrindo espaço para a reação do varejo em ritmo promissor.

Expectativa

Apesar das turbulências políticas em ano eleitoral, cercado por muitas incertezas e volatilidade diária nos mercados de negócios, a conjuntura econômica atual tem se mostrado até aqui capaz de manter esse novo padrão de vendas do comércio paulista. Com as atuais pressões cambiais e observando a trajetória vista ao longo do ano passado, as projeções apontam para um crescimento anual ao redor de 5% em 2018 no faturamento real do varejo paulista. Tal desempenho, caso se concretize, pode ser qualificado como muito bom, considerando a comparação com 2017, que apresentou expansão de 4,2%.

Capital paulista

As vendas do varejo na capital paulista cresceram 5% em março, no comparativo anual. Apesar do desempenho positivo, foi a menor taxa de crescimento entre as 16 regiões analisadas no Estado. Considerando a série histórica a partir de 2008, foi o segundo melhor resultado do varejo paulistano para o mês de março, com receita de R$ 17,2 bilhões, montante R$ 822,3 milhões superior ao registrado há um ano.

Com esses resultados, a taxa acumulada no primeiro trimestre foi de 5,9%, que, em termos reais, representa um incremento de R$ 2,7 bilhões nas receitas em comparação ao apurado entre janeiro e março do ano passado.

Oito das nove atividades pesquisadas apontaram crescimento no comparativo com março de 2017, com destaque para os segmentos de supermercados (8,6%); outras atividades (8%); e concessionárias de veículos (1,9%). Somados, esses setores contribuíram com 4,4 p.p. para o resultado geral. Apenas a atividade de materiais de construção registrou desempenho negativo, com retração de 2,1%.

Para a Entidade, assim como no Estado de São Paulo, as projeções para o varejo na capital paulista também são otimistas. A expectativa é de crescimento de 5% no faturamento real em 2018, estimativa que está sujeita a ajustes de acordo com o andamento do cenário político-eleitoral e das oscilações econômicas conjunturais.

Nota metodológica

A Pesquisa Conjuntural do Comércio Varejista no Estado de São Paulo (PCCV) utiliza dados da receita mensal informados pelas empresas varejistas ao governo paulista por meio de um convênio de cooperação técnica firmado entre a Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo (Sefaz-SP) e a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP).

As informações, segmentadas em 16 Delegacias Regionais Tributárias da Secretaria, englobam todos os municípios paulistas e nove setores (autopeças e acessórios; concessionárias de veículos; farmácias e perfumarias; lojas de eletrodomésticos e eletrônicos e lojas de departamentos; lojas de móveis e decoração; lojas de vestuário, tecidos e calçados; materiais de construção; supermercados; e outras atividades).

Os dados brutos são tratados tecnicamente de forma a se apurar o valor real das vendas em cada atividade e o seu volume total em cada região. Após a consolidação dessas informações, são obtidos os resultados de desempenho de todo o Estado.